Sunday, November 03, 2013

Telepatia (da série Expresso 222..., Livro 4)


Telepatia

 

                        Como eu disse no artigo Utilidade do Sonho, é meu pensamento agora que quando dormimos entramos em contato com as demais pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) em quaisquer ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo), por mais longínquos que estejam. Penso que isso se dá através do “poço infinito” (= PI PIRÂMIDE = SONO PLANETÁRIO = UM PLANETA = SONO PROFUNDO, na Rede Cognata – como algumas das traduções), um conceito indicando um conector geral.

                        Para atingir tal conectividade seria preciso mergulhar no sono profundo, em alfa, no estágio no qual a pessoa não se pertence mais. Ao mergulhar no inconsciente, no reino da memória ou das velhas inteligências, ela se desconecta dos conceitos ou inteligências, dos raciocínios, das dialéticas, das relações de objetos e transita livremente no coletivo de produção e de percepção, aquilo que Jung chamou de “inconsciente coletivo”.

                        Literalmente cada um de nós vive as vidas dos outros, suas lembranças, colocando como numa colagem nossa vida sobre as alheias, penetrando também nas memórias que, de alguma forma, estão no mundo. Como é que poderíamos do nada criar tantas imagens oníricas distintas, completamente alheias ao nosso modo de viver?

                        Não dá para acreditar.

                        Uma parte vem de nossas vidas, de nossas lembranças nos dias anteriores, de nossas inquietações, mas uma parte certamente deve vir das existências dos demais.

                        Naturalmente antes não seria possível estudar o fenômeno, de modo que ele permaneceu basicamente acientífico. Agora, porém, isso é imaginável e relativamente fácil, com a Internet sendo simples pedir às pessoas que vejam na descrição de milhares de sonhos similitudes com suas vidas, entrando em contado. Muita fraude advinda da vontade de aparecer e ser notado irá acontecer, porém com cuidado e continuidade, persistência e dedicação em excluir a desonestidade será provável extrair o fundo de verdade.

                        Após algumas décadas seria possível separar verdade de falsificação (honesta ou desonesta), chegando-se ao núcleo dialógico.

                        Evidentemente isso seria revolucionário, porque a Vida geral e a Vida racional em particular teriam uma rede de defesas muito mais vasta e imperecível do que podíamos imaginar antes. Explicaria muito, como o campo morfogenético de Rupert Sheldrake, que redenominei campo biológico, com um outro campo psicológico conexo.

                        A vida seria uma rede mesmo (como, aliás, é em cognato, vida = REDE), o chamado “tecido da vida”. Podemos induzir experiências controladas, criando sequências psicológicas para pessoas e vendo se elas refletem através do planeta.

                        O fato é que muitos vêm falando da telepatia através dos milênios. Enquanto estamos acordados nada é passado, sob as mais variadas experiências. Talvez as cobaias que demonstram, dizem, alguma capacidade telepática, sejam também capazes de entrar em alfa acordadas. É preciso estudar o assunto, porque ele tem tremenda importância tanto civil quanto militar.

                        Vitória, domingo, 14 de julho de 2002.

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