Penha Vaidosa que
do Salão ia Passear no Jardim
JARDIM DA PENHA, VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO,
BRASIL
(endereço da vaidade)
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Nós moramos neste bairro.
Aqui há muitos, muitos salões (suponho que
o nome vem de quando eram grandes para comportar muitas mulheres; hoje podem
ser pequeníssimos, porta de 1,5 metro de largura x 3,0 metros de profundidade)
de beleza.
A Livraria
e Editora Huapaya fechou e no lugar instalou-se um “instituto de beleza”.
Em cada quadra parece que há diversos, às vezes enfileirados uma do lado do
outro. Elas vão lá fazer as unhas das mãos e dos pés, o cabelo (há certo
“megahair”, em inglês “grande cabelo”, que soube tratar da implantação de
conjuntos de fios – como que micro-perucas – nem outros grupos do cabelo da
mulher, operação demorada e custosa, pois parece que fica por mais de
quatrocentos reais), arrancar os pelos da virilha e das pernas e dos braços e
fazer sabe-se lá o que mais, fora agora existirem lojas de tatuagem e de
piercing, duas perigosas linhas de automutilação à moda de Tanatos.
As mulheres não fazem mais nos fins de
semana, como há 30 anos ou eventualmente, fazem agora quase todos os dias.
As lojas ficam entupidas delas a qualquer
hora.
E há homens também, o que é o absurdo mais
moderno, o contra-senso do “homem vaidoso”.
Seria importante linha de pesquisa
psicológica e sociológica saber quando e quanto elas gastam para enfeitar-se
assim (sempre em busca do depositante de esperma, como vimos no MCES, Modelo da
Caverna para a Expansão dos Sapiens) e que percentual da renda da casa ou delas
isso representa.
Linha de pesquisa que dá o novo tom do
hedonismo pós-contemporâneo.
Vitória, domingo, 10 de junho de 2007.
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