Invenções
dos Pesquisadores
Ainda que Norbert Wiener
tenha falado das invenções (patentes e modelos de utilidade) como sendo
atividade menor, quanto mais penso mais vejo que não é nada disso, pelo
contrário, a criação dos objetos dá sustentação e alegria ao mundo, bastando
repassar aquelas coisas de que você se lembra no seu dia a dia.
Depois que comecei a
buscar informações na Internet, desde uns seis anos atrás - tendo juntado
muitas delas -, mais me convenço de que este é o caminho, não só para o pessoal
de oficina como para os pesquisadores mesmo e os desenvolvedores.
Fiz quatro mil
inicialmente, em razão da promessa de chegar a esse patamar, e depois parei,
sendo 2,3 mil idéias e 1,7 mil patentes descritas. Idéias não seriam
patenteáveis, enquanto objetos sim. Depois que recomecei juntei mais certa de
400 idéias e perto de 300 patentes. As regras para as patentes são: 1) tudo que for industrializável, 2) a novidade absoluta, ou seja, o que
estiver além do estado de tecnarte, como chamei, ou estado da arte, como dizem.
Os modelos de utilidade são acréscimos às patentes, pequenas mudanças.
É tão simples quanto
identificar a necessidade, imaginar a forma material, dar-lhe conteúdo ou
conceito sustentador energético e registrar, sozinho ou com ajuda de um agente
de patenteamento, no meu caso o Wagner Fafá Borges, do CENDI, Clube dos
Inventores do ES, e do CLUBE DOS INVENTORES BRASILEIROS, veja www.inventar.com.br.
Acontece que as pessoas
se refreiam, especialmente os pesquisadores, que detém conhecimento mais
profundo, em razão dessa visão distorcida e corruptora de ser atividade
insignificante, do ponto de vista da criação, intelectual ou não.
Aí é que está, embora
precisemos do conhecimento fundamental, que dá fundamento ou base teórica ao
avanço humano, os pesquisadores (magos, teólogos, filósofos e cientistas) e os
desenvolvedores (artistas, religiosos, ideólogos e técnicos) e matemáticos
podem dedicar parte de seu tempo às invenções. Se obtiverem duas ou três em sua
vida já bastará para terem dinheiro suficiente para se dedicarem à P&D com
tranqüilidade, com absoluta calma, fleuma, frieza.
Com dinheiro no banco,
com casa boa, com carro e recursos para passeios, para não falar com quê
comprar livros e outros instrumentos ou meios de pesquisa, tudo ficaria muito
mais conveniente.
Em lugar disso, que
vemos hoje?
Um monte de
pesquisadores & desenvolvedores ganhando pouco, superatarefados, indo atrás
de migalhas das verbas, sujeitando-se a todo tipo de desprezo e maus-tratos
psicológicos, quando poderia haver independência física e mental, verdadeira
liberdade de busca.
Se não há é porque
meteram nas cabeças deles que inventar é ruim, é tarefa dos pouco fecundos, dos
simples.
De modo nenhum! E, mesmo
se fosse, não precisaria ser assim. Se os teóricos e os práticos fossem
orientados para, nas horas vagas, inventarem alguma coisa ganhariam aquele
precioso dinheiro com o qual teriam independência financeira em relação às
instituições públicas e privadas. Talvez seja justamente isso que o
Estabelecimento/Establishment governempresarial políticadministrativo não quer.
Vitória, sexta-feira, 21
de junho de 2002.
No comments:
Post a Comment