Com o avanço da vigilância, as câmeras se espalhando
por toda parte, os governantes desocupados inventaram a “carteira de trânsito”;
não era carteira de motorista, para quem queria dirigir carro, era carteira de
trânsito mesmo, só se podia transitar com ela. Era mais que carteira de
identidade, pois esta só é mostrada aos representantes da autoridade da lei
quando eles as pedem.
Não, a CT tinha de ser apresentada a
qualquer momento.
Como saber se você era brasileiro?
Como você provaria que estava dentro da
lei?
As câmeras te vigiavam, você já era de
partida suposto errado: “calado você já está errado” não era só mote, virou
norma e foi incluído na constituição em sua milésima octogésima terceira edição
depois de 1988.
De qualquer modo, o IDH (Índice de
Humanização) dos brasileiros era extremamente baixo, os governantes só cuidavam
de roubar e esqueciam-se de promover a nação. O IDH foi caindo estrondosamente,
o Brasil ficou lá na rabeira, depois de 77 em 196. Arre! A CT só vinha confirmar
os números.
Ademais, as placas eram escritas em sua
grande maioria em outras línguas, mormente o inglês – você nem sabia mesmo qual
era sua língua.
Tudo apontava para a desconfiança. A
insegurança era total, não se podia sair de noite, havia automaticamente toque
de recolher imposto pelos bandidos, que eram os governantes: de seis da noite
às seis da manhã, só ficando em casa.
Como saber se você era trabalhador?
Exibindo a CT!
Que era verde, daí a mania de dizer “folha
verde aí”.
Como saber se você tinha votado de dois em
dois anos (gastando-se aquele dinheirão do povo sempre bobo para financiar as
eleições, que custavam muito)? De modo nenhum poderia ser de quatro em quatro
anos, pois o povo perderia os Valores Cívicos: Valor Cívico, depois de perdido é
difícil de achar.
Como saber se você tinha votado?
Exatamente! CT. Folha verde aí.
Que se tornou eletrônica: se o agente
apontasse o instrumento lá dele para você, pode crer, você tinha de levantar as
mãos e com isso sua Folha Corrida era imediatamente vista. Como
saber se você não era bandido? Pouco importava se os bandidos de Brasília e de
outros lugares fossem só 0,5 %, contra o restante de 99,5 %, era mais fácil
proceder assim.
Uma maravilha!
E o povo ficava pianinho, pianinho, era
musical: Folha Verde Aí.
Ah, que povo bom, aceitava tudo. Aceitava
todas as porcarias, desde que viessem dos governantes. Porisso FHCB de faustosa
memória dizia que era fácil governar o Brasil.
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