Manadas Eletrônicas
No canal 40 da
Escelsacabo, Globo News, apareceu uma entrevista com um jornalista americano,
Paul Blustein, na qual ele chamou o dinheiro sem pátria, o dinheiro predador
irresponsável universal de Manadas Eletrônicas, pois essas rendas são como
boiadas que vão a esmo, ao sabor do maior rendimento.
Elas foram se dando
muito bem, enquanto a economia foi crescendo, se tornando cada vez mais ricas
ao longo das décadas. De 1945 até 1990, com a inauguração da Internet, as
aplicações se davam pelo telefone, exclusivamente, especialmente enquanto o
lado de cá estava dormindo. Agora a velocidade é muito maior, e a voragem
correspondentemente maior também, tendo crescido desmesuradamente.
Ainda esses dias a
Gazeta Mercantil anunciou que por conta do baque recente das bolsas nos EUA, na
sequência dos anúncios dos balanços fraudulentos de tantas e a falência de
algumas, as Manadas Eletrônicas perderam US$ 1,6 trilhão. E vão perder muito
mais, na medida em que os mercados se deteriorarem, em razão das descobertas de
todos os enganos ocultos durante essas décadas, na política de valorizar as
empresas para tomar dinheiro ao mercado. Alguns vão estar rindo à beça, com as
riquezas tomadas assim, e estocadas nos paraísos fiscais. É o tal do “ladrão que
rouba ladrão”. Os fraudadores nas empresas roubando os acionistas das Manadas
Eletrônicas. Bem feito.
Quero mesmo que elas
percam muito, que percam tudo, aliás, que adquiriram sem trabalhar, acoitados
nas sombras das leis mundiais e no poder das forças armadas dos países. Que
percam mesmo tudo e voltem a trabalhar. Um abalo assim é bom, de tempos em
tempos, como na Grande Depressão de 1929. Já é mais que tempo das bolhas todas
estourarem, especialmente essas superbolhas eletrônicas dos últimos 30 anos.
Ah, a gente ri tanto!
Que é divertido lá isso
é. Todos os espertinhos aproveitadores levando na cabeça, isso lava a alma da
gente. A justiça divina é muito mais divertida que a justiça dos seres humanos.
De longe, pode acreditar.
Vitória, terça-feira, 30
de julho de 2002.
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