Tuesday, November 05, 2013

Cama Suja Ocidental (da série Expresso 222..., Livro 5)


Cama Suja Ocidental

 

                        Há uns três mil e quinhentos anos, se minha memória das informações não falha, os hindus inventaram o Kama Sutra = CAMA SUJA = CASAL SUJO = CASAL PUTO, na Rede Cognata. Não o fizeram no sentido da imoralidade, pelo contrário, o povo da Índia sempre foi muito quieto (o que não se deve confundir com pacífico – a belicosidade é um tom de lá), muito parado, sem iniciativas.

                        As elites então, vendo isso, decidiram introduzir novidades na vida sexual de homens e mulheres, cuja função era basicamente apenas procriadora. Inventaram o Kama Sutra, uma série de variações sexuais descritas minuciosamente em desenhos, as fotografias da época, e assim difundiram uma quantidade de posições inovadoras (para o povo).

                        Procederam certo, pois os casais eram criados a partir de atentas e detalhadas combinações dos pais e das mães, em idades muito tenras de meninos e meninas. Assim, provavelmente, tornaram o casamento mais duradouro, com grandes resultados para a criação dos filhos e sua educação, de que depende a prosperidade humana. Assim a Índia se tornou rica na antiguidade e até há alguns séculos, e relativamente pacífica (não comer carne ajudou bastante).

                        O Ocidente deve inventar sua versão, o que denominei Cama Suja, de modo que também os pobres e miseráveis daqui possam variar o papai-e-mamãe, o pão nosso de cada dia nos dai hoje. Não será nada de imoral, apenas uma modificação da vida entre quatro paredes – e isso com as atuais vantagens tecnológicas (vídeo, DVD, aparelhos, objetos, etc.).

                        As elites ocidentais dedicam-se pouco ao povo, a estudá-lo e a favorecê-lo, razão pela qual as multidões estão sempre inquietas, intranqüilas, indóceis, violentas. Só pensam em castigos, embora o cinema tenha sido uma grande coisa, meio que acidental.

                        Passou da hora de dar mais atenção.

                        Vitória, terça-feira, 23 de julho de 2002.

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