Tuesday, November 05, 2013

Terra ou Oceano (da série Expresso 222..., Livro 4)


Terra ou Oceano?

 

                        O livro de Anita Ganeri, Atlas dos Oceanos, São Paulo, Martins Fontes, 1994 (original britânico de 1994), ilustrado por Luciano Corbella, pergunta: “Terra ou Oceano?”, quer dizer, Planeta Terra ou Planeta Água?, uma pergunta que fizeram uns 60 anos passados e eu, sem saber disso, pensei independentemente.

                        Isso é motivo para raciocinarmos.

                        De fato as águas recobrem 2/3 da superfície do planeta, de forma que o 1/3 restante teria a princípio menos direito de nomeação. Porém, como já mostrei, é o meio onde vive o dominante que dá nome ao mundo, até então inerte, que passou a planeta vivo. Se o ser humano é dominante e vive no solo, obviamente o planeta se chamará Terra ou Solo ou Barro ou Sólido, o que for. SE vivesse no ar seria Planeta Gasoso ou Planeta Ar. SE vivesse na água seria Planeta Água ou Planeta Oceano ou Planeta Mar ou Planeta Líquido, como fosse.

                        Agora veja que na realidade as águas têm no máximo uma altura média de uns três quilômetros, por baixo havendo um substrato, a crosta, que é sólida. Entretanto, para dentro há sucessivamente a litosfera, esfera de pedra, depois a astenosfera, esfera fraca de rocha mais quente e mais mole, a seguir o manto, que é sólido, mais abaixo ainda o núcleo externo quente derretido e circulante, e finalmente no centro o núcleo interno, que é sólido.

                        Então, parece que temos camadas alternantes de duro-mole-duro-mole, e assim por diante, exatamente como o modelo-porta diz que deveria ser. Se segue que a Terra é ao mesmo tempo sólida e líquida e gasosa e fogosa, de plasma. Bem curioso, não é?

                        Portanto a Terra não é exclusivamente nem água nem terra/solo nem ar nem fogo/energia, é tudo junto. Sem as explicações reais fica difícil raciocinar e muitas perguntas inúteis são feitas.

                        Vitória, segunda-feira, 8 de julho de 2002.

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