Saturday, November 02, 2013

Invenção dos Pesquisadores (da série Expresso 222..., Livro 3)


Invenções dos Pesquisadores

 

                        Ainda que Norbert Wiener tenha falado das invenções (patentes e modelos de utilidade) como sendo atividade menor, quanto mais penso mais vejo que não é nada disso, pelo contrário, a criação dos objetos dá sustentação e alegria ao mundo, bastando repassar aquelas coisas de que você se lembra no seu dia a dia.

                        Depois que comecei a buscar informações na Internet, desde uns seis anos atrás - tendo juntado muitas delas -, mais me convenço de que este é o caminho, não só para o pessoal de oficina como para os pesquisadores mesmo e os desenvolvedores.

                        Fiz quatro mil inicialmente, em razão da promessa de chegar a esse patamar, e depois parei, sendo 2,3 mil idéias e 1,7 mil patentes descritas. Idéias não seriam patenteáveis, enquanto objetos sim. Depois que recomecei juntei mais certa de 400 idéias e perto de 300 patentes. As regras para as patentes são: 1) tudo que for industrializável, 2) a novidade absoluta, ou seja, o que estiver além do estado de tecnarte, como chamei, ou estado da arte, como dizem. Os modelos de utilidade são acréscimos às patentes, pequenas mudanças.

                        É tão simples quanto identificar a necessidade, imaginar a forma material, dar-lhe conteúdo ou conceito sustentador energético e registrar, sozinho ou com ajuda de um agente de patenteamento, no meu caso o Wagner Fafá Borges, do CENDI, Clube dos Inventores do ES, e do CLUBE DOS INVENTORES BRASILEIROS, veja www.inventar.com.br.

                        Acontece que as pessoas se refreiam, especialmente os pesquisadores, que detém conhecimento mais profundo, em razão dessa visão distorcida e corruptora de ser atividade insignificante, do ponto de vista da criação, intelectual ou não.

                        Aí é que está, embora precisemos do conhecimento fundamental, que dá fundamento ou base teórica ao avanço humano, os pesquisadores (magos, teólogos, filósofos e cientistas) e os desenvolvedores (artistas, religiosos, ideólogos e técnicos) e matemáticos podem dedicar parte de seu tempo às invenções. Se obtiverem duas ou três em sua vida já bastará para terem dinheiro suficiente para se dedicarem à P&D com tranqüilidade, com absoluta calma, fleuma, frieza.

                        Com dinheiro no banco, com casa boa, com carro e recursos para passeios, para não falar com quê comprar livros e outros instrumentos ou meios de pesquisa, tudo ficaria muito mais conveniente.

                        Em lugar disso, que vemos hoje?

                        Um monte de pesquisadores & desenvolvedores ganhando pouco, superatarefados, indo atrás de migalhas das verbas, sujeitando-se a todo tipo de desprezo e maus-tratos psicológicos, quando poderia haver independência física e mental, verdadeira liberdade de busca.

                        Se não há é porque meteram nas cabeças deles que inventar é ruim, é tarefa dos pouco fecundos, dos simples.

                        De modo nenhum! E, mesmo se fosse, não precisaria ser assim. Se os teóricos e os práticos fossem orientados para, nas horas vagas, inventarem alguma coisa ganhariam aquele precioso dinheiro com o qual teriam independência financeira em relação às instituições públicas e privadas. Talvez seja justamente isso que o Estabelecimento/Establishment governempresarial políticadministrativo não quer.

                        Vitória, sexta-feira, 21 de junho de 2002.

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