Tuesday, November 05, 2013

Congelamento Desenfreado e Bola de Gelo (da série Expresso 222..., Livro 5)


Congelamento Desenfreado e Bola de Gelo

 

                        Ainda há pouco, hoje, 31.07.2002, ouvi no canal Discovery a nova-velha teoria do Congelamento Desenfreado e da formação da Bola de Gelo há 600 milhões de anos. Não sei quem são os autores.

                        A história é que há 50 anos ou mais certo autor chegou à conclusão de que os matacões presentes nos trópicos indicariam o congelamento local nas eras glaciais. Em vista disso os trópicos estariam congelados naquela época, 600 milhões de anos atrás.

 Depois veio um russo, há 20 anos, e provou que num determinado ponto de ruptura as equações mostravam que a Terra congelaria completamente e não haveria modo de reverter. O congelamento progressivo aumentaria o albedo da Terra a tal ponto que cada vez mais luz seria refletida ao espaço pelo gelo em crescimento, provocando o congelamento progressivo, aquele Congelamento Desenfreado do título. Mas, se congelou, como teria descongelado?

                        Um outro autor veio depois e deu a solução: os vulcões despejariam continuamente dióxido de carbono na atmosfera, passando dos atuais um por cento a algo em torno de 10 %, dez vezes tanto quanto agora, em média. Tal presença excessiva de gás provocaria um efeito estufa extraordinário, elevando a temperatura média a 50º Celsius, com isso levando a chuvas torrenciais durantes milênios, depois de milhões de anos de congelamento. O clima teria ficado horrível, com ondas de centenas de metros, furacões fantásticos, etc.

                        Se tudo ficou congelado, a Vida em geral pereceu. Como teria havido a chamada Explosão Cambriana, logo depois? É que debaixo do gelo há muita luz presente, como depois se constatou na Antártica, de modo que algas cianofíceas e outros organismos sobreviveram no abismos gelados.

                        Quando houve o fim do congelamento, esses organismos explodiram em atividades, dando origem a tal Explosão Cambriana.

                        Meu próprio pensamento a respeito é este: os cientistas não têm investigado a fundo a questão da mecânica termológica, a termomecânica da Terra. A presença do gelo em cima conserva todo o calor gerado pela desintegração radiativa do lado de dentro, onde ela vai se acumulando, provocando aparecimento de vulcões em grande quantidade, e muito grandes também.

                        Agora, depois do descongelamento os vulcões colocaram para fora grande quantidade de gás, como ficou dito, e com ele também doses formidáveis de radiação, que teriam também 10 vezes a potência de agora. Tais radiações acima do nível médio levaram à Explosão.

                        Outras ocasiões em que isso ocorreu, embora em níveis menos elevados, teriam sido quando da queda do meteorito de 200 milhões de anos atrás, que extinguiu 99 % da Vida de então, fazendo aparecer os dinossauros, e a outra, de 65 milhões de anos passados, quando 70 % das espécies foram extintas, inclusive os dinossauros. E assim teria sido naquele ciclo de 26 milhões de anos, a gente estando agora no meio da incidência, tendo ocorrido a mais recente há 13 milhões de anos e devendo ocorrer outra a 13 milhões de anos no futuro. Ou seja, - 13, - 39, - 65, - 91, - 117, - 143, - 169, - 195, e assim por diante.

                        A cada vez dessas, com a queda do meteorito ou cometa, o que for, a crosta terrestre foi rebentada e radiação tremenda escapou. Assim foi também de todas as vezes que o Congelamento Desenfreado levou a Bolas de Neve, só que de forma mais aguda ainda, tremendamente mais aguda naquela de 600 milhões de anos atrás.

                        No entanto, o autor da proposta original contestou a tectônica de placas, o que nada tem a ver, porque as duas coisas podem ter convivido, serem mecanismos diferentes. Por exemplo, DEPOIS da última Bola de Neve, o meteorito ou cometa que caiu no Brasil (como sugeri em Meteorito em Valadares, veja artigo neste livro) desencadeou a separação do Brasil e da África. Outro, caído no Iucatã, no México, produziu outro rebentamento da crosta, com conseqüente vazamento de radiação maciça.

                        Tenho para mim que em volta dos vulcões de terra e do mar atuais há muita multiplicação de vida nova, ou seja, de mutações naturais, não induzidas, claro. Que aparecem muitos insetos, muitas plantas, muitos animais novos, inclusive cânceres e mutações humanas.

                        Creio que todos os mecanismos operam juntos.

                        Para a Hipótese do Petróleo e do Gás, que venho tratando há bastante tempo no modelo, nas posteridades e nas ulterioridades, fica que há 600 milhões de anos houve uma ruptura quase total, a Vida tendo quase sido extinta totalmente, quase 100 %, menos um infinitésimo, que ficou sob as capas de gelo. Que mecanismo provocou o Congelamento Desenfreado? Tem que ser algo de massivo, celeste, mais que terrestre. Talvez o Sol tenha encolhido provisoriamente, antes de a gravidade da compressão em raio menor ter provocado nova efervescência das explosões solares. Se foi assim a Terra se salvou por si mesma, pelo fato de ter radiação interna.

                        Todos os mecanismos devem ter operado junto.

                        A Explosão Cambriana veio justamente como favor da Bola de Gelo – como diz o TAO, a dialética e o modelo, o que parece que vai matar faz viver e o que parece que faz viver mata. Os caminhos dão-se ao contrário.

                        Vitória, quarta-feira, 31 de julho de 2002.

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