Sunday, November 03, 2013

Mapas Qualitativos (da série Expresso 222..., Livro 4)


Mapas Qualitativos

 

                        A gente era e é de um tempo em que os mapas eram e são mostrados em duas dimensões, no papel, com as quatro cores mínimas tradicionais que permitem as separações dos conjuntos – de modo que se a totalidade das informações cresceu tanto em relação ao passado, é bem pouco o que temos em relação aos sonhos de futuro.

                        Resta incorporar a terceira e a quarta dimensões.

                        A terceira é a que leva do plano ao espaço, das duas às três dimensões tricoordenadas cartesianas. A quarta com certeza é o tempo, o ponto onde as três outras se reúnem. Ele permitiria o trânsito entre o passado, o presente e o futuro.

                        Com o espaço poderíamos ver nos mapas planos as produções em histogramas, colunas ascendendo ao céu. Poderíamos ter as distâncias reais de uma capital a outra, de uma cidade a outra, pelas estradas de rodagem ou de ferro entre dois pontos marcados, por avião, ou seguindo rios, ou pelos oceanos. Poderíamos apontar uma cidade e ver sua produção de aço, de carvão, de petróleo refinado, o que fosse. Poderíamos compor cones e hipercones com as produções, vendo até onde umas dominam as áreas adjacentes, conforme sugerido no modelo e nas posteridades e ulterioridades. Ver os sistemas de esgotos, os conjuntos de moradias e suas datas de construção, os terrenos vagos, as fábricas e de onde tiram os insumos, enfim, um trilhão de informações dinamizadas.

                        Com o tempo perceberíamos a evolução dos produtos, das culturas, dos elementos todos, permitindo-nos raciocinar com maior fidedignidade.

                        Em resumo, a geo-história já nasceu na Terra?

                        Eu penso que a que existiu, ainda separadas a geografia e a história, é primitivíssima, atrasadíssima, um abismo de falta de interesse. Não é atoa que as crianças não se apaixonam, só gostam porque é fácil de memorizar, não necessitam raciocinar como na Matemática e na Física. Com toda vivacidade que têm não se apaixonam, não vibram, ficam passivas, não intervêm.

                        Ao contrário, proponho uma GH de terceira e de quarta dimensões, com programáquinas extraordinários, fantásticos mesmo, a tal ponto apaixonantes que as pessoas não quererão mais largar. Claro que depende de milhares de pesquisadores & desenvolvedores prateóricos, tais como tecnartistas e arquiengenheiros, entre outros, mais os cientistas e todos os grupos de conhecedores.

                        Trata-se de aproximar o mundo real ao máximo de uma representação apropriada, a mais próxima e adequada possível, quase como se fosse o real mesmo, porém melhor ainda, porque o real interpretado por milhares e mesmo milhões em favor de um único leitor ou vedor.

                        Daí teríamos ATLA 1.0, e segue, no conjunto Atlas, mapas-múndi, mapas-do-mundo. Quantas informações (e controles ou comunicações) poderíamos colocar num mapa virtual? Uma infinidade, vasculhando centímetro por centímetro do planeta Terra, uma criação contínua desses milhares, partícipes de uma firma nossa, algo muito maior que a Microsoft do Bill Gates.

                        Umas obras essencialmente belas, emocionantes.

                        Vitória, sábado, 29 de junho de 2002.

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