Mecatrônica
A cibernética foi criada
em 1947 pelo cientista judeu-americano Norbert Wiener (1894 – 1964, 70 anos
entre datas), que ele expôs logo a seguir no livro Cibernética, Controle e Comunicação no Animal e na Máquina, de 1948.
Muito tempo depois, já
na década dos 1990, apareceu a palavra mecatrônica, fusão de mecânica e eletrônica.
Na física a mecânica se
divide em estática e dinâmica.
No modelo, todo o
Conhecimento é buscado pelos partidos altos (Magia, Teologia, Filosofia e
Ciência) e baixos (Arte, Religião, Ideologia e Técnica), e pela Matemática, que
fica no centro do duplo quadrado.
As ciências são:
Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5,
Dialógica/p.6. As técnicas são: Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4,
Astronomia/X5, Discursiva/X6. Elas se correspondem duas a duas, por exemplo,
Física e Engenharia, Química e X1, formando a pontescada tecnocientífica. As
técnicas são as ciências baixas, enquanto as ciências são as técnicas altas.
Informática é a ciência,
cibernética é a técnica, ou seja, aquela pesquisa e esta desenvolve, aquela
busca as razões e esta amplia os produtos.
Apesar de eu gostar
tanto de Wiener, coloquei a Cibernética (em maiúsculas conjunto ou família ou
grupo de cibernéticas) em baixo, como deve ser. Tirando a palavra do grego
antigo, kibernetes, timoneiro, o que
conduz o navio, Wiener lhe deu grande profundidade. Repare que ele chamou
de ciência da “comunicação e do controle NO ANIMAL E NA MÁQUINA”, maiúsculas
minhas, o que inclui o ser humano.
Mas a Cibernética se
estende para baixo, rumo à Psicologia/p.3, à Biologia/p.2 e à Física/Química, e
para cima, rumo à Cosmologia/p.5 e à Dialógica/P.6, e seus pares inferiores,
quer dizer, para baixo à Psiquiatria/X3, à Medicina/X2 e à Engenharia/X1, e
para cima à Astronomia/X5 e à Discursiva/X6. E, propriamente, age no plano da
Informática/p.4 e da própria Cibernética/X4. Enfim, abrange tudo, porque tudo
tem retroalimentação (alimentação para trás) ou realimentação, num sistema
fechado. Poderíamos falar de realimentação física, de realimentação química,
até de realimentação dialógica. É evidente que a ecologia biológica/p.2 é uma
cibernética. Sem falar na Ecologia do modelo.E falamos, é claro, num plano mais
restrito, de realimentação cibernética, realimentação do timoneiro, que possui
a tecnarte (ciência/magia baixa) de guiar o navio.
E quanto à robótica,
qual é seu grau de parentesco?
A robótica é a fração da
cibernética que trata dos robôs, como esses de fábrica e outros.
A mecatrônica, por outro
lado, é uma engenharia, situada no plano da Física, conseqüentemente sem se
interessar por altos raciocínios sobre a realimentação na Biologia/p.2, na
Psicologia/p.3, etc. Ela não se pergunta sobre as realimentações psicológicas:
realimentação espacial, realimentação psicanalítica (das figuras),
realimentação psico-sintética (dos objetivos), realimentação econômica (da
produção), realimentação sociológica (da organização) e realimentação temporal.
Nada disso, ela fica
rente às perguntas características da engenharia. Se vê o estático, é sob a
ótica da forma de engenharia; se olha para o dinâmico, é sob a condição de
conceito da engenharia, ou seja, no conjunto como formestrutura de engenharia.
Formestrutura mecatrônica, diga-se de passagem, realimentação
mecânica-eletrônica, que usa os elétrons e a eletricidade para animar as
máquinas, os aparelhos, os instrumentos, criando programas-máquinas,
programáquinas, como os chamei, programas que operam máquinas, aparelhos, instrumentos
por meio de seqüências e redes de comandos. Podemos até esperar que atinja a
união com a arquitetura, como realimentação das formestruturas de
arquiengenharia.
É então uma
fração-derivada da Cibernética propriamente dita, aquela mais alta, a cibernética-das-máquinas,
porque existe a outra, a cibernética-dos-animais, e ainda mais no alto a
cibernética-dos-seres-humanos, assim como vai haver a cibernética para o
além-do-humano.
Por fim, a mecatrônica
não é a Cibernética de fato. É o uso dos conceitos e formas da Cibernética para
a produção de autocontrole ou auto comunicação induzida, de baixa resposta,
não-inteligente, não-racional em coisas puramente físicas (e até químicas).
Porém, GROSSO MODO,
poderíamos falar de cibernética, robótica e mecatrônica como sendo a mesma
coisa, ao nível do povo, que não conseguirá vê-las como separadas.
Entrementes, num plano
de discussão mais alto, a distinção é necessária, é até mesmo fundamental.
Vitória, quarta-feira,
29 de maio de 2002.
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