Praças Privadas
Fica até estranho falar
assim, porque só conhecemos praças públicas. Nunca ouvi falar de uma só praça
privada ou parque privado, empresarial que não seja um quintal interno,
cercado, destinado aos funcionários.
Hoje, subitamente, pensei
nelas quando meu filho se sentiu entediado. Poderiam ser destinadas às idades
(bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos); aos sexos (mulheres e
homens); às raças, desenhados para negro-africanos, para branco-europeus, para
amarelo-asiáticos, para vermelho-americanos, para mestiços, para todos juntos.
Poderiam
ser muito variadas.
Somente
cercados, com flores, árvores de frutos e de sombra, grama, arranjos. Com bares
e restaurantes. Com lojas, como centros de compras abertos. Com estacionamento
em volta. Com recantos, com lagos, com observatórios, uma infinidade de
soluções.
O
que fazem os jovens que precisam conversar sobre os rumos de suas vidas e o
futuro, sobre sua inserção no mercado de trabalho e as parcerias sexuais? Aonde
iriam se distrair? No tédio procuram drogas, gangues, diversões perigosas,
quando poderiam perfeitamente estar freqüentando tais lugares amenos. Com
psicólogos, com professores de ginástica, com avôs e avós que queiram dar
conselhos, com filmes, com documentários, com exposições.
Grandes
feiras, grandes acontecimentos.
E
igualmente para jovens mulheres solteiras ou casadas, para escritores e
artistas de um modo geral, para celebrações da Vida, para religiosos, o mercado
é praticamente ilimitado, além de virgem.
Infinito
planejamento no futuro.
Vitória,
terça-feira, 14 de janeiro de 2003.
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