Praça de Cinema
Já disse que os
governempresas são primitivos, bárbaros, incivilizados, incultos, selvagens e
todo adjetivo que você puder arranjar nessa direção-sentido deles estarem
atrasados em termos de percepção da virturrealidade do mundo.
As praças são as
coisas mais ridículas do universo, tão simplórias a ponto de dar nojo na gente;
são espaços com alguns bancos, flores, árvores – e os prefeitos e seus
planejadores já acham muito. Quando em cidades um pouco mais avançadas,
comportam algumas coisas mais, sempre na mesma linha, mas eu já disse que podem
ir muito além.
Em particular,
podem ser inteiramente dedicadas ao cinema geral com salas, com lojas vendendo
artigos, com praça de alimentação, com salas de discussão, com museu, com
biblioteca, com áreas livres, com espaços para exposições, com telas de
documentários “ao ar livre” - fora das salas, mas dentro da praça.
Enfim, podem ser muito avançadas.
Quanto os tecnartistas
(especialmente os urbanistas e os arquiengenheiros) poderiam ir além do que já
está aí?
Além disso, para
aproveitar melhor o espaço, nada pede que ele seja somente aquele no plano, o
que demonstra castração mental; pode ser aproveitado todo o volume com vários
planos num prédio de muitos andares, lá mesmo onde está a praça-plana de hoje.
Por quê não construir um prédio onde
ela se situa?
Nada realmente impede, só a falta de
imaginação.
Com 10, 20, 40 andares as
prefeituras das cidades maiores poderiam fazer prosperar o Cinema a níveis
inimaginados hoje. Poderiam convidar artistas, diretores, produtores,
pesquisadores, toda gente envolvida para dar palestras, para ver, para apenas
estar presente, para conversar com as pessoas, ali colocando lojas de bancos
financiadores, roteadores que façam convergir os vários envolvidos, livrarias,
salas de imprensa, salas de Internet, uma quantidade impressionante de apoios
ou amparos.
Ah!, como essa
gente perde tempo e em sua grandeza insignificante não consegue ver um palmo na
frente do nariz, centrada que está em si mesma.
Vitória, sábado,
10 de janeiro de 2004.
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