Domínios
da Pontescada
No livro O Que é Vida? (Para entender a Biologia
do século XXI), Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2000, dos organizadores Charbel
Nino El-Hani e Antonio Augusto Passos Videira, no Capítulo I, Para que Servem as Definições?, de
Antônio Augusto Passos Videira, p. 16, há estas passagens: “Em outros termos,
os cientistas sabem o que estão fazendo porque seus conceitos e suas ações não
são válidos em todo e qualquer domínio. A precisão e a objetividade da ciência
derivam – em parte – dessa auto restrição, ou seja, de sua limitada capacidade
para fazer afirmações sobre o conjunto de fenômenos e objetos que ela
investiga”, e logo abaixo: “Dizemos em sua maioria porque pode acontecer que
certos objetos e fenômenos apresentem-se em domínios diferentes. Os átomos existem e são estudados pela
física e pela química. As moléculas pela química, pela biologia e pela física”,
grifo e negrito meus.
Ora, o modelo foi muito
adiante disso, dividindo o olhar em três pirâmides: 1) a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos,
moléculas, replicadores, células, órgãos e corpomente), 2) a mesopirâmide (indivíduo, família,
grupo, empresa, município/cidade, estado, nação e mundo), 3) a macropirâmide (planeta, sistema
estelar, constelação, galáxia, aglomerado, superaglomerado, universo e
pluriverso).
Na micropirâmide, a
Física abrange campartícula fundamental e subcampartículas; a Química (primeira
ponte) átomos e moléculas; a Biologia replicadores e células, p.2 órgãos e
corpomente), e assim sucessivamente, compreendendo depois a Psicologia/p.3, a
Informática/p.4, a Cosmologia/p.5 e finalmente a Dialógica/p.6.
Resulta dessa disposição
QUE OS CAMPOS-PARTÍCULAS ESTÃO PERFEITAMENTE DEFINIDOS. Não há nenhuma dúvida.
A Física e a Química constituem
um único patamar, que vai do campartícula fundamental às moléculas, mas a
Física se ocupa dos dois primeiros campartículas, enquanto a Química se dedica
aos dois últimos. Isso destoa completamente da afirmação do autor, e de toda a
literatura científica até agora.
Parece-me que o modo do
modelo classificar é muito melhor. Separa o joio do trigo, define perfeitamente
os âmbitos, assegura prioridades, estabelece os limites, transfere autoridade
totalmente compreensível no amplo domínio da Ciência (conjunto de ciências).
Não há que se falar em
domínios diferentes, tudo é domínio da Ciência, e é domínio de todo o
Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática). A Ciência é um domínio só, todo o Pluriverso.
Agora, quando se trata da campartícula fundamental e das subcampartículas, é a
Física que se encarrega. Acontece de a Física ser o círculo mais restrito e
interior de todos, o que embasa todos os demais, só porque ela é a Matemática
mais simples de todas (embora extraordinariamente complexa, para os dias de
hoje e para nossas competências). Sendo interna a todo o Conhecimento, a Física
vale (não pode deixar de ser assim – é a lógica) EM TODOS OS DOMÍNIOS, pois
todos devem se referir a ela. Há um núcleo de Física na Química, na Biologia,
em p.2, na Psicologia, e assim por diante. Mas a Física não pode falar pelo que
é Química pura, externa a ela, o que é Biologia pura, externa à Química, e
assim por diante.
Vitória, terça-feira, 30
de julho de 2002.
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