Tradicionalmente Causa e Efeito vinham um
depois do outro, eles não se importavam, a Causa tinha nascido antes, o Efeito
era mais novo, assim era a ordem das coisas.
Alguns cientistas acharam que isso não
estava certo: não poderia dar-se, na condição de “tráfego de táquions” (ninguém
se perguntou se os táquions eram elementos de prova bem estabelecida, muito
menos se, porventura, eles acaso não existissem como iria se dar o tráfego do
inexistente?) não poderia dar-se de o efeito preceder a causa?
Efeito ficou em dúvida.
- Mas ela é vários anos mais velha que
eu... Todo mundo sabe que eu nasci depois, pra que mudar agora?
Mas a dúvida tinha sido plantada.
E a dúvida cresceu como uma árvore vistosa
que, certamente, dava galho. Se você olhasse bem, era cheia de galhos. Entrementes,
você bem que poderia colocar-se à sombra da dúvida para ficar meditando. E, vai
que vai, a árvore da dúvida deu frutos.
Efeito achou que não estava mesmo muito
certo: por que a Causa sempre em primeiro? Ele não poderia algumas vezes (não
digo todas) anteceder a própria Causa? E se Colombo tivesse descoberto a
América ANTES DE IR, em 1491, antes de chegar lá em 1492?
Que é que tem, são só números.
E se eu tivesse nascido antes de mim mesmo?
E se eu tivesse nascido antes do meu pai?
Poderia tê-lo impedido de conhecer mamãe e aí eu não teria nascido. Não, porque
poderia ser filho da minha mãe e não do meu pai, então teria de recuar para
antes do meu avô, porque aí, sim, definitivamente ele não teria tido mamãe.
Efeito não sabia que isso já estava na literatura de FC há muitas décadas com o
nome de Paradoxo do Avô.
E se eu tivesse nascido ANTES DE HITLER? Se
a Causa que foi Hitler deu origem ao Efeito, se ele não existisse não existiria
o Efeito e como eu poderia recuar para trás da Causa?
E assim foi o Efeito pensando: que coisa
maravilhosa é a Ciência Mágica! Com base numa simples possibilidade verbal não
testada no plano materenergético, já mudamos TANTA COISA.
DE FATO, podemos reprogramar TUDO, é uma beleza.
Bom, há uns efeitos colaterais, que são
parentes do efeito e só se apresentam em condição de guerra. De todo modo, em
política, na espionagem e na guerra (que é tudo a mesma coisa, por outros meios,
junto com a diplomacia, que é o gênero de espionagem consentida), os colaterais
são esperados, os danos são uma projeção, são aceitáveis (desde que aconteçam
com os outros).
E o que há mais a dizer, pensou Efeito:
viva a liberdade desbragada e a irresponsabilidade mágica.
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