Saturday, November 02, 2013

Os Desenhos de Nazca (da série Expresso 222..., Livro 3)


Os Desenhos de Nazca

                        Nazca fica na Cordilheira Ocidental, no Peru, e há lá uma série de desenhos sobre as montanhas. São desenhos muito grandes, que do solo são difíceis de distinguir, o que bastou para sugerir que tenham sido feito por deuses astronautas, por exemplo, pelo Erick Von Däniken, nos livros dele, especialmente Será que Eu Estava Errado?, São Paulo, Melhoramentos, 1988, original de 1985 em alemão, p. 127 e ss.

                        A Matemática é virtual e durável, porque sempre pode ser deduzida pela inteligência, onde quer que ela surja, enquanto o real é perecível, desaparecendo com a obliteração das formas.

                        Se alguém vai deixar mensagens para o futuro, escolherá a Matemática, não as coisas que desaparecem, inclusive pirâmides. Não colocará as coisas visíveis, mas as esconderá em chaves, principalmente se o conhecimento superior tem chances de cair em mãos erradas, dos ignorantes.

                        Por isso, se há alguma mensagem por lá, ou em qualquer lugar, devemos esperar que esteja oculta, em lugar de em evidência.

                        Vai daí eu pensar que, se os desenhos significam alguma coisa, devem estar sobrepostos, uma mensagem tridimensional, como se cada letra ou figura estivesse posta em sucessivas folhas amontoadas de papel, que fosse preciso separar com algum processo matemático, por exemplo, num ordenador ou computador, de tal modo a só se tornarem inteligíveis depois disso.

                        De outra forma, qualquer um poderia decifrá-las.

                        A ser assim, seria preciso copiar todos os sinais e ordená-los através do cruzamento, o que está em primeiro lugar, mais acima, não sendo cruzado por nenhum outro, e assim sucessivamente, até o último, sobreposto pelos anteriores todos.

                        Então, esses sinais serão encadeados, o primeiro sendo o último (como se você pegar a frase grifada, o O de ÚLTIMO estando por cima de todos, depois o M, a seguir o I como terceiro para dentro, etc.). Depois, se fizer sentido, será assim, desse jeito, ou de outro logicamente equivalente.

                        Regras simples da matemática, dependendo de um certo estágio tecnocientífico, devem ser exigidas. De outro modo qualquer um poderia decifrar. Se houve mesmo uma civilização antiga, com algum poder superior, claramente seria perigoso colocá-lo nas mãos de patetas, se aquela mesma civilização, suposta superior, não soube lidar com ele.

                        Por conseguinte, a idéia de Däniken de que as mensagens poderão ser lidas diretamente, não faz sentido, porque os efeitos do tempo tudo apagam. Nós sabemos disso e qualquer civilização que se preze o saberá no futuro ou o teria sabido, no passado.

                        Assim sendo, nenhum desses práticos realmente fez mais do que despertar o interesse. Foi bom o que fizeram, se há sentido no que fizeram, porém não passa disso.

                        Vitória, quarta-feira, 12 de junho de 2002.

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