O Treinamento da
Boca Pequena da Mulher
No Modelo da Caverna para a Expansão dos
Sapiens (MCES), a “boca pequena da mulher” é a gata, que reproduz na Natureza a
extrema contenção das menininhas-mulheres-mães – a gata é energeticamente
supercontida e vigia tudo (pássaros, passarinhos, cobras e lagartos, ratos,
sapinhos e sapos, baratas, insetos em geral, tudo mesmo que possa ameaçar os
queridinhos; se o modelo não está errado as menininhas serão mais autônomas na
autodefesa, porque as mães não as protegiam tanto).
E há um detalhe: por quê as mães-mulheres
toleraram ratos e baratas como animais semi-dométicos, postos na lateral da
Caverna geral, se poderiam facilmente tê-los exterminado?
Penso que é porque eles serviam como linhas
secundárias de defesa contra outras pragas ainda piores.
Há também a conotação de que as mulheres
“segurarem a boca” enquanto os filhos são pequenos para destinar quase tudo à
criação deles (mas não farão isso quando envelhecerem, pois esse objetivo não
existe mais; entrementes, se ficarem cuidando de netos o mecanismo deve ser
repetido, ou se houver um segundo casamento e assim por diante).
À parte essas digressões, vimos que elas
ficavam com 80 a 90 % de todos da tribo, enquanto os pais-filhos caçadores
constituíam 20 a 10 %; na melhor relação teríamos 80/20 = 4/1 e na pior 90/10 =
9/1. Na média [(9 + 4)/2 = 13/2 =] 6,5, de que os homens estão distantes 5,5
(6,5 – 1,0).
Os homens desperdiçam energia e matéria e
as mulheres, não; elas estão distantes da média 2,5 [(9/2– 4/2)/2] de cada
lado, enquanto estamos 5,5, quer dizer, elas são (5,5/2,5 =) 2,2 vezes tão
eficientes quanto nós, ou seja, 120 % mais competentes que nós no uso e consumo
de materenergia (mas, lembre-se, não em conseguir, só em usar e conservar
ciumentamente para o futuro; não se esqueça que pela Curva do Sino qualquer coisa
tanto é boa quanto ruim).
Vai daí elas terem imprimido esse
diferencial a tudo que coletaram e fizeram, agregaram e dominaram, dos
bioinstrumentos às plantas domesticas, toda a agropecuária que inventaram nos
primórdios.
Em resumo, tudo que for poupança e
conservação deve ser entregue a elas (não se esqueça também que “elas” incorporam
os 2,5 % de pseudo-machos, havendo igualmente 2,5 % de pseudo-fêmeas
esbanjadoras).
Em resumo, toda a sócioeconomia está errada
na destinação dos talentos, tanto na prática quanto na ausência de teoria.
Não esquecer nunca que elas não produzem,
só organizam; entregar a elas a produção seria desastroso, pois ela equivale à
caça.
Vitória, terça-feira, 24 de abril de 2007.
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