Tuesday, November 05, 2013

Utilidade do Sonho (da série Expresso 222..., Livro 4)


Utilidade do Sonho

 

                        A utilidade do sono é direta: serve para recuperar as tensões, os contrastes, os choques musculares – o uso incorreto das arquiengenharia do esqueleto e dos músculos, no conjunto esculturação estática e dinâmica do corpo, esculturação mecânica que nos foi doada pelos bilhões de anos de evolução da Natureza (não são só os milhões de anos do ser humano, nós viemos lá de trás, desde a primeira alga cianofícea).

                        As utilidades do sonho podem ser várias.

                        Em primeiro lugar, como alguém disse, o sonho serve para harmonizar as várias questões, para limpar a memória. Deduzi daí que o sonho é uma espécie de skandisk e desfragmentador da mente, juntando as pontas soltas do dia anterior e preparando as pessoas para o dia seguinte. O sonho tem essa propriedade de juntar os fragmentos, as desconexões, restabelecendo a harmonia.

                        E durante o dia pensamos com palavras, enquanto durante a noite e o sonho pensamos com imagens, diminuindo o sobrepeso dos conceitos palavrosos, integrando tudo muito mais rapidamente por meio das imagens. Durante o dia falamos centenas de palavras, durante a noite “falamos” centenas de imagens, restaurando talvez a soma zero, 50/50.

                        Em terceiro lugar, pode ser que a telepatia exista (veja texto próprio, a escrever, havendo tempo), exatamente durante o sonho, quando todas as mentes seriam conectadas. O sonho seria como uma Internet, uma mundialização das vidas, uma planetarização das pessoas por meio das imagens, uma coletivização global através da inconsciência.

                        Tomando 1/3 de nossas vidas, o sono-sonho (são cognatos na Rede) não é exatamente um desperdício, pelo contrário. Penso que foram muito mal estudados até agoraqui. Espero que os pesquisadores dediquem muito mais tempo a investigar todas as suas dimensões, como queriam Freud e Jung.

                        Vitória, domingo, 14 de julho de 2002.

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