- Nico, olha o caminhão, caramba!
- Puta merda, tava distraído.
- Cara, cê tem que prestar mais
atenção. Esse cara tá zureta, Tina.
- Falei pra passar o volante pra
mim.
Geraldo meteu o bedelho.
- Jonas, você verificou se estava
tudo bem?
- Claro, com o carro tudo bem, tudo
azeitadinho.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Então, como é que viemos parar em
Punta Del Leste? Não estávamos indo para o Espírito Santo?
- Que é isso, Geraldo, como que seria
Punta Del Leste?
- Olha pela janela.
Jonas olhou. Realmente.
- Rapaz, que erro de cálculo.
- Ô, Nico, você viu isso?
- Vi, estou bestificado.
Maria se jogou no papo.
- Fui eu, gente. Mexi nos controles.
Reginaldo ficou puto.
- Porra, Maria, você sempre faz
isso. Tá no inverno, caramba, a gente não ia conhecer o Espírito Santo? Agora
aqui só tem neve.
- Podemos mudar.
- Esse muda pra lá, muda pra cá
acaba comigo: planejei A, quero ir para A, sou um homem de compromissos – disse
Zeca.
- Ih, Zeca, não se chateia, pensei
que ia agradar a vocês.
- Olha, Maria, por mais boa vontade
que você tenha, Zeca tá certo, temos que ter um norte (e aqui, literalmente,
seria PARA O NORTE, ES, Brasil, não Patagônia, Argentina) – reclamou João.
- João, não encomprida, não. Dá uma
trégua, já estou ficando nervosa.
- Maria, toda vez é a mesma coisa,
você mexe nos controles – arrematou Nico.
- Se é por isso, agora estamos no ES
– interveio Janice (e lá fora começou a brilhar um sol incrível, mesmo no
inverno, sem falar que com as chuvas a luminosidade era incrível).
Betão estava eufórico.
- Sei lá, Guarapari (imitando
Djavan). É isso aí, Janice, cê é a maioral.
E com isso a viagem virtual
continuou no carro virtual por estradas virtuais com pessoas virtuais até
restaurantes virtuais, teatros virtuais, praias virtuais e tudo mais virtual,
muito bom.
No comments:
Post a Comment