Tuesday, November 05, 2013

A Convergência das Culturas (da série Expresso 222..., Livro 5)


A Convergência das Culturas

 

                        Migramos dos municípios/cidades-estados da Grécia antiga, aos estados-estados, depois às nações-estados e agora estamos passando lentamente, com grande resistência, ao mundo-estado. Foi lento, demorou milênios, mas estamos em tumulto chegando lá, depois de todas as tentativas fracassadas de Alexandre, César, Maomé, Gêngis Kahn, Tamerlão, Napoleão e Hitler de unir à força o mundo.

                        A coisa foi lenta porque é preciso unir culturas ou nações muito díspares. Entretanto, algo já foi conseguido.

                        Veja que primeiro uniram-se gregos e hindus no helenismo, a pan-cultura grega-indiana. Pela mão dos romanos houve a brutal reunião deles com os fenícios (atuais libaneses), os cartagineses, que eles destruíram, e de vários povos italianos. Nisso uniram-se também gregos e romanos. Então vieram os bárbaros das estepes e se agruparam à civilização grego-romana, em fusão lenta. Depois foi a vez dos árabes e egípcios. A seguir os bizantinos uniram vários povos ao redor e por fim foram absorvidos pelos turcos. Nesse meio tempo o cristianismo juntou muita gente, especialmente fundindo a mente grega com os sentimentos judeus. No oriente os mongóis promoveram o rejuntamento final da China.

                        E assim, de coligação em coligação, as nações ou culturas foram se agregando progressivamente, dando esses formidáveis saltos, que tanto custaram em termos de vidas. O caos se interpõe, não deseja a união.

                        Por último, mas mais importante, o Oriente e o Ocidente estão formando a aliança derradeira. O Norte e o Sul, logo a seguir, espero. Isso rende inumeráveis teses de mestrado e doutorado. Como que as resistências foram sendo vencidas? Que oposições se dão agora, e em nome de que justificativas?

                        Não é fácil deixar de ver o outro como inimigo, como adversário, e passar a vê-lo como irmão; deixar o próximo comer de nossa mesa. Até irmãos carnais brigam, como temos visto através da geo-história, como podemos ler em toda parte, quando a questão envolve dinheiro, recursos de qualquer tipo.

                        Porém a tarefa é de grande rendimento, como podemos imaginar. Vimos que pela força o resultado foi pequeno e pouco duradouro. Contudo, todas as marchas contribuem para ir adiante, até a tensão do recuo.

                        Hoje em dia temos em mãos essa globalização, essa planetarização, essa mundialização. Como realizá-la? Os blocos já estão surgindo: Europa dos 15, coligação asiática, Mercosul e Nafta (talvez esses dois reunidos na ALCA). São passos importantes. O passo fundamental, entrementes, é a declaração do governempresa mundial, um órgão senatorial de presidentes primeiro (legislativo mundial), depois um governo judiciário (justiça mundial), finalmente a presidência (executivo mundial), nessa ordem.

                        Logo chegaremos lá.

                        Vitória, quinta-feira, 25 de julho de 2002.

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