Sunday, November 03, 2013

A Persistência das Religiões (da série Expresso 222..., Livro 4)


A Persistência das Religiões



                        Falam de um SENTIMENTO RELIGIOSO que persiste através dos tempos e contamina uma grande quantidade de pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas religiosas). Algo que está cravado mesmo na alma. Seria esse sentimento diferente dos outros, supostamente mais fracos.

                        Durante um punhado de tempo aceitei essa declaração como sendo um marco da verdade.

                        Recentemente, estes dias, fiquei pensando que o modelo diz que tudo persiste. O modelo-porta trouxe grande e necessária uniformização, porque antes as categorias, contra a Navalha de Ocam, estavam sempre sendo multiplicadas, causando confusão enorme.

                        Pois tudo mesmo persiste, não só a religião.

                        Persistência alta: da Magia, da Teologia, da Filosofia e da Religião. Persistência baixa: da Arte, da Religião, da Ideologia e da Técnica. Persistência da Matemática, de tudo mesmo. Os teólogos/religiosos são no conjunto 25 %, idealmente, na Terra atual de seis bilhões de seres humanos (aliás, deveriam contar todas as populações, com um Congresso das Populações, inclusive animais, plantas e fungos) 1,5 bilhão. De fato, somando os 2,0 bilhões de cristãos com o 1,3 bilhão de muçulmanos, mais os budistas (que não seguem religião, apesar de parecer), 300 milhões, e 700 milhões de hinduístas, teríamos aí 4,3 bilhões, mais de 70 %, havendo um deslocamento, em razão da pressão dos religiosos, exatamente porque os 25 % de magos e artistas se juntam, sem falar nos filósofos e ideólogos. Agora, é certo que já existem 15 % dos humanos sem qualquer religião, sem falar do bilhão de chineses que estão sob o estado comunista de duas vias avesso à expressão religiosa (mas que, soltos, voltariam ao budismo, ao confucionismo, ao taoísmo – que de modo algum são religiões, lembre-se).

                        Então, à medida que haja mais liberdade e menos pressão religiosa, as coisas se acomodarão.

                        Se você observar bem, os demais modos de expressão também persistem com alta fidelidade. O que acontece é que os religiosos são mais insistentes, incomparavelmente mais determinados em obrigar os demais à sua particular expressão mental.

                        O significado disso é que quem não adere sempre está ameaçado pela morte, sendo tão mais fácil aderir que morrer. A reavaliação disso renderá um punhado de teses de mestrado e doutorado.

                        Vitória, domingo, 07 de julho de 2002.

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