Tuesday, November 05, 2013

Fascistização da Argentina (da série Expresso 222..., Livro 5)


Fascistização da Argentina

 

                        Escrevi prevendo a possibilidade da queda da Argentina na guerra civil. As chances continuam em pé. Agora me lembrei de detalhes, a saber:

1)        dizem que no Brasil há 100 mil judeus, enquanto na Argentina parece haver 300 mil. Consta no Almanaque Abril 2002 que a população do Brasil era de 169,6 milhões em 2000, enquanto a da Argentina era de 37,5 milhões em 2001. Como os dados não são muito precisos, não vou fazer questão de estimar no mesmo ano. Assim, com tais vagas informações (que podem ser apuradas), a relação seria de 1.700/1 no Brasil e de 130/1, Argentina/Brasil = 14/1, o que excita as imaginações anti-semitas. E o Brasil é muito, mas MUITO MESMO, menos homogêneo que a Argentina, enquanto é notavelmente mais permissivo;

2)       A Argentina é composta majoritariamente dos colonizadores espanhóis pouco mestiçados e dos italianos migrantes, dois povos bem nervozinhos e até com alguma soberba, se a coisa é mal conduzida;

3)       Com a recente crise e com a esperada volta da inflação galopante, logo que as coisas saiam do controle, a situação não ficará nada boa, ainda mais que, segundo dizem (informação não confirmada), há 50 % de desempregados na Grande Buenos Aires e 40 % de desempregados à beira da fome em todo o país;

4)      Este cenário se parece bastante com o da Alemanha pouco antes do aparecimento de Hitler e sua corja em cena. Basta um “homem forte” (que agora pode até ser mulher, um ou uma louca qualquer) para deflagrar a demência.

5)       Daí a usar os armamentos para fugir à consciência mais vasta das causas dos problemas locais é um pulo. Isso induziria fatalmente a resposta brasileira.

O resultado só pode ser um: a corrida armamentista, o crescimento explosivo interno baseado no orgulho nacionalista (que é o nazismo, nacional-socialismo, ou fascismo).

Acresce que muitos árabes estão indo para a região de Itaipu, trabalhar ou morar. Como escrevi para a deputada federal Rita Camata (e pedi a ela para comunicar ao presidente), há chance de os árabes fundamentalistas colocarem uma bomba na represa, se com isso imaginarem poder ferir os judeus em Buenos Aires.

É fatal, mesmo nestes tempos, que os judeus sejam culpados nos períodos de crise. É inescapável. Não existem candidatos mais fáceis que judeus, negros, mulheres, homossexuais, minorias em geral – ainda mais que agora há um precedente exposto, um exemplo à vista de todos. Como não há negros na Argentina, restam os demais, os judeus à frente, até porque com as mulheres os homens dormem. Também não há minorias indígenas notáveis na Argentina, foram todos exterminados, os índios de lá, ou quase.

O cenário está montado.

Vitória, terça-feira, 30 de julho de 2002.

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