Parte
da População
Segundo o senso de 2010 a população
brasileira ficou em torno de 186 milhões (mais alguns milhares que nada
significam em termos de certeza científica): todos os números abaixo deste são
“parte da população”, até chegar em 1. Um habitante também é parte da
população.
Então, esse conceito é inútil. Ele
não distingue nada. Não gradua: dizer “parte da população” tanto serve para 50
milhões quanto para 50.
“População” é útil, mas “parte da
população”, não.
O “todo da população” também é vão,
pois população já significa isso; do mesmo modo “o total da população”.
Os acadêmicos da língua, aqueles que
a estudam não são responsáveis apenas pela correção ortográfica, a das
palavras, mas também pela lógica lingüística, a lógica-dialética.
Por exemplo, há as redundâncias.
Os jornalistas do Espírito Santo
adoram dizer “teto máximo” e “piso mínimo”, porque querem esbanjar erudição.
Como se pode pensar, mesmo nos extremos do apuro, mesmo com as “palavras
difíceis” a língua é muito pura, muito enxuta, ela é lógico-dialética,
extremamente seca.
E bela, claro.
É da maior importância ensinar a
língua todos os anos da escola (jardim, pré-primário, primeiro e segundo graus,
universidade, mestrado, doutorado e pós-doutorado) E A FUNDO, com muita
seriedade.
O anúncio gramatical-sintético da
língua é a mais depurada declaração lógico-dialética, é o anúncio de fundo do
universo (em cada falar), é o próprio falar de i Deus-Natureza.
Ora, tirar da língua-falada esses
excessos não apenas fará bem a todos e cada um como também fará sentido perante
os povos do mundo. Um povo grande como o brasileiro não pode continuar
depauperado linguisticamente.
Serra, terça-feira, 23 de agosto de
2011.
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