Por
vezes a gente vê alguns idiotas criticando Einstein ou Mao, ou outras grandes
personalidades, o que me irrita. Não que os grandes não sejam criticáveis ou
não devam ser criticados, pelo contrário, devemos nos defender ao máximo deles,
porque a autoridade excessiva leva à ditadura políticadministrativa ou
ideológica, ou à das idéias, ao estreitamento, de todo modo, à ortodoxia feroz.
Contudo, devemos separar
os elementos, a saber, a pessoa (indivíduo, família, grupo e empresa), que é
privada, do ambiente (município/cidade, estado, nação, mundo), que é público.
Com certeza não há senão pessoas liderando os ambientes, porisso devemos
distinguir entre PESSOA PRIVADA e PESSOA PÚBLICA, sendo esta aquela à qual está
afeita tarefa pública, para além da privada.
Na medida da PUBLICAÇÃO
da pessoa, ela deixa de ser indivíduo, família, grupo ou empresa,
exclusivamente, tornando-se pessoa de conhecimento geral.
Sabemos que Einstein
tinha lá seus pegas com a primeira esposa, Mileva, que ele a tratava mal (e,
possivelmente, vice-versa, ninguém investiga o outro lado, PORQUE ela era
pessoa privada e o que é privado não interessa ao público, pois não é fonte de
escândalos que vendem a mídia e que a mídia vende com amor e dedicação). Há as
histórias de Mao com as moças. E assim por diante, a mídia e os jornalistas
podem cavar indefinidamente escândalos das figuras proeminentes de todos os
espaços e tempos.
Entrementes,
constituiria argumento ad hominem, contra o ser humano, derivar das
características pessoais as características ambientais. Qualquer um poder ser
péssimo ser humano (como foi Francis Bacon) e extraordinário filósofo (como ele
foi). Pessoa muito ruim, excelente filósofo. Agora, tentar manchar a
excepcional filosofia de Bacon com suas particularidades é errado.
A separação é
fundamental.
Apelar à
homossexualidade de um político para denegrir sua excelente administração é
errado. Por outro lado, esse mesmo político usar de sua posição para
desfavorecer a família também é errado.
Agora, certas criaturas
infames usam as questões íntimas de Einstein, de Mao, de Colombo, de Santos
Dumont, de quem quer que seja, para diminuí-los publicamente. O que é público
não deve ser tocado pelo que é privado, nem vice-versa.
Todos nós comportamos
defeitos e nem poderia ser diferente. Entrementes o que tem significado geral é
o serviço público, as qualidades de doação – é isso que é grande em cada um.
Individualmente todos somos igualmente pequenos, só podendo engrandecer-nos
publicamente, por este sinal de doação. Tentar apequenar tal gesto só pode ser
coisa de gente complexada. Pessoalmente complexada, que não tem talento para
projetar-se no ambiente e pega carona nos ombros d’outrem, o que é deveras
lamentável.
Vitória, segunda-feira,
24 de junho de 2002.
José Augusto Gava.
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