Silas Quente e Yuki
Fria
Silas é o labrador Pink nose de meu filho
de 21 e Yuki é a gata persa de minha filha de 23 anos.
Ele senta em lugares frios de comprido,
patas da frente estendidas adiante e patas traseiras estendidas para trás,
enquanto ela procura na sala o único lugar onde falta um quadrado e fica
exposta à massa abaixo: a dedução vinda do Modelo da Caverna para a Expansão
dos Sapiens (MCES) é que Silas, como bioinstrumento dos pais-filhos e Yuki como
bioinstrumento das mães-mulheres, repetem seus donos, tendo sido selecionados
os animais em cada caso que combinam com suas utilidades proprietárias.
BIOINSTRUMENTAÇÃO (foi uma
construção muito precisa, dentro dos limites e possibilidades)
Silas
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Ele é da natureza externa, do frio
exposto às intempéries, é grande gastador de energia, esbanjador mesmo e
feroz boca-dos-homens, destemido e impressionante rompedor, castigador dos
inimigos, leal e dependente de carinho permanente, vivendo disso mais que de
alimentação. Não precisa do patrão para conseguir alimento, mas prefere
presença.
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esbanjador
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Yuki
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Ela é de natureza interna, do calor da
caverna, é poupadora intensiva de energia e não faz o menor gesto
desnecessário, uma das pequenas-bocas-das-mulheres, calada e enganadora,
espreitadora, independente e autônoma. Precisa da patroa e vive à sua volta,
mas sai quando quer, voltando quando lhe dá vontade.
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poupadora
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Tudo que ele e ela são, os homens e as
mulheres são também.
Os bioinstrumentos são CORRELATOS ou
correspondentes, são co-criações das almas-corpos principais e dos propósitos
que lhes foram atribuídos: refletem ainda a produçãorganização das cavernas
onde vivemos antanho, nos tempos idos, antigamente.
Não foram atualizados desde que se tornaram
desnecessários, desde Jericó há 11,5 mil anos. São prévios à Idade
Quente em que estamos vivendo. São criaturas do frio-de-constraste,
digamos assim, ele muito peludo para viver na média glacial muito mais fria e
ela preparada para viver no calor muito mais intenso do interior. Claro que
haverá um delta-de-temperatura, ΔT, uma distância entre as atividades dele e
dela, o que dispara um e outra: isso não foi modificado em doze milênios, de
modo que estamos vivendo com os bioinstrumentos postos ainda na pré-história e
mais para trás na pré-urbanização.
Os bioinstrumentos, estes e outros, ainda
são cavernícolas, o que deve transparecer em suas biologias não-adaptadas à
urbanização.
Vitória, segunda-feira, 16
de abril de 2007.
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