Capítulo 1
Um na Grande Mesa
Meu filho e eu chegamos à conclusão
de que contando um ocupante (onde deveriam ir cinco, na relação de 5/5 = 100 %
de ganho; na realidade a média é de 1,4/5,0 = 28 % de aproveitamento) por
veículo e rendimento mecânico de 5 % (1/20) teremos 1/5 x 1/20 = 1/100 ou 1 %
de proveito, daí o título: seria como uma grande mesa para 100 lugares diante
da qual só estivesse sentada uma pessoa.
As escolhas foram péssimas.
Nós mesmos não temos carro, mas
precisamos ter, porque o planejamento foi tão horrível a ponto de não haver
alternativa. De fato, dizem que todo operário ganhando mais de 700 reais pode
ter acesso a um veículo usado; nós, que ganhamos várias vezes isso líquido,
mais ainda, mas não fizemos questão até agoraqui.
Os planejadores empurraram e foram
empurrados pelas invenções e a sofreguidão para esse tipo de solução
esbanjadora. Muitas coisas interferiram: nossas vidas curtas, o desejo
imperativo de “gozar a vida”, o isolamento, a falta de inteligência, os
governos ímpios, o comodismo, o descaso com o próximo e segue: uma quantidade
incrível de motivos configurou o mundo tal como ele se nos apresenta.
Seria interessante alguém fazer
livro contando como chegamos aos veículos e suas escolhas (estradas, postos
esbanjadores de água, tudo mesmo).
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Como podemos dizer que “foram os
outros”?
De fato, nossos desejos também levam
a isso, somam-se micrometricamente ao conjunto dos outros: se me alimento de carne
isso leva micrometricamente à estatística da necessidade de matança dos
animais. Se consumirmos trigo transgênico, esse acréscimo infinitesimal
autoriza os laboratórios a continuarem nessa linha de pesquisa &
desenvolvimento.
Como faremos para evitar tragédias?
Ao comprar um carro, mesmo tendo
desprezo pelo desperdício nessa base de 99 da potência para 1 de aproveitamento,
estarei financiando as empresas montadoras que continuam seguindo tal trilha de
morte, o laboratório de Tanatos.
Como faremos para diminuir esse
choque entre o pessoal e o ambiental?
PESSOAMBIENTAL
a)
VONTADES PESSOAIS:
a.1. dos indivíduos;
a.2. das famílias;
a.3. dos grupos;
a.4. das empresas;
b)
RESPOSTAS AMBIENTAIS:
b.1. das cidades/municípios;
b.2. dos estados;
b.3. das nações;
b.4. do mundo.
Como o indivíduo, que está a caminho
de 1 em 7.000.000.000 em 2012, pode fazer diferença? Como as nossas crenças “do
bem” podem modificar o mundo tão vasto e tão maior do que nós?
Supostamente existem 700 milhões de
automóveis no mundo (em um bilhão de veículos) e a grande maioria, talvez 99 %
vai virar sucata nos próximos 40 anos, se não for achado o que denominei
“petróleo-G” (na Rede Cognata = SANTO-GRAAL = PONTO-G e segue). Seria de
esperar que, sendo a família típica de quatro indivíduos, tal quantidade de
automóveis acomodasse e transportasse pelo menos 2.800 milhões de indivíduos,
mas a realidade é que muitos têm dois, três, quatro ou mais carros. Até no
bairro onde morávamos, Morada de Camburi, Vitória, quando saía a passear com
Silas via dois ou três carros nas garagens das redondezas, sem falar nos que
ficam nas ruas, não se podendo dizer de quem são. Carro do marido, da esposa,
do filho, da filha, da empregada e de não sei mais quem. E todos eles e elas
duques e duquesas cheios de pompa, de orgulho inexcedível.
Para mudar, para consertar é preciso
cada um de nós e todos nos desvestirmos do orgulho, mas tal não vai acontecer
com base na boa vontade e no amor ao próximo, na consciência da proteção da
Natureza, no respeito pela Terra. Vai acontecer nessa crise que se está
montando agora, que foi montada desde bem antes, já na opção pelo desperdício.
Vai ser na base da porrada, do choque, do susto. Pois no espaço de apenas uma
geração dormiremos com um bilhão de carros e acordaremos com alguns milhões a
serem usados exclusivamente pelos serviços de socorro, pelos militares e alguns
representantes privilegiados da Lei.
Na década dos 1960 li romance onde
se dava conta do bloqueio à eletrônica embarcável nos automóveis. Veja, isso
rola há 50 anos, o que só começou a aparecer depois da crise do petróleo de
1973, da crise de 1979, da crise de 1987 no México, da crise de 1991 na Rússia,
da crise de 2008 nos EUA e de toda ameaça de colapso – mesmo assim as
montadoras ainda retardam quanto pudem os carros pequenos, depois das duas
crises iniciais e agora dessa mais recente.
FAÇA
A PESQUISA E FAÇA O LIVRO
Todo obstáculo no caminho dos
carros eficientes (inclusive o carro elétrico, veja o documentário “Quem
Matou o Carro Elétrico?”).
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Capítulo 2
Explor/ação
Explor/ação, o ato permanente de
explorar.
Antes de começar tão afincadamente
nesse caminho da barbaridade, que é o carro, em termos de orgulho atribuído a cada
um e a cada família com o mínimo de dinheiro, e a tudo o mais, eu também era a
favor, pensava em ter um, queria “de todo modo”, embora não tivesse mesmo feito
o esforço.
Agora olho e vejo como somos atrozes,
cruéis conosco mesmo e com a Terra, com o bioma da Terra, com a nossa
coletividade aspirante a futuro. Vendo em vista transparente, em minha mente,
um ser humano sozinho dentro do automóvel, tendo em volta aquela enorme massa
de metal sendo conduzida pelas ruas e pelas ladeiras à custa de grande energia
vinda do petróleo, vejo o abuso que é consumir o petróleo desse jeito. Podemos
pensar que 60 ou 70 kg das mulheres e 80 ou 90 kg dos homens estão levando
junto 800 ou 1.500 kg dos carros, com o favor dos motores à explosão, colocando
sempre mais agudamente o falso problema de arranjar ainda mais petróleo, depois
de termos consumido todo o que já conseguiram achar em 150 anos até agoraqui e
mais 50 de lambuja até 2050 ou 2060: NO LIMITE 200 anos, sem mais tardar, sem
contar o que chamei de “petróleo G”, que eu mesmo apontei. Dois séculos desde a
descoberta do primeiro poço nos EUA.
O
PRIMEIRO POÇO É DE 1859 NOS EUA
(passaram-se 151 anos em 2010)
Nós crescemos rápido demais, como
crianças mimadas pelos recursos de Mamãe Natureza e o tutelamento de Papai
Deus. Tudo excessivo, tudo demais. Eu mesmo, portador dessa atual consciência,
já propus que os governantes passassem a produção nacional brasileira de 1,0
para 5,0 milhões de veículos/ano, para atender os que não tinham, para ampliar
as estradas por esse Brasil afora; para a indústria, comércio, bancos, serviços
envolvidos com a fabricação - por seu imenso poder de arrastamento econômico –
dilatar ainda mais a produção e as posses nacionais. Também fiquei fascinado: era só fazer a
multiplicação! Se um dá tanto, cinco vezes isso dá exponencialmente mais, é uma
felicidade só. Riqueza para todos, socialismo, atendimentos dos médios, pobres
e miseráveis num nível muito mais elevado, como o dos americanos. Mas em vez de
haver um carro por família, os ricos, médio-altos e médios têm cinco carros
cada família.
Ah, mas a coisa não é assim!
Acredito mais que nunca que o Clube
de Roma e seus Limites do Crescimento estão fundamentalmente errados, mas
quanto ao gênero de expansão exterior é preciso, sem dúvida alguma, mudar.
Passar - nesta que se configura a adolescência da humanidade - do quantitativo da
infância ao qualitativo da idade adulta e mais produtiva. Até então, na
infância, estávamos sendo alimentados por papai e mamãe, mas agora temos de
achar nosso próprio emprego, encaixar-nos no universo, tornarmo-nos
universalmente responsáveis, respondermos por nossos erros.
Precisamos rever nossos caminhos.
Aprender a crescer para dentro.
Desarmar o crescimento quantitativo
da humanidade, inclusive o exponencial do número de pessoas, e dar aos bilhões
que restarem maior chance de ver tudo e todos, de usufruir, de engrandecer-se e
notar toda a imensidão de i, Natureza-Deus, e de subsistir por milênios.
Evidentemente, nós nos exploramos
uns aos outros, mas existem boas e más explorações. As que temos feito tanto
produziram boas obras quanto obras ruins durante as opressões dos patrícios no
escravismo, dos nobres no feudalismo e dos burgueses no capitalismo. Em
particular, a ganância extrema posta em prática nos mais recentes cinco
séculos, depois do fim da tutela da Igreja, tanto nos libertou quanto nos aprisionou
em novas formas de sujeição.
Em vez de buscarmos os bons
adjetivos, buscamos os ruins e estes preponderaram. Justiça, amor, bondade,
dignidade, proximidade e tudo desse lado bom do dicionário foi rejeitado em
nome do distanciamento que estamos vivendo. Até os filósofos, indagadores por
natureza, não se voltaram à busca dessa vida íntima e próxima que tanto bem nos
teria feito.
Tudo isso, em conjunto, nos levou ao
esbanjamento de algo que ninguém sabe o que é, e como fabricar, só sabe como
acumular e gastar, a energia.
Nós gastamos o capital da herança -
que mamãe e papai levaram bilhões de anos para acumular - em porcarias, em
divertimentos infantis.
HÁ UM
LEQUE DE OPÇÕES ENERGÉTICAS
Deveríamos ter, desde o início,
pensado nisso, em garantir as opções, a variedade de opções, enquanto na
realidade caímos mais uma vez na monocultura, na monoexploração.
Acreditando-nos espertos à beça, temos dado uma de tolos perante o universo e
acabamos mostrando quanto o orgulho pode nos enganar. Em termos de civilização
nós mesmos teremos nos condenado a fim prematuro, se não pudermos encontrar uma
saída.
Os bobocas da criação acreditando-se
sábios.
E TÃO SÁBIOS que nos chamamos
sapiens-sapiens, sábios-sábios.
Ah, quanta empáfia!
Capítulo 3
Energia
Ninguém sabe mesmo o que é energia,
nem de longe.
Quando falamos de energia queremos
dizer de sua conversão de umas formas em outras (com perda, devido às leis da
termodinâmica), de seu armazenamento, de seu uso ou exploração e assim por
diante. Quando dizem “produção de energia” é impropriedade, pois a energia não
é propriamente produzida, ela é reunida sob determinadas formas preferenciais,
digamos a eletricidade, mas ninguém produz mesmo eletricidade: os potenciais
elétricos (sempre sendo reduzidos) estão na Natureza desde os primórdios, desde
o Big Bang (o Barulhão, como chamei) – quando “produzimos eletricidade”
queremos dizer que, por exemplo, transformamos potencial gravitacional em
potencial elétrico.
Veja, estamos ilhados dentro das
quadras.
OBSERVE UM MAPA
URBANO (você
pode pegar qualquer cidade)
A necessidade do trânsito de pessoas
criaram ruas, a contemporaneidade dos veículos criou ruas retas e largas para
alta velocidade. Isso nos ilhou em quadras.
As cidades surgiram da
sabedoria-ignorância, um misto horrível de sabedoria pessoal com ignorância
coletiva, e o que vemos hoje são casas isoladas em quadras, precisando de
carros para vencer grandes distâncias, pois não planejamos ter tudo ao alcance
dos pés e das mãos, visando ir andando; ficou tudo longe demais. Nenhuma coisa
fica a distância de 5 minutos caminhando (andando 6 km/h, 5/60 corresponderia a
1/12; 6.000 m/12 minutos = 500 metros), nada calmo, nada sem sufoco, nada sem
alvoroço e tensão, nada para a felicidade das gentes.
A quem servimos?
À infelicidade gulosa, porque cada
qual, isolado, tentando ser feliz sozinho, levou coletivamente à opressão do
próximo.
O “direito de cada um à felicidade”
leva a que meus excessos se constituam em embaraços alheios. E colocar isso
tudo em leis todo o tempo não melhorou em nada a situação: existem agora
milhões de leis, decretos, portarias, ordens de serviço (porque cada legislador
ou executivo eleito sai fazendo as suas o tempo todo em qualquer carguinho de
poder mínimo nas 200 ou 300 mil cidades do mundo, nos 4.000 estados, nas 200
nações - segundo minha estimativa). Ninguém sabe ao certo quantas são, acho que
ninguém se propôs ainda avaliar, nem os governos, mas essa é a ordem de
grandeza.
Há ruas/avenidas demais, estradas
demais para baixas e altas velocidades e pouco espaço de convivência. Falando
das novas praças psicológicas que sugeri nos textos dos 222 livros (propositalmente
11.111 artigos) depois do modelo, não temos convivência real. Não
admira mesmo nada termos chegado a esse impasse da insegurança geral, mundial.
Estamos ilhados pelos automóveis, os
caminhões, as motos e até as bicicletas. Não existem FOCOS DE CONVIVÊNCIA em
que, justamente (nos dois sentidos) possamos conhecer o próximo, o sentido
realmente próximo: as pessoas ficaram distantes em virtude do modelo da
sócioeconomia produtivorganizativa.
Olhe mentalmente à sua volta em
busca de lugares de encontro. Você não os descobrirá, até porque as pessoas
raramente vão às praças para encontrar os companheiros, exceto onde há jogos de
damas e xadrez, de bocha e tais; e muito menos ainda para conversar com os
desconhecidos, porque a estes lugares vão os velhos aposentados encontrar
amigos de longa data. Diante da sua casa há uma rua perigosa para as crianças,
e assim é diante de outras casas de 1.750 milhões de famílias em todo lugar do
mundo (ou quase, sobraram as roças).
E tudo porque privilegiaram demais
os carros.
Algo deve ser feito.
Antes, quando eu via um carro com
motorista sempre pensava em como tínhamos ido tão longe, em termos
civilizatórios, pois foi grandemente dilatada a compreensão da engenharia
mecânica dos automóveis e dos veículos em geral (são tantas fábricas e tantos
povos que os sabem fazer), que são coisas belíssimas e muito afinadas,
orquestras sinfônicas tocando para os ouvidos certos. Pare e olhe detidamente
os veículos (automóveis, trens, barcos, motos, aviões, caminhões, helicópteros,
navios): são lindos. Se você for engenheiro (ou tiver propensão a ser), mais
belos ainda os achará.
UM
MOTOR AJUDA MUITA GENTE
(se as pessoas fossem realmente espertas andariam com representações de motores
penduradas nos pescoços ou nas orelhas ou nos braços ou onde fosse)
Isoladamente, em termos de
tecnologia “simples”, são das coisas mais bonitas que há na Terra e os
professores deveriam mostrar e estudar em qualquer sala de aulas.
CARRO: O
CAVALO DE AÇO DA TRIBO ATUAL DO CÃO-CAVALO (para nós, homens, são lindas,
instrumentos de vencer distâncias e conquistar, tomar, trazer para a tribo e
para as mulheres, proporcionar futuro; não é à toa que os jovens ficam
enlouquecidos)
É o sonho de consumo de todo homem,
em razão do que está por trás: agradar as mulheres, conseguir que elas se
abram. É um exército inteiro para um homem só: ir, conquistar, trazer os
alimentos, cair nos braços das fêmeas.
Mas hoje, quando vejo uma pessoa
dirigindo, penso comigo: “eis um perdulário-social, um esbanjador miserável, um
orgulhoso, um tirano destruidor da Natureza”. Fico assombrado com nossa
impudicícia psicológica e biológica, nossa intolerância religiosa prática, para
além das teorias de que amamos a Deus. Olho e vejo, agora que estou com 5.6 (um
dos amigos diz assim, como se fosse motor de carro; até nisso somos admiradores
deles) posso entender nossa imprudência, nossa incapacidade de ver mais longe,
nossa impotência em termos de conseguir uma civilização realmente nobre e
elevada!
A
MÚSICA DA RITA LEE (dedicada aos grandes e aos pequenos burgueses, e aos
capitalistas, e em geral aos proprietários de veículos, exceto os que prestam
serviços essenciais)
Ovelha negra
Rita Lee
Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra E água fresca Meu Deus! Quanto tempo eu passei Sem saber! Uh! Uh!... Foi quando meu pai Me disse: "Filha, você é a Ovelha Negra Da família" Agora é hora de você assumir Uh! Uh! E sumir!... Baby Baby Não adianta chamar Quando alguém está perdido Procurando se encontrar Baby Baby Não vale a pena esperar Oh! Não! Tire isso da cabeça Ponha o resto no lugar Ah! Ah! Ah! Ah! Tchu! Tchu! Tchu! Tchu! Não! Oh! Oh! Ah! Tchu! Tchu! Ah! Ah!... Levava uma vida sossegada Gostava de sombra E água fresca Meu Deus! Quanto tempo eu passei Sem saber! Han!! Han!... Foi quando meu pai Me disse: "Filha, você é a Ovelha Negra Da família" Agora é hora de você assumir Uh! Uh! E sumir!... Baby Baby Não adianta chamar Quando alguém está perdido Procurando se encontrar Baby Baby Não vale a pena esperar Oh! Não! Tire isso da cabeça Ponha o resto no lugar Ah! Ah! Ah! Ah! Tchu! Tchu! Tchu! Tchu! Não! (Ovelha Negra da Família!) Tchu! Tchu! Tchu! Não! Vai sumir!... |
Nós, os filhos mimados atacamos
nossa mãe Natureza e desgostamos nosso pai Deus.
Que vexame!
Nestes tempos posso olhar as pessoas
passando cheias de pose em seus carros, como milhões de duques e duquesas
cheios de arrogância, e ver como fomos longe em termos de sensibilidade.
Embora o livro tenha várias
passagens das quais discordo, é importante ler Mauro F. P. Porto O
Crepúsculo do Petróleo (Acabou-se a gasolina, salve-se quem puder!),
Rio de Janeiro, Brasport, 2006. Você vai ficar assombrado e assustado.
TRANSPORTE
INDIVIDUAL
(transporte aproximando-se da relação um/um, quer dizer, um peso transportado
por um peso do objeto)
Se nós estivéssemos em pânico (como
vamos estar) teríamos privilegiado as invenções poupadoras de energia.
Nada melhor que o perigo para
instilar consciência nas pessoas e nas comunidades. Teríamos investido em
psicologias mais avançadas, como colocar as fábricas numa redondeza familiar,
ou em desestimular a presença de tantas ruas, ou de qualquer modo evitar
favorecer as corridas de Fórmula 1 (ou qualquer outra) ou Indianápolis.
Teríamos sido conseqüentes.
Capítulo 4
Distribuição da
Energia
Não apenas a distribuição da energia
é desigual no universo, nos superaglomerados, nos aglomerados, nas galáxias,
nas constelações, nos sistemas estelares como, para começar, o Sol também não
manda a mesma quantidade de energia a todos os pontos da Terra, dado esta ser
uma esfera. E há aquilo que ficou contido em nosso planeta.
É PRECISO UM QUADRO
DA DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA DO SOL NA TERRA
TIPO
|
PROVINDO
DO/DA
|
PERCENTUAL
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Ademais, há a onipresente Curva do
Sino.
SINO
PARA UNS E NÃO PARA OUTROS
(em consumo de energia: faça você. Estes textos não pretendem ensinar às
pessoas, não sou professoral: visam conseguir participação)
Veja "Curva do Sino" na Internet.
Aqui, por exemplo:
IMAGINANDO A CURVA NESTES MOLDES:
MISERÁVEIS
|
POBRES
|
MÉDIOS
|
MÉDIO-ALTOS
|
RICOS
|
Quanto ao conceito de “riqueza da
distribuição” (isto é, de quem tem versus quem não têm, os pobres ou miseráveis
em energia) temos de elucidar alguns assuntos.
RIQUEZA
PESSOAMBIENTAL
(no grupo das PESSOAS vou escolher a família para apresentar o raciocínio, mas
você pode ver as demais pessoas e os ambientes, fazendo os cálculos para eles)
- riqueza
familiar em energia, disponibilidade e consumo, conforme as
classificações correntes (não são as do modelo):
·
de
energia de combustíveis fósseis (quanta gasolina, óleo diesel, graxa, gasolina
de aviação, gás e outros derivados do petróleo sua família consome anualmente,
direta ou indiretamente);
·
de
energia elétrica;
·
de
energia geotérmica;
·
energia
das marés;
·
energia
eólica;
·
energia
hidráulica (geralmente convertida em energia elétrica; mas pode ser usada diretamente
para mover moinhos);
·
energia
nuclear;
·
energia
renovável (por exemplo, o álcool é desse tipo);
·
energia
solar.
Seria preciso fazer as contas e
comparar as famílias, inclusive o desperdício. Pois os carros atuais
desperdiçam energia que é de todos e de cada um. Assim como os americanos comem
demais (pagam por isso, claro, mas comem em excesso, depois fazem exercícios
para eliminar o excesso, gastando fortunas em aparelhos de ginástica e em mais
de 500 mil operações do coração/ano, bem como outras doenças), todos que
possuem carro (um, dois, três – vai piorando) são esbanjadores do patrimônio
comum.
Mais que isso.
Devemos usar o modelo para
interpretar corretamente.
Embora seja impróprio falar de
“energia biológica”, já que só existem mesmo os quatro (cinco) tipos físicos,
podemos desconsiderar o pudor, pois seria complicado dizer a cada vez “energia
física de uso biológico”, dizendo apenas “energia biológica” entre aspas, pois
isso não existe mesmo. Ou podemos dizer ebio (“energia biológica”), epsi
(“energia psicológica”), einfo (“energia informacional) e
assim por diante, criando novas palavras.
Podemos ficar no que é simples,
dizendo energia biológica.
AS
ENERGIAS NUMA VISÃO LARGA
1.
ENERGIAS REAIS (físico-químicas, vistas
erradamente acima);
2.
ENERGIAS EM USO (as demais):
2.1.ebio;
2.2.ep.2 (da segunda ponte);
2.3.epsi;
2.4.ep.3;
2.5.einfo;
2.6.ep.4;
2.7.ecosmo (“energia
cosmológica”, de fora do sistema solar);
2.8.e.p.5;
2.9.edia (“energia
dialógica”, de fora do cosmos, se é que existe);
2.10.ep.6.
Deveríamos perguntar dessas também.
Quais são as energias que sua
família consome na alimentação, em termos de quilocalorias da Física ou em
milhares de calorias do conceito de alimentação? E as energias
psicológicas-p.3? As energias mentais que alimentem sua compreensão-de-mundo?
Como você pode perceber, a
distribuição é atualmente MUITO desigual, pois tanto a sua quanto a minha
família não recebem distribuição igualitária. De modo nenhum! De fato, a
desigualdade é muito profunda, larga, intensa em seu apossamento. Aqui a guerra
é a mesma geral dos “de cima” contra os “de baixo”.
Isso se repete imediatamente na
questão dos carros, pois uns têm e outros não têm. Efetivamente, todo mundo que
tem está sobre-usando do patrimônio comum passado, presente e futuro em relação
aos que não possuem carro. Quando o petróleo acabar, terá findado tanto para os
que o usaram quanto para os que nunca nem chegaram perto dele.
Se o rendimento dos seus meios de
transporte (a máquina humana, todavia alimentada pela ineficiência alimentar,
outra discussão muito aguda; bicicleta; ônibus e outros meios mais econômicos)
é maior, certamente você está sendo explorado (por quem tem um carro) ou
super-explorado (por quem tem mais do que um).
Alguém que tenha três carros (300/4)
numa família de quatro membros, teria um índice de 75; se a forma de transporte
de sua família tivesse eficiência de 1,5 por indivíduo (x 4 indivíduos na
família = 6,0) isso significa que a relação entre a família dele e a sua seria
de 75/6 = 12,5, quer dizer, opressão energética de 12,5/1,0. Os
estudiosos devem começar a fazer essas contas de EFICIÊNCIA ABSOLUTA DO
TRANSPORTE.
CARRÕES
VERSUS CARRINHOS
1)
carrões
(faça você a lista), classificação:
por comprimento
|
por potência
|
por preço
|
por velocidade
|
por volume
|
...
|
(outros critérios)
|
PARADA
PARA SÓCIO-REFLEXÃO
Alguém pode realizar tais
levantamentos?
|
1)
carrinhos
(as pessoas riem dos carrinhos, sentem-se ultrajadas, mas eles serão a salvação
do mundo enquanto não reprogramamos tudo):
Quase todos ainda zombarem dos
carros pequenos nos diz como somos os reis do esbanjamento.
Capítulo 5
Trem de Ondas das
Sobrevivências (TOS)
Chamemos de TOS, para abreviar e não
ser preciso escrever tanto. Pois o TOS é um para cada horizonte do conhecimento
(TOS patrício na Idade Antiga, TOS nobre na Idade Média, TOS burguês na Idade
Moderna e na Idade Contemporânea).
Naturalmente que trafega em cinco
velocidades diferentes, de primeiro a quinto mundo. Como sempre, nem é bom
estar na velocidade extrema superior, máxima, que pode descarrilar o primeiro
mundo (como está acontecendo sob nossos olhos), nem na velocidade extrema
inferior, mínima, que vai se arrastando no quinto mundo. Nas trocas de
direção-sentido civilizatórias é melhor estar na média, 2º a 4º mundo – nem
velocidade demais nem de menos.
DÉBITO
E CRÉDITO DA SOBREVIVÊNCIA
(às vezes temos demais e às vezes temos de menos - folgas civilizatórias – em
termos de conforto quanto às chances de sobre-viver)
Nós
oscilamos muito e isso deve ser contado como INEFICIÊNCIA CIVILIZATÓRIA, pois
alguém (ou a Natureza) está pagando por ela.
Às vezes estamos com folga, às vezes
com falta. Só que nunca paramos para fazer avaliações assim completas de nossas
civilizações, de modo que só podemos dizer que talvez estejamos em falta ou em
excesso; podemos intuir, mas não podemos ser taxativos a ponto de pedir desvio
do precipício – não passam de opiniões melhores ou piores. Os governos nunca
avaliaram os trens de ondas, as frentes deles, por exemplo, a frente
tecnocientífica em termos de possibilidades, exceto nessas épocas periclitantes
de agora em que as avaliações começam timidamente.
Capítulo 6
Loucomotivos do
Trem
As locomotivas do trem-de-ondas
(TDO) da produçãorganização (PO) mundial são os países de frente, do primeiro
mundo (sendo eles cinco), os 20 % mais proeminentes, os que mais produzem e
mais organizam dentro da PSICOLOGIA HUMANA (primeiras figuras PO, primeiros
objetivos PO, primeiras produções PO, primeiras organizações PO, primeiros
espaçotempos PO). Se forem 200 países no mundo, 200/5 = 40 estão na frente.
PARA CONHECER OS
MAIORES RESPONSÁVEIS
(ou os mais irresponsáveis):
É só pesquisar sobre as maiores economias do mundo.
Se estivermos loucos, são os motivos
deles que nos levam à loucura, são eles que são competentes numas coisas e
incompetentes noutras; os “louco-motivos” são deles, os motivos-objetivos
loucos são deles.
Eles que não souberam a contento
resolver os problemas.
E quais são os motivos-objetivos
deles?
Seria preciso fazer uma lista
bastante extensa.
Quem (ou o grupo que) o conseguisse
não teria perdido tempo, pelo contrário, teria retratado os caminhos e
descaminhos dos primeiros, dos que estão na locomotiva do trem-de-ondas
produtivorganizativo.
Do ponto de vista da proximidade do
caos e do precipício, que atitudes teriam colaborado mais para nos aproximar
dessas situações de desespero? Essa é a pergunta crucial. O maior responsável
não foi o Burundi, 1/625 do PIB percapita do Luxemburgo: este comprou 625
laranjas para cada consumida no outro.
QUEM
NOS LEVOU À BORDA E QUANTO CONTRIBUIU PARA ISSO?
Fomos todos nós, com nosso zelo por
nossa felicidade e dos que estão próximos, e com nosso desmazelo pela
felicidade alheia e dos que lhes estão próximos.
Veja em breve a cartilha A Gente-Umbigo e a Empurração.
Os motivos mais tolos nos trouxeram
à beira do precipício.
Aqui também seria preciso fazer levantamento
minucioso do que compramos repetido ou de supérfluo, não apenas nos
supermercados, mas também nas lojas; as dúzias e até centenas de roupas das
mulheres, os perfumes, os cremes, todo aquele excesso. Os três mil pares de
sapatos de Imelda Marcos e todas as excrescências. Tudo que você eu fizemos.
Deveriam fazer um Livro
dos Recordes dos Desperdícios Mundiais (AMBIENTES: mundo, nações,
estados, municípios-cidades; PESSOAS: empresas, grupos, famílias, indivíduos),
especialmente para os artistas, os cantores de rock e gente de todo calibre que
esbanjou nossos recursos. Não é vingança, não é revanchismo, somos todos
otários mesmo.
Capítulo 7
Fome
Não são apenas os pobres e
miseráveis que têm fome, todos temos; e a fome não é só de comida, pois como disse
Jesus “nem só de pão vive o homem, mas também da palavra de Deus”.
AS
FOMES
1.
materiais-corporais;
2.
mentais-espirituais:
2.1.
dos
conhecimentos altos (dependem da razão e do pensamento):
2.1.1.
Magia;
2.1.2.
Teologia;
2.1.3.
Filosofia;
2.1.4.
Ciência;
2.1.5.
Matemática
alta;
2.2.
dos
conhecimentos baixos (dependem da emoção e do sentimento):
2.2.1.
Arte;
2.2.2.
Religião;
2.2.3.
Ideologia;
2.2.4.
Técnica;
2.2.5.
Matemática
baixa.
Por exemplo, nós temos fome de Arte
geral, das várias artes, que o modelo identificou até agora como sendo 22,
segundo a classificação:
ARTES
DO CORPO
1.
artes
da visão (7: prosa, poesia, pintura, desenho, fotografia, dança, moda, etc.);
2.
artes
da audição (2: músicas, discursos, etc.);
3.
artes
do olfato (1: perfumaria, etc.);
4.
artes
do paladar (4: comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.);
5.
artes
do tato (8: arquiengenharia, urbanismo, paisagismo-jardinagem, decoração,
esculturação, tapeçaria, cinema, teatro, etc.)
Temos fomes mentais, relativas à
alimentação de nosso programáquina mental, da auto-programação mental.
Precisamos alimentar isso todo dia com informações e dados, com novas visões,
com novidades constantes. Uns sentem mais e outros sentem menos fome, mas todos
sentem. Eu, por exemplo, sinto muitas necessidades.
Uns não ficam e outros ficam
famintos.
Capítulo 8
Famintos
Como essa fome será satisfeita?
Como foi satisfeita através do tempo
e do espaço?
FOME
MENTAL E CORPORAL DESDE OS PRIMÓRDIOS
1.
na
Idade Antiga, Antiguidade (até 476);
2.
na
Idade Média (de 476 a 1453);
3.
na
Idade Moderna (de 1453 a 1789);
4.
na
Idade Contemporânea (de 1789 a 1991);
5.
na
Idade Pós-Contemporânea (de 1991 para frente), conforme classifiquei.
Até o aparecimento da Rede/Net
(Internet, rede internacional) pouco acesso tínhamos, especialmente os
pobres/miseráveis. Quem podia comprar entradas de teatro a 40 ou 50 reais? Quem
poderia ir a um show que custa (25/525), 1/21 avos do salário mínimo? Pelo
menos um dia de trabalho.
Ainda é plenamente insatisfatório na
Internet PORQUE os poderosos interesses das empresas não permitem o vazamento
do conhecimento, mas mesmo assim já avançamos muito, já que há gente abnegada
deixando vazar uma fartura de coisas, digamos nestes sítios/sites:
DE
LIVROS (desses
tirei 1.400 livros, com repetições, inclusive revistas da semana e livros ainda
nas vitrines das livrarias)
·
PDL Projeto de Democratização da
Leitura;
·
Viciados
em Leitura;
·
Virtual
Books;
·
Clube
do Parente
(cujo lema “caiu na rede já era” é muito engraçado); etc.
DE
TELEVISÕES
·
Megacubo e outros.
DE
FILMES
·
Mininova; etc.
DE
PROGRAMAS
·
Baixaki;
·
Superdownloads; etc.
Existe material que ninguém
conseguiria ler, mesmo em português, quanto mais em inglês, língua na qual o Google
está escaneando e digitalizando TODOS os livros possíveis e imagináveis,
prestes a causar o segundo choque de literalização (o primeiro foi o de
Gutenberg: alemão, 1390 a 1468) ou liberalização, com quase todo o conhecimento
disponível a quem conheça as línguas principais ou principalmente o inglês.
E há também o Projeto Gutenberg, no qual se pode dispor de 25 mil livros
libertos, pretendendo-se chegar a um milhão. Em 30 anos, uma geração, tudo
estará completamente mudado em relação às nossas infâncias, 30 ou mais anos
atrás. Temos a Wikipédia e o Google, o Bing e poderosos buscadores novos surgindo a todo o momento.
Quem tinha ouvido falar em tanta
riqueza assim?
Mas isso está mal-organizado.
Muita produção, mas a organização, para
dizer pouco, é insípida. É canhestra, é tola, é boçal porque não pergunta quem
está na outra ponta, no recebimento. Não vê a humanidade em ponto grande e
alto.
Em vez de estarmos correndo para
aqui e para ali, poderíamos estar vivendo em comunidade, com proximidade e
satisfação humana, se mudássemos nossos conceitos centrais de Civilização geral
– isso economizaria horrores em termos de petróleo e energia, com as empresas
sendo reorientadas e ganhando também naquelas direções e sentidos novos.
É toda essa nossa ânsia que é
responsável por nos movimentarmos: se pouco ou se muito, depende de nossas
escolhas civilizatórias. Se convivêssemos mais, se nos amássemos uns aos outros
como Jesus/Deus nos amou, teríamos ido mais longe e visto mais.
Não precisaríamos percorrer como
doidos tão longas distâncias e teríamos sido mais precavidos quanto a gastos
supérfluos.
Teríamos achado outras soluções sem
os automóveis.
Vitória, sábado, 28 de fevereiro de
2009.
NOTA: no meu original,
para leitura, existem artigos baixados da Internet – vá procurar, segundo sua
vontade (não posso citá-los sem autorização)
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