Sunday, November 03, 2013

Começando Tardiamente (da série Expresso 222..., Livro 4)


Começando Tardiamente

 

                        Há muitas desvantagens de começar mais tarde, mas há também algumas vantagens notáveis.

                        Uma delas, por exemplo, pode ser ilustrada por estes dados do livro dos organizadores Bolívar Lamounier e Rubens Figueiredo, A Era FHC (Um Balanço), São Paulo, Cultura, 2002, no artigo 6, Telecomunicações, Ethevaldo Siqueira, p. 215 e ss., p. 226: em 1994 o Brasil dispunha de 13,3 milhões de acessos telefônicos fixos, enquanto em 2001 já eram 43,1 milhões (multiplicando por 3,24 em sete anos), devendo atingir 65 milhões em 2005 (multiplicando por 4,89 em 11 anos). Em 1994 eram 0,6 milhão de celulares, ao passo que em 2001 já eram 27,7 milhões (multiplicando por 46,2 em sete anos), projetando-se para 65 milhões em 2005 (multiplicando por 108 em 11 anos).

                        Repare que 2001 - 1994 foram 30,1 milhões de TELEFONES NOVOS (em 2005 - 1994 serão 52 milhões), enquanto 2001 - 1994 foram 27 milhões de CELULARES NOVOS (em 2005 - 1994 serão quase 65 milhões).

                        Como dizia o povo antes, tudo “tinindo de novo”, tudo novíssimo, tecnologia das mais recentes, não as velharias. É claro que no restante do mundo há renovação, mas mesmo assim – o Brasil está com o que há de melhor pelo mundo, relativamente, menos a frente de ondas de que só os do primeiro mundo dispõe, por estarem criando e não copiando.

                        Resulta que os retardatários têm essa vantagem de começando mais tarde disporem do que há de mais contemporâneo, mais avançado, em termos, o que dá grande satisfação, pois não pegamos os atrasos, que vão ficando como notícia dentro da mente coletiva. Só pegamos os avanços, os adiantamentos.

                        A soma é mesmo zero, 50/50, pois se sofremos por não dispormos dos avanços enquanto aconteciam, por outro lado estamos junto da frente tecnocientífica prateórica de criação, o que trará conseqüências extraordinárias, se as elites locais brasileiras tiverem coragem e competência para dar o salto revolucionário.

                        Vitória, domingo, 14 de julho de 2002.

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