RNF,
Rede Nacional do Fisco
Entrei para o Fisco
estadual em 02 de julho de 1984 e desde então tenho batalhado por ele, às vezes
mais, às vezes menos, em face das oposições ou inconsciências. De um modo
geral, mais de 99,999 % da população não entende plenamente o que sejam
tributos e impostos. A maior parte dos que sabem não raciocinam a fundo, têm
apenas uma compreensão institucional, ideológica, sem aprofundamento no
Conhecimento todo.
Por exemplo, o governo
federal criou a RNP, Rede Nacional de
Pesquisas, o que foi fundamental e maravilhoso, porém não fez o mesmo para
a fiscalização em todos os níveis, federal, estadual e municipal, nem muito
menos abrindo para os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Como resultado esses
níveis políticos e políticos-administrativos não interagem, com as
conseqüências mais vexatórias, em termos de recolhimento, de dar um basta à
sonegação. Tudo muito solto, tudo muito ineficaz, tudo muito incompetente. A
tal ponto que a Caixa Dois (coloco em maiúsculas porque virou instituição
universal no Brasil) e os crimes que ela financia, de tanta impunidade, levaram
à disseminação geral das drogas, da prostituição corporal e mental – tudo
advindo do dinheiro fácil. A degradação do povo, em vista disso, é formidável,
enquanto o perigo para as elites é proporcional (bem feito!).
Claro que há a Internet
e todo o seu caos, e há agora o SINTEGRA, talvez Sistema de Integração, não
sei. Mas não há direção, não há comando, não há centro, não há governadoria para o Fisco. Cada um age a seu bel-prazer,
numa direção e sentido qualquer, sem co-ordenação das forças como poderes, isto
é, forças dirigidas a focos específicos e determinados.
As conseqüências disso
são trágicas em termos de tudo mesmo, de saúde a educação, a criação de
patentes, de todo tipo de criação.
Eu pranteio por essa
possibilidade de união e comando, direção e sentido centrais. Por todos esses
18 anos doeu em mim, não ter conseguido motivar os capixabas e muito menos os
brasileiros, por mais que eu tenha feito. Creio que foi pouco e do outro lado
havia o compromisso com os sonegadores, a falta de fé, a desídia, a falta de
compromisso com o povo e as elites, o povelite/nação brasileira.
E de tudo fica faltando
essa RNF.
Um dia será criada, mas
quando?
Enquanto
isso o povelite pena, não conseguindo marchar adiante com tanta celeridade
quanto os outros povelites, nem com tanta satisfação de si.
Tudo isso, enquanto
falta, fique creditada à estupidez das elites daqui e aos que optaram pela
safadeza.
Vitória, terça-feira, 30
de julho de 2002.
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