Outra Visão da
Árvore
Geralmente vemos a
árvore com o tronco, os galhos, as folhas, as flores e os frutos para cima.
Usei uma vez uma propriedade que chamei de “inversão” para trocar as posições
das coisas no modelo, sugerindo-a como tecnociência expansível da prospecção de
toda a realidade.
Um tempo depois comprei
e li quase todo, até este ponto, o livro de Annette Moser-Wellman, Cinco Faces de um Gênio (como descobrir
e desenvolver a genialidade e a criatividade humana), São Paulo, Alegro, 2001,
onde ela fala de cinco personalidades criativas, o Visionário, o Observador, o
Alquimista, o Tolo e o Sábio.
Uma dessas
personalidades é a que revira as coisas, que inverte as situações, vendo-as de
modo totalmente novo.
Isso é necessário, como
coloquei nas Posteridades e Ulterioridades, de modo a reconceitualizarmos desde
o fundo as coisas, virando a ortodoxia do avesso.
Por exemplo, você pode
ver a árvore arquetípica ao contrário. Normalmente a vemos com tronco, galhos,
folhas, flores e frutos para cima, como se esta fosse a parte mais importante,
as raízes trabalhando para sustentar tudo isso, pois o objetivo da árvore é
sobreviver, criar futuro, deixar descendência. Isso obviamente favorece a
superestrutura, deixando a infra-estrutura em segundo plano.
O contrário também pode
ser feito, vendo a parte de cima como existindo para permitir o espalhamento
das raízes, quer dizer, frutos, flores, folhas, galhos e tronco existindo para
dar prosseguimento às raízes e ao processo de nitro fixação das bactérias fixadoras.
Então veríamos a agora parte de baixo mergulhar no ar e na água (umidade
relativa do ar), extraindo energia do Sol para financiar as raízes e seu
crescimento dentro da comunidade de raízes.
Isso nos faria pensar
que de fato tanto a parte de cima, superestrutura ou elites, quanto a parte de
baixo, infra-estrutura ou povo, trabalham pelo todo da árvore, povelite ou
nação ou cultura. Fazem um conjunto.
Tanto povo quanto elites
são importantes para o progresso geral, e tanto tronco e o resto de cima quanto
as raízes são importantes para o crescimento da árvore. É uma sociedade
esquerdireita, que morreria se um dos lados fosse extirpado.
Por mais que se detestem
e se desprezem mutuamente esquerda e direita fazem parte do mesmo corpo
bilateral biológico e psicológico, digamos, sócio-econômico. Juntos conquistam
o espaçotempo figurobjetivo ou pessoambiental.
Não
podem ser separados, sob pena de ambos sucumbirem.
Vitória, sábado, 22 de
junho de 2002.
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