Começando
Tardiamente
Há muitas desvantagens
de começar mais tarde, mas há também algumas vantagens notáveis.
Uma delas, por exemplo,
pode ser ilustrada por estes dados do livro dos organizadores Bolívar Lamounier
e Rubens Figueiredo, A Era FHC (Um
Balanço), São Paulo, Cultura, 2002, no artigo 6, Telecomunicações, Ethevaldo Siqueira, p. 215 e ss., p. 226: em 1994
o Brasil dispunha de 13,3 milhões de acessos telefônicos fixos, enquanto em
2001 já eram 43,1 milhões (multiplicando por 3,24 em sete anos), devendo
atingir 65 milhões em 2005 (multiplicando por 4,89 em 11 anos). Em 1994 eram
0,6 milhão de celulares, ao passo que em 2001 já eram 27,7 milhões
(multiplicando por 46,2 em sete anos), projetando-se para 65 milhões em 2005
(multiplicando por 108 em 11 anos).
Repare que 2001 - 1994
foram 30,1 milhões de TELEFONES NOVOS (em 2005 - 1994 serão 52 milhões),
enquanto 2001 - 1994 foram 27 milhões de CELULARES NOVOS (em 2005 - 1994 serão quase 65 milhões).
Como dizia o povo antes,
tudo “tinindo de novo”, tudo novíssimo, tecnologia das mais recentes, não as
velharias. É claro que no restante do mundo há renovação, mas mesmo assim – o
Brasil está com o que há de melhor pelo mundo, relativamente, menos a frente de
ondas de que só os do primeiro mundo dispõe, por estarem criando e não
copiando.
Resulta que os
retardatários têm essa vantagem de começando mais tarde disporem do que há de
mais contemporâneo, mais avançado, em termos, o que dá grande satisfação, pois
não pegamos os atrasos, que vão ficando como notícia dentro da mente coletiva.
Só pegamos os avanços, os adiantamentos.
A soma é mesmo zero,
50/50, pois se sofremos por não dispormos dos avanços enquanto aconteciam, por
outro lado estamos junto da frente tecnocientífica prateórica de criação, o que
trará conseqüências extraordinárias, se as elites locais brasileiras tiverem
coragem e competência para dar o salto revolucionário.
Vitória, domingo, 14 de
julho de 2002.
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