A Convergência das
Culturas
Migramos dos
municípios/cidades-estados da Grécia antiga, aos estados-estados, depois às
nações-estados e agora estamos passando lentamente, com grande resistência, ao
mundo-estado. Foi lento, demorou milênios, mas estamos em tumulto chegando lá,
depois de todas as tentativas fracassadas de Alexandre, César, Maomé, Gêngis
Kahn, Tamerlão, Napoleão e Hitler de unir à força o mundo.
A coisa foi lenta porque
é preciso unir culturas ou nações muito díspares. Entretanto, algo já foi
conseguido.
Veja que primeiro
uniram-se gregos e hindus no helenismo, a pan-cultura grega-indiana. Pela mão
dos romanos houve a brutal reunião deles com os fenícios (atuais libaneses), os
cartagineses, que eles destruíram, e de vários povos italianos. Nisso uniram-se
também gregos e romanos. Então vieram os bárbaros das estepes e se agruparam à
civilização grego-romana, em fusão lenta. Depois foi a vez dos árabes e
egípcios. A seguir os bizantinos uniram vários povos ao redor e por fim foram
absorvidos pelos turcos. Nesse meio tempo o cristianismo juntou muita gente,
especialmente fundindo a mente grega com os sentimentos judeus. No oriente os
mongóis promoveram o rejuntamento final da China.
E assim, de coligação em
coligação, as nações ou culturas foram se agregando progressivamente, dando
esses formidáveis saltos, que tanto custaram em termos de vidas. O caos se
interpõe, não deseja a união.
Por último, mas mais
importante, o Oriente e o Ocidente estão formando a aliança derradeira. O Norte
e o Sul, logo a seguir, espero. Isso rende inumeráveis teses de mestrado e
doutorado. Como que as resistências foram sendo vencidas? Que oposições se dão
agora, e em nome de que justificativas?
Não é fácil deixar de
ver o outro como inimigo, como adversário, e passar a vê-lo como irmão; deixar
o próximo comer de nossa mesa. Até irmãos carnais brigam, como temos visto
através da geo-história, como podemos ler em toda parte, quando a questão
envolve dinheiro, recursos de qualquer tipo.
Porém a tarefa é de
grande rendimento, como podemos imaginar. Vimos que pela força o resultado foi
pequeno e pouco duradouro. Contudo, todas as marchas contribuem para ir
adiante, até a tensão do recuo.
Hoje em dia temos em
mãos essa globalização, essa planetarização, essa mundialização. Como
realizá-la? Os blocos já estão surgindo: Europa dos 15, coligação asiática,
Mercosul e Nafta (talvez esses dois reunidos na ALCA). São passos importantes.
O passo fundamental, entrementes, é a declaração do governempresa mundial, um
órgão senatorial de presidentes primeiro (legislativo mundial), depois um
governo judiciário (justiça mundial), finalmente a presidência (executivo
mundial), nessa ordem.
Logo chegaremos lá.
Vitória, quinta-feira,
25 de julho de 2002.
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