Friday, July 15, 2016


Importação de Mão-de-Obra

 

Dois empresários estavam conversando sobre os custos de mão-de-obra no Brasil, os tais braçais, aquele povo sem cabeça, porque se tivesse seria empresário, ainda mais com o governo ajudando como podia e como não podia, de toda forma, desde facilitando a sonegação e dificultando a ação fiscal a proporcionar subsídios da guerra fiscal, patrocínio dos terrenos e instalações de água e energia e outras urbanizações, tinha de saber pegar, e reclamar, reclamar sempre que “estava ruim”, “assim não vamos conseguir dar empregos”, aquela coisa toda.

Sem dúvida nenhuma a culpa é dos operários se o salário não cai abaixo de 788, diz que vai para 870, onde vamos parar? Tem uns sacanas aí dizendo que o salário mínimo histórico deveria estar em 3.500, sei lá o quê, vá ver na Internet, é um absurdo, assim vou me candidatar ao SM, paro de agenciar pelo lucro polpudo e vou viver numa boa, essa folga de 2.107 horas constitucionais por ano, quer coisa melhor que trabalhar aos sábados?

OPERÁRIOS BONS SÃO AQUELES HINDUS

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Lotação completa e o povo de cima todo alegre, estão ao vento, não são esses reclamões de cara fechada daqui, não.
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Olha só o pessoal correndo para pegar lugar, na ânsia de chegar ao trabalho e lutar pela bolacha nossa de cada dia.
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Olha só que felicidade! Aqui, não podem ir 40 em pé e já estão emburrados.
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As crianças aprendendo desde cedo os apertos da vida para serem operários ajuizados e cumpridores do dever, sempre devendo.

PATRÃO I – tô pensando em trazer um pessoal da Índia.

PATRÃO II (cauteloso) – você sabe, ao chegar aqui eles vão apelar às leis brasileiras, não vai adiantar nada.

PATRÃO I – nós modificamos a lei, ora bolas, acordo de cooperação internacional, essas coisas.

PATRÃO II – onde você vai encontrar apoio? Quer dizer, nós? Ranço, você tem de pensar melhor. Só se fossem deputados da bancada ruralista.

RANÇO – pensar melhor, por quê? Temos de ir no choque, na instalação, no fato acontecido (quando ele ficava nervoso esquecia que fato já é o acontecimento), pare com isso, Azedume.

AZEDUME – é temerário, vamos comprar briga à toa. Depois, mesmo eles aceitando qualquer coisa, tem o aprendizado da língua, tem abrigo, vão exigir como os folgados daqui vale transporte, vale refeição, os 60 % de custos sociais do salário.

RANÇO – melhor se não souberem a língua, só vão trabalhar sem perguntar e sem responder. Trago com visto de turista, escondo.

AZEDUME – vai por mim, vai dar merda.

Serra, quarta-feira, 13 de janeiro de 2016.

GAVA.

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