Saturday, November 02, 2013

Nova Diplomacia (da série Expresso 222..., Livro 3)


Nova Diplomacia


                        Segundo a grade signalítica do modelo, tao = TATO = T = EQUILÍBRIO, portanto, no falar do taoísmo, “o equilíbrio de que se fala não é o equilíbrio”. E tato, no modelo, é o sentidinterpretação central, de que partem todos os outros.

                        Naturalmente falei extensamente sobre diplomacia no modelo, vá ler.  Aqui se trata de ampliar suas margens.

                        Ampliação pessoal, de dentro e de fora, enquanto fazer e observar, respectivamente, visando crescimento das pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas), pois se o país quer ser grande, a diplomacia deve ser grande também. Ampliação ambiental, visando os lugares (municípios/cidades, estados, nações e mundos) – por acaso os núcleos diplomáticos tem seções para tudo isso? Não precisam ser mais que páginas de computador, mas tem de ter. Não ter é o cúmulo do absurdo.

                        E a chamei de DUPLO-MACIA, macia dos dois lados. Não pode ser um pelego de cavalgadura para amaciar o sentar das elites sobre o povo, da direita sobre a esquerda – deve beneficiar os dois lados, esquerdireita e povelite/nação, a parelha de cavalos. O compromisso não pode ser único - para maior felicidade de todos.

                        E quanto ao Conhecimento (em maiúsculas conjunto ou família ou grupo de conhecimentos)? Amparo ao conhecimento alto (Magia, Teologia, Filosofia e Ciência) e ao conhecimento baixo (Arte, Religião, Ideologia e Técnica) e Matemática. Nas ciências e técnicas, a pontescada tecnocientífica. Pelo lado das ciências: Física/Química Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6. Pelo lado das técnicas: Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5 e Discursiva/X6. Como entender que a Diplomacia se ausente do mundo onde vive?

                        E a divisão do mundo em quatro: quatro superseções, para o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto mundos. Sem essas seções, como entender as sutilezas das percepções? Não menos para os países menores PORQUE deles temos menor chuva de notícias constantes. Por exemplo, os EUA são grandes, mas temos notícias deles o tempo todo, de todos os modos possíveis, sem precisar ir buscar.

                        Depois, a Bandeira Elementar: ar, água, terra/solo e fogo/energia, no centro a Vida e no centro do centro a Vida-racional. Sem ter uma percepção de fundo dos elementos não é possível reagir a tempo à pululação das notícias e eventos.

                        A Chave do SER (CS) {memória, inteligência e controle/comunicação} e a Chave do TER (CT) {matéria, energia e informação}, Chave CST – se não há gente para pensá-las, ou se não acompanhamos os pensadores de dentro e de fora, como representar convenientemente os interesses nacionais tão vastos e tão agudos num mundo muito mais complexo?

                        As classes do labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas), as classes do sexo (fêmeas, machos, pseudo-homens e pseudomulheres), as classes do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis), as quatro raças (negros-africanos, amarelos-asiáticos, brancos-europeus e vermelhos-americanos), os setores econômicos (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos), se não são conhecidas intimamente, que tipo de busca pode ser potencializada no exterior, e como essas pessoas, postas a alto preço nas embaixadas podem pretender representar condignamente nossos interesses?

                        Enfim, o que os diplomatas estão fazendo, deitados em berço esplêndido? Qual é o custo da diplomacia? Eu acho que o custo é alto, face aos baixos rendimentos, mesmo se a diplomacia brasileira tem sido uma das melhores do mundo. É que poderia ser muito melhor. Não nos contenta, como está.

                        A diplomacia se coloca problemas?

                        Se não, como esperam evoluir os diplomatas se não tem nada que os acicate? Se nada perturba, se nada impõe a pressão do descontentamento, como esperam saltar revolucionariamente para os novos patamares de criação?

                        Frente ao potencial, todas essas diplomacias são muito primárias, o que é tremendamente aborrecido, principalmente se aceitamos que, para o passado, elas têm sido bem satisfatórias. Se nós estivéssemos voltando no tempo, bem, mas não é isso que acontece.

                        Daí que, em se tratando de ir ao futuro, a coisa preocupa.

                        PORQUE as diplomacias não são ativas, são passivas, esperam pelos acontecimentos, pelas solicitações. Não se preparam, não investigam as mutações.

                        Vitória, sexta-feira, 31 de maio de 2002.

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