Disse ao Wagner Fafá
Borges, despachante de patentes, diretor do CENDI (Clube dos Inventores do ES)
e do Clube dos Inventores Brasileiros (veja www.inventar.com.br
e www.lideresdoamanha.com.br) que
deveríamos fazer um CD-ROM (e fitas e livro) sobre o processo de patenteamento.
Embora o Brasil tenha
começado muito cedo, relativamente (Veneza foi a precursora em 1474; depois
veio a Inglaterra em 1624, 150 anos após; e o Brasil, seguindo vários, só em
1824 fez a sua primeira lei, 200 anos depois dos ingleses – mesmo assim antes
da maioria), a interessar-se por patentes, a coisa esteve em ponto morto e só
em 1996 foi feita uma lei definitiva que deve disparar mais fortemente o
movimento local. Os governos e as empresas não se interessavam, preferiam
copiar tudo de fora.
Durante seis anos
coletei informações na Internet, o que ainda não li, mas deu para formar seis
grossos volumes de páginas. É muita coisa, e não há triagem sequenciadora. Não
há uma condução firme por caminhos seguros, já palmilhados, onde alguém tenha
passado antes, evitando as áreas pantanosas, e que vá de facilidade em
facilidade do começo até o fim, e onde alguém que nada saiba possa seguir até
um dia achar-se competente e eficaz.
Infelizmente não há
aquele Windows da Microsoft, facilitador ao extremo, ou algo até melhor que
ele. Não há, infelizmente. Cada um que chegue deve percorrer novamente os
atoleiros desde o princípio.
Como, creio, as
invenções irão se tornar cada vez mais importantes para todos, mormente para os
países menos desenvolvidos que desejam dar os saltos rumo às primeiras posições,
como é a pretensão brasileira, devemos produzir um programa eficiente, tipo
INVENTOR 1.0 (o nome é o mesmo em inglês e português) ou outra palavra, prosperando
até muito mais à frente - ou seguindo as instruções da Microsoft com o Windows,
Inventar
2002.
Tudo é tão difícil porque
o desestímulo é tremendo.
Dependência
cultural, complexo de inferioridade, cooptação das lideranças, dos políticos e
dos governantes, falta de propósito maior, mediocridade, e pura estupidez mesmo
faz com que os que conduzem o Brasil em todos os patamares se recusem a alçar
vôo, a pensar grande, a visualizar um futuro mais amplo, irrestrito mesmo.
Covardia, fraqueza, medo, pusilanimidade, temor, acanhamento, falta de ousadia,
tudo que você puder pensar, este é o horizonte brasileiro atual.
Podemos
presumir que as dificuldades a vencer sejam medonhas, no sentido de viabilizar
o programa, não só em razão das dificuldades inerentes à busca das informações,
como na acepção do sentimento nacional de impotência, de apatia, de desânimo,
de falta de brio, resultando em total desencorajamento, até impedimento ativo
pelos que de fora e de dentro querem nos ver sempre submetidos, dóceis,
submissos, prontos para sermos sangrados e ordenhados, eternamente.
Se
não será fácil pelo menos dará ainda mais prazer quando estiver pronto. Devemos
colocar nisso toda força que pudermos.
Pensemos
ainda que ele não só facilitará nossa ida às patentes e invenções como
aproximará de nós os inventores, pesquisadores, desenvolvedores, patenteadores
de toda espécie. E nós queremos isso mais que tudo – estarmos envolvidos nessa
verdadeira revolução brasileira.
Vitória,
quinta-feira, 20 de junho de 2002.
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