Saturday, December 14, 2013

Tarefas Comunitárias (da série Material Sensível, grupo Praças Psicológicas)


Tarefas Comunitárias

 

                               Como venho dizendo há muito tempo, os indivíduos e as famílias, morando em apartamentos e em casas, em quadras, constituem ilhas de um arquipélago, que é a cidade.

Estão todos isolados nessas ilhas, das quais saem nos carros-barcos.

                               Estranham-se demais, até dentro do mesmo prédio, porque não há um espírito comunitário, como aquele que outrora a Igreja plantou ou que é refletido nos multirões entre os miseráveis, por exemplo, para a construção de uma casa (tradicional “bater laje”), mas não para os médios (chamados “classe média”), os médios-altos e os ricos. Esses três últimos grupos só se moverão em interesse próprio.

                               Mas essa coisa precisa ser primorosamente preparada pelos governempresas, através de um coletivo de psicólogos (estudos das figuras ou psicanálises; dos objetivos ou psico-sínteses; das produções ou economias; das organizações ou sociologias; dos espaçotempos ou geo-histórias – enfim, um mapeamento COMPLETO, com separação dos grupos de opções e identidade).

                               Construir praças e parques, recuperar lixões, dar aulas em escolas novas (que o modelo sugere), desopilar os que tenham caído em depressões corpomentais (drogados), projetar novidades urbanas e suburbanas, dar sugestões aos governempresas, instituir novas formas de diversão e recuperar as antigas, cooperar nas catástrofes e colapsos, instituir defesa básica através de lições sobre uso de armas (só com audiovisuais e maquetes) e um milhão de tarefas que afinaria seus corpos e mentes, tornando-os mais ágeis e tonificados.

                               Para ganhar dinheiro eles não se uniriam, nem para receber aplausos.

Controlar a sociedade, diminuir o perigo e a insegurança, emagrecer, ver surgir coisas das próprias iniciativas, coisas que os psicólogos deverão descobrir para cada grupo de opção e identidade.

Quem gosta de fazer o quê?

Quem tem tal ou qual formação?

É preciso trabalhar.

E, antes de tudo, só pode ser feito por governempresas que tenham credibilidade [a geografia é instrumento poderoso para a construção partidário-ideológica da coletividade].

                               Vitória, segunda-feira, 15 de setembro de 2003.

                  

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