Definitivamente
Contra os Piratas
Em determinado ano
muito intenso peguei mais de 600 filmes em locadora, dos quais 1/3 de
pornografia. Bem, 400 filmes, ficando 110 dias no posto ou em trânsito, é
bastante (365 – 110 = 255 dias; 400/255, quase 1,6 por dia). Na época de
confusão mental aos 18 anos ou mais, mesmo sendo em cinemas da época, assistia
até 5 ou 6 filmes por dia. Mais recentemente, com as facilidades de gravar os
filmes de locadora, gravei mais de 300, depois que meus filhos me ensinaram
como.
Gosto muito do
povo, MUITO, porque se as elites todas do mundo desaparecessem a civilização
retrocederia bastante, com toda certeza, porém os processos de reposição
estatística haveriam de criar outras, talvez ainda melhores.
De forma que quando
surgiram os filmes piratas que trouxeram o valor de aquisição a R$ 2,50 pela
posse permanente, em vez dos R$ 5,00 ou mais da locação por um ou dois dias (se
desejarmos ficar permanentemente, temos de comprar DVD por um real e gastar
tempo gravando), adotei a solução com gosto.
Os preços de compra
permanente eram e ainda são proibitivos, chegando aos R$ 80,00 no lançamento;
quando já passaram vários meses ou anos as Americanas podem lançar por R$
15,00, digamos, 6 x 2,50. Claro, são coisas definitivas.
Que faz sentido o
preço de R$ 2,50, faz mesmo, o povo tendo acorrido em massa, ao ponto de
liquidar as locadoras, como antes foram liquidadas as lojas de CD e DVD de
música, depois que a Internet abriu o download, o baixar
gratuito desde o i-Tunes e outros precursores.
As associações que
defendem o fim das cópias piratas e piradas tentam associar os filmes copiados
e ilegais ao crime organizado ou desorganizado, porém o povo continua
comprando.
Comprei muitos,
porque queria raciocinar:
1.
de
um lado a necessidade de permitir ao povo o acesso aos produtos do
conhecimento;
2.
do
outro o esforço de tantos envolvidos na indústria cinematográfica (são
centenas, às vezes milhares, que antes ganhavam conjuntamente até bilhões).
Os filmes piratas
são terríveis:
a)
legendas
mal-traduzidas;
b)
legendas
deslocadas das falas;
c)
manchas
e borrões;
d)
quando
gravados em cinema vemos pessoas andando na frente da tela e rindo ou falando
ao fundo;
e)
às
vezes os DVDs sequer estão gravados ou o estão parcialmente, incompletamente;
f)
travam
e não avançam em qualquer ponto;
g)
são
imperfeitos quanto a todas as facilidades (com os Blu-ray mais ainda, pois
estes apresentam mais recursos – ainda não tenho);
h)
não
oferecem uma ou as duas opções (legendado/dublado);
i)
inúmeras
reclamações que tomariam muito tempo.
Contudo, a principal
é o ataque aos direitos de autor.
Então, depois de
muito raciocinar e pesar todos os elementos, mesmo sendo decisão contra o povo,
devo declarar ter ficado a favor de quem se esforça por produzir diferencial, elemento
novo de conhecimento e de diversão, de arte, de prazer, de avanço da
humanidade.
Os piratas são, mais que oportunistas (a
superafirmação doente da oportunidade), violadores dos direitos alheios, são
ladrões de esforço, são corruptores, violam a honestidade de propósitos, a
verdade que deve mediar as relações. São repulsivos, devo declarar
taxativamente.
Coloco-me,
portanto, do lado dos produtores.
Entrementes, os
governos do mundo devem manifestar-se a favor do povo, comprando dos produtores
DIREITOS DE REPRODUÇÃO POPULAR, até certo limite, para vender produto DA MAIS
ELEVADA QUALIDADE com preço mais próximo possível desses R$ 2,50, diferenciando
muito pouco daquele produzido para as elites por preço 10 ou 20 ou 30 vezes o
popular (25, 50 ou 75 reais). Claro que o popular durará menos, estará embalado
em capa dura menos resistente e assim por diante, para acomodar o preço.
DUAS SENDAS
produtivorganizativas devem emergir:
1ª – a das elites,
que será a do apuro do que já existe agora;
2ª – a do povo, com
extremo melhoramento em relação ao modo de operação dos piratas.
Agora toca a
pesquisar e a desenvolver.
Os piratas devem
ser banidos, enxotados.
Serra, quinta-feira,
01 de setembro de 2011.
No comments:
Post a Comment