Tuesday, November 05, 2013

Lentes Gravitacionais (da série Expresso 222..., Livro 5)


Lentes Gravitacionais

 

                        O conceito das lentes gravitacionais, de grandes massas que desviam a radiação, qualquer que seja, a luz em particular, também se aplica a qualquer objeto que desvia qualquer outro. O Sol é uma lente para os planetas, a constelação para o Sol, e assim por diante, para cima e para baixo.

                        Detendo-nos apenas na relação entre as massas muito grandes, do tipo das estelares, e as coisas muito pequenas, feito a luz, eis aí uma coisa interessante: como existem bilhões de galáxias, cada uma em média com 400 bilhões de estrelas, só estas representam 400.000.000.000 x (digamos até) 10.000.000.000, ou seja, 4.000.000.000.000.000.000.000, quatro sextilhões de estrelas, que seria a quantidade de lentes gravitacionais. Quatro sextilhões de LG, fazendo a luz desviar-se continuamente, batendo de um lado para outro, ricocheteando como num daqueles jogos, PINBOL. Um Pinbol estelar, batendo e rebatendo sem parar, de um lugar para outro e voltando, até embaralhar-se extraordinariamente. Nenhum dos objetos estaria onde imaginamos vê-lo. Imagens de galáxias seriam vistas em vários lugares diferentes, sendo no fundo diferentes imagens da mesma galáxia. Uma só poderia ter dúzias, centenas, milhares de imagens de várias épocas do universo. Uma confusão tremenda. O universo não teria tantas galáxias quanto imaginamos. Teria uma quantidade consideravelmente menor, como numa sala de espelhos, em que alguns poucos se refletem repetidamente, como se fossem milhares.

                        Veríamos todas as eras do universo, porque as imagens estariam circulando dentro dele, de galáxia verdadeira em galáxia verdadeira, de estrela real em estrela real, fechadas dentro de uma bola.

                        Então o TAO estaria certo: o que é não parece e o que parece não é. O universo seria muito diferente do que vemos.

Vitória, quarta-feira, 31 de julho de 2002.

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