A
Barriguinha das Menininhas
Antes do Modelo
da Caverna (para a Expansão dos Sapiens) era muito difícil explicar por quê as
jovens, cada vez mais cedo, estavam ficando grávidas E TENDO OS FILHOS, pois
existem as pílulas, que todas conhecem; há a possibilidade do aborto (embora eu
seja contra, mas não estou lá); vários métodos para não engravidar; e no geral
muito mais informação do que antes.
Então, porque estão engravidando aos
17, 16, 15, 14, 13 e até mais cedo? Não é lógico, pelas convicções antigas. Por
quê se sujeitam a desde muito cedo carregar um filho por tantas décadas à
frente, com ou sem marido (agora, mais frequentemente, sem; as crianças ficam
com os pais e mães, os avôs e as avós)?
O Modelo da
Caverna diz que elas ficavam desde cedinho observando as mães e sonhando com
serem elas mesmas mães; que essa coisa de boneca já é o filho que aspiram,
desde garotinhas, ter; que isso foi plantado muito fundo pela Natureza e é uma
disposição hormonal extraordinariamente compulsiva e potente; que elas farão DE
TUDO para engravidar; que o propósito do corpo feminino (isso se refletirá
inclusive nos pseudomachos, que simbolizarão a gravidez e sonharão estarem
tendo filhos) é parir continuamente 10, 15, 20, 25 filhos ou o que for
possível, ano após ano.
É uma compulsão irresistível.
Elas apenas estão sendo liberadas
para exercer o imperativo. Na medida em que Margareth Mead proporcionou a
válvula de escape que a sociedade ocidental aspirava, no sentido de desafogar
sexualmente a desobediência dos filhos e filhas em relação a pais e mães, a
válvula aberta meramente deixou vazar, tanto através das meninas quanto dos
meninos, não se devendo esquecer que eles também estão “engravidando”, pois
contribuem no ato.
Aquilo que era um
furinho virou um buraco enorme, por onde escapole a antiga ânsia implantada
pela Natureza. Será difícil desfazer, pois defensivamente elas se
especializarão em mimetismos que garantam a satisfação das vontades ancestrais.
Não é à toa que as mães davam bonecas, pseudofilhos com que as meninas podiam
brincar; e não davam aos meninos porque meninos não parem, não entram em
trabalho de parto. Não era segregação coisa nenhuma, era pura utilidade.
Vitória, quarta-feira,
12 de janeiro de 2005.
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