Os
Desenhos de Nazca
Nazca fica na
Cordilheira Ocidental, no Peru, e há lá uma série de desenhos sobre as
montanhas. São desenhos muito grandes, que do solo são difíceis de distinguir,
o que bastou para sugerir que tenham sido feito por deuses astronautas, por
exemplo, pelo Erick Von Däniken, nos livros dele, especialmente Será que Eu Estava Errado?, São Paulo,
Melhoramentos, 1988, original de 1985 em alemão, p. 127 e ss.
A Matemática é virtual e
durável, porque sempre pode ser deduzida pela inteligência, onde quer que ela
surja, enquanto o real é perecível, desaparecendo com a obliteração das formas.
Se alguém vai deixar
mensagens para o futuro, escolherá a Matemática, não as coisas que desaparecem,
inclusive pirâmides. Não colocará as coisas visíveis, mas as esconderá em
chaves, principalmente se o conhecimento superior tem chances de cair em mãos
erradas, dos ignorantes.
Por isso, se há alguma
mensagem por lá, ou em qualquer lugar, devemos esperar que esteja oculta, em
lugar de em evidência.
Vai daí eu pensar que,
se os desenhos significam alguma coisa, devem estar sobrepostos, uma mensagem
tridimensional, como se cada letra ou figura estivesse posta em sucessivas
folhas amontoadas de papel, que fosse preciso separar com algum processo
matemático, por exemplo, num ordenador ou computador, de tal modo a só se
tornarem inteligíveis depois disso.
De outra forma, qualquer
um poderia decifrá-las.
A ser assim, seria
preciso copiar todos os sinais e ordená-los através do cruzamento, o que está
em primeiro lugar, mais acima, não sendo cruzado por nenhum outro, e assim
sucessivamente, até o último, sobreposto pelos anteriores todos.
Então, esses sinais serão encadeados, o primeiro
sendo o último (como se você pegar a frase grifada, o O de ÚLTIMO estando
por cima de todos, depois o M, a seguir o I como terceiro para dentro, etc.).
Depois, se fizer sentido, será assim, desse jeito, ou de outro logicamente
equivalente.
Regras simples da
matemática, dependendo de um certo estágio tecnocientífico, devem ser exigidas.
De outro modo qualquer um poderia decifrar. Se houve mesmo uma civilização
antiga, com algum poder superior, claramente seria perigoso colocá-lo nas mãos
de patetas, se aquela mesma civilização, suposta superior, não soube lidar com
ele.
Por conseguinte, a idéia
de Däniken de que as mensagens poderão ser lidas diretamente, não faz sentido,
porque os efeitos do tempo tudo apagam. Nós sabemos disso e qualquer
civilização que se preze o saberá no futuro ou o teria sabido, no passado.
Assim sendo, nenhum
desses práticos realmente fez mais do que despertar o interesse. Foi bom o que
fizeram, se há sentido no que fizeram, porém não passa disso.
Vitória, quarta-feira,
12 de junho de 2002.
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