Wednesday, June 26, 2013

100 Cavalos Puxando 1 (da série de Cartilhas nº 1)


Capítulo 1
Um na Grande Mesa

Meu filho e eu chegamos à conclusão de que contando um ocupante (onde deveriam ir cinco, na relação de 5/5 = 100 % de ganho; na realidade a média é de 1,4/5,0 = 28 % de aproveitamento) por veículo e rendimento mecânico de 5 % (1/20) teremos 1/5 x 1/20 = 1/100 ou 1 % de proveito, daí o título: seria como uma grande mesa para 100 lugares diante da qual só estivesse sentada uma pessoa.

As escolhas foram péssimas.

Nós mesmos não temos carro, mas precisamos ter, porque o planejamento foi tão horrível a ponto de não haver alternativa. De fato, dizem que todo operário ganhando mais de 700 reais pode ter acesso a um veículo usado; nós, que ganhamos várias vezes isso líquido, mais ainda, mas não fizemos questão até agoraqui.
Os planejadores empurraram e foram empurrados pelas invenções e a sofreguidão para esse tipo de solução esbanjadora. Muitas coisas interferiram: nossas vidas curtas, o desejo imperativo de “gozar a vida”, o isolamento, a falta de inteligência, os governos ímpios, o comodismo, o descaso com o próximo e segue: uma quantidade incrível de motivos configurou o mundo tal como ele se nos apresenta.

Seria interessante alguém fazer livro contando como chegamos aos veículos e suas escolhas (estradas, postos esbanjadores de água, tudo mesmo).

Como podemos dizer que “foram os outros”?
De fato, nossos desejos também levam a isso, somam-se micrometricamente ao conjunto dos outros: se me alimento de carne isso leva micrometricamente à estatística da necessidade de matança dos animais. Se consumirmos trigo transgênico, esse acréscimo infinitesimal autoriza os laboratórios a continuarem nessa linha de pesquisa & desenvolvimento.
Como faremos para evitar tragédias?
Ao comprar um carro, mesmo tendo desprezo pelo desperdício nessa base de 99 da potência para 1 de aproveitamento, estarei financiando as empresas montadoras que continuam seguindo tal trilha de morte, o laboratório de Tanatos.

Como faremos para diminuir esse choque entre o pessoal e o ambiental?

PESSOAMBIENTAL

a)     VONTADES PESSOAIS:
a.1. dos indivíduos;
a.2. das famílias;
a.3. dos grupos;
a.4. das empresas;

b)     RESPOSTAS AMBIENTAIS:
b.1. das cidades/municípios;
b.2. dos estados;
b.3. das nações;

b.4. do mundo.

Como o indivíduo, que está a caminho de 1 em 7.000.000.000 em 2012, pode fazer diferença? Como as nossas crenças “do bem” podem modificar o mundo tão vasto e tão maior do que nós?

Supostamente existem 700 milhões de automóveis no mundo (em um bilhão de veículos) e a grande maioria, talvez 99 % vai virar sucata nos próximos 40 anos, se não for achado o que denominei “petróleo-G” (na Rede Cognata = SANTO-GRAAL = PONTO-G e segue). Seria de esperar que, sendo a família típica de quatro indivíduos, tal quantidade de automóveis acomodasse e transportasse pelo menos 2.800 milhões de indivíduos, mas a realidade é que muitos têm dois, três, quatro ou mais carros. Até no bairro onde morávamos, Morada de Camburi, Vitória, quando saía a passear com Silas via dois ou três carros nas garagens das redondezas, sem falar nos que ficam nas ruas, não se podendo dizer de quem são. Carro do marido, da esposa, do filho, da filha, da empregada e de não sei mais quem. E todos eles e elas duques e duquesas cheios de pompa, de orgulho inexcedível.

Para mudar, para consertar é preciso cada um de nós e todos nos desvestirmos do orgulho, mas tal não vai acontecer com base na boa vontade e no amor ao próximo, na consciência da proteção da Natureza, no respeito pela Terra. Vai acontecer nessa crise que se está montando agora, que foi montada desde bem antes, já na opção pelo desperdício. Vai ser na base da porrada, do choque, do susto. Pois no espaço de apenas uma geração dormiremos com um bilhão de carros e acordaremos com alguns milhões a serem usados exclusivamente pelos serviços de socorro, pelos militares e alguns representantes privilegiados da Lei.

Na década dos 1960 li romance onde se dava conta do bloqueio à eletrônica embarcável nos automóveis. Veja, isso rola há 50 anos, o que só começou a aparecer depois da crise do petróleo de 1973, da crise de 1979, da crise de 1987 no México, da crise de 1991 na Rússia, da crise de 2008 nos EUA e de toda ameaça de colapso – mesmo assim as montadoras ainda retardam quanto pudem os carros pequenos, depois das duas crises iniciais e agora dessa mais recente.

FAÇA A PESQUISA E FAÇA O LIVRO

Todo obstáculo no caminho dos carros eficientes (inclusive o carro elétrico, veja o documentário “Quem Matou o Carro  Elétrico?”).


Capítulo 2
Explor/ação

Explor/ação, o ato permanente de explorar.

Antes de começar tão afincadamente nesse caminho da barbaridade, que é o carro, em termos de orgulho atribuído a cada um e a cada família com o mínimo de dinheiro, e a tudo o mais, eu também era a favor, pensava em ter um, queria “de todo modo”, embora não tivesse mesmo feito o esforço.

Agora olho e vejo como somos atrozes, cruéis conosco mesmo e com a Terra, com o bioma da Terra, com a nossa coletividade aspirante a futuro. Vendo em vista transparente, em minha mente, um ser humano sozinho dentro do automóvel, tendo em volta aquela enorme massa de metal sendo conduzida pelas ruas e pelas ladeiras à custa de grande energia vinda do petróleo, vejo o abuso que é consumir o petróleo desse jeito. Podemos pensar que 60 ou 70 kg das mulheres e 80 ou 90 kg dos homens estão levando junto 800 ou 1.500 kg dos carros, com o favor dos motores à explosão, colocando sempre mais agudamente o falso problema de arranjar ainda mais petróleo, depois de termos consumido todo o que já conseguiram achar em 150 anos até agoraqui e mais 50 de lambuja até 2050 ou 2060: NO LIMITE 200 anos, sem mais tardar, sem contar o que chamei de “petróleo G”, que eu mesmo apontei. Dois séculos desde a descoberta do primeiro poço nos EUA.

O PRIMEIRO POÇO É DE 1859 NOS EUA (passaram-se 151 anos em 2010) 

Nós crescemos rápido demais, como crianças mimadas pelos recursos de Mamãe Natureza e o tutelamento de Papai Deus. Tudo excessivo, tudo demais. Eu mesmo, portador dessa atual consciência, já propus que os governantes passassem a produção nacional brasileira de 1,0 para 5,0 milhões de veículos/ano, para atender os que não tinham, para ampliar as estradas por esse Brasil afora; para a indústria, comércio, bancos, serviços envolvidos com a fabricação - por seu imenso poder de arrastamento econômico – dilatar ainda mais a produção e as posses nacionais.  Também fiquei fascinado: era só fazer a multiplicação! Se um dá tanto, cinco vezes isso dá exponencialmente mais, é uma felicidade só. Riqueza para todos, socialismo, atendimentos dos médios, pobres e miseráveis num nível muito mais elevado, como o dos americanos. Mas em vez de haver um carro por família, os ricos, médio-altos e médios têm cinco carros cada família.

Ah, mas a coisa não é assim!

Acredito mais que nunca que o Clube de Roma e seus Limites do Crescimento estão fundamentalmente errados, mas quanto ao gênero de expansão exterior é preciso, sem dúvida alguma, mudar. Passar - nesta que se configura a adolescência da humanidade - do quantitativo da infância ao qualitativo da idade adulta e mais produtiva. Até então, na infância, estávamos sendo alimentados por papai e mamãe, mas agora temos de achar nosso próprio emprego, encaixar-nos no universo, tornarmo-nos universalmente responsáveis, respondermos por nossos erros.

Precisamos rever nossos caminhos.
Aprender a crescer para dentro.
Desarmar o crescimento quantitativo da humanidade, inclusive o exponencial do número de pessoas, e dar aos bilhões que restarem maior chance de ver tudo e todos, de usufruir, de engrandecer-se e notar toda a imensidão de i, Natureza-Deus, e de subsistir por milênios.

Evidentemente, nós nos exploramos uns aos outros, mas existem boas e más explorações. As que temos feito tanto produziram boas obras quanto obras ruins durante as opressões dos patrícios no escravismo, dos nobres no feudalismo e dos burgueses no capitalismo. Em particular, a ganância extrema posta em prática nos mais recentes cinco séculos, depois do fim da tutela da Igreja, tanto nos libertou quanto nos aprisionou em novas formas de sujeição.

Em vez de buscarmos os bons adjetivos, buscamos os ruins e estes preponderaram. Justiça, amor, bondade, dignidade, proximidade e tudo desse lado bom do dicionário foi rejeitado em nome do distanciamento que estamos vivendo. Até os filósofos, indagadores por natureza, não se voltaram à busca dessa vida íntima e próxima que tanto bem nos teria feito.
Tudo isso, em conjunto, nos levou ao esbanjamento de algo que ninguém sabe o que é, e como fabricar, só sabe como acumular e gastar, a energia.
Nós gastamos o capital da herança - que mamãe e papai levaram bilhões de anos para acumular - em porcarias, em divertimentos infantis.

HÁ UM LEQUE DE OPÇÕES ENERGÉTICAS

Deveríamos ter, desde o início, pensado nisso, em garantir as opções, a variedade de opções, enquanto na realidade caímos mais uma vez na monocultura, na monoexploração. Acreditando-nos espertos à beça, temos dado uma de tolos perante o universo e acabamos mostrando quanto o orgulho pode nos enganar. Em termos de civilização nós mesmos teremos nos condenado a fim prematuro, se não pudermos encontrar uma saída.
Os bobocas da criação acreditando-se sábios.
E TÃO SÁBIOS que nos chamamos sapiens-sapiens, sábios-sábios.
Ah, quanta empáfia!


Capítulo 3
Energia

Ninguém sabe mesmo o que é energia, nem de longe.

Quando falamos de energia queremos dizer de sua conversão de umas formas em outras (com perda, devido às leis da termodinâmica), de seu armazenamento, de seu uso ou exploração e assim por diante. Quando dizem “produção de energia” é impropriedade, pois a energia não é propriamente produzida, ela é reunida sob determinadas formas preferenciais, digamos a eletricidade, mas ninguém produz mesmo eletricidade: os potenciais elétricos (sempre sendo reduzidos) estão na Natureza desde os primórdios, desde o Big Bang (o Barulhão, como chamei) – quando “produzimos eletricidade” queremos dizer que, por exemplo, transformamos potencial gravitacional em potencial elétrico.

Veja, estamos ilhados dentro das quadras.
OBSERVE UM MAPA URBANO (você pode pegar qualquer cidade) 

A necessidade do trânsito de pessoas criaram ruas, a contemporaneidade dos veículos criou ruas retas e largas para alta velocidade. Isso nos ilhou em quadras.
As cidades surgiram da sabedoria-ignorância, um misto horrível de sabedoria pessoal com ignorância coletiva, e o que vemos hoje são casas isoladas em quadras, precisando de carros para vencer grandes distâncias, pois não planejamos ter tudo ao alcance dos pés e das mãos, visando ir andando; ficou tudo longe demais. Nenhuma coisa fica a distância de 5 minutos caminhando (andando 6 km/h, 5/60 corresponderia a 1/12; 6.000 m/12 minutos = 500 metros), nada calmo, nada sem sufoco, nada sem alvoroço e tensão, nada para a felicidade das gentes.

A quem servimos?
À infelicidade gulosa, porque cada qual, isolado, tentando ser feliz sozinho, levou coletivamente à opressão do próximo.

O “direito de cada um à felicidade” leva a que meus excessos se constituam em embaraços alheios. E colocar isso tudo em leis todo o tempo não melhorou em nada a situação: existem agora milhões de leis, decretos, portarias, ordens de serviço (porque cada legislador ou executivo eleito sai fazendo as suas o tempo todo em qualquer carguinho de poder mínimo nas 200 ou 300 mil cidades do mundo, nos 4.000 estados, nas 200 nações - segundo minha estimativa). Ninguém sabe ao certo quantas são, acho que ninguém se propôs ainda avaliar, nem os governos, mas essa é a ordem de grandeza.

Há ruas/avenidas demais, estradas demais para baixas e altas velocidades e pouco espaço de convivência. Falando das novas praças psicológicas que sugeri nos textos dos 222 livros (propositalmente 11.111 artigos) depois do modelo, não temos convivência real. Não admira mesmo nada termos chegado a esse impasse da insegurança geral, mundial.
Estamos ilhados pelos automóveis, os caminhões, as motos e até as bicicletas. Não existem FOCOS DE CONVIVÊNCIA em que, justamente (nos dois sentidos) possamos conhecer o próximo, o sentido realmente próximo: as pessoas ficaram distantes em virtude do modelo da sócioeconomia produtivorganizativa.

Olhe mentalmente à sua volta em busca de lugares de encontro. Você não os descobrirá, até porque as pessoas raramente vão às praças para encontrar os companheiros, exceto onde há jogos de damas e xadrez, de bocha e tais; e muito menos ainda para conversar com os desconhecidos, porque a estes lugares vão os velhos aposentados encontrar amigos de longa data. Diante da sua casa há uma rua perigosa para as crianças, e assim é diante de outras casas de 1.750 milhões de famílias em todo lugar do mundo (ou quase, sobraram as roças).

E tudo porque privilegiaram demais os carros.

Algo deve ser feito.
Antes, quando eu via um carro com motorista sempre pensava em como tínhamos ido tão longe, em termos civilizatórios, pois foi grandemente dilatada a compreensão da engenharia mecânica dos automóveis e dos veículos em geral (são tantas fábricas e tantos povos que os sabem fazer), que são coisas belíssimas e muito afinadas, orquestras sinfônicas tocando para os ouvidos certos. Pare e olhe detidamente os veículos (automóveis, trens, barcos, motos, aviões, caminhões, helicópteros, navios): são lindos. Se você for engenheiro (ou tiver propensão a ser), mais belos ainda os achará.

UM MOTOR AJUDA MUITA GENTE (se as pessoas fossem realmente espertas andariam com representações de motores penduradas nos pescoços ou nas orelhas ou nos braços ou onde fosse)

Isoladamente, em termos de tecnologia “simples”, são das coisas mais bonitas que há na Terra e os professores deveriam mostrar e estudar em qualquer sala de aulas.

CARRO: O CAVALO DE AÇO DA TRIBO ATUAL DO CÃO-CAVALO (para nós, homens, são lindas, instrumentos de vencer distâncias e conquistar, tomar, trazer para a tribo e para as mulheres, proporcionar futuro; não é à toa que os jovens ficam enlouquecidos)

É o sonho de consumo de todo homem, em razão do que está por trás: agradar as mulheres, conseguir que elas se abram. É um exército inteiro para um homem só: ir, conquistar, trazer os alimentos, cair nos braços das fêmeas.

Mas hoje, quando vejo uma pessoa dirigindo, penso comigo: “eis um perdulário-social, um esbanjador miserável, um orgulhoso, um tirano destruidor da Natureza”. Fico assombrado com nossa impudicícia psicológica e biológica, nossa intolerância religiosa prática, para além das teorias de que amamos a Deus. Olho e vejo, agora que estou com 5.6 (um dos amigos diz assim, como se fosse motor de carro; até nisso somos admiradores deles) posso entender nossa imprudência, nossa incapacidade de ver mais longe, nossa impotência em termos de conseguir uma civilização realmente nobre e elevada!

A MÚSICA DA RITA LEE (dedicada aos grandes e aos pequenos burgueses, e aos capitalistas, e em geral aos proprietários de veículos, exceto os que prestam serviços essenciais)

Ovelha negra
Rita Lee
Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra
E água fresca
Meu Deus!
Quanto tempo eu passei
Sem saber!
Uh! Uh!...

Foi quando meu pai
Me disse:
"Filha, você é a Ovelha Negra
Da família"
Agora é hora de você assumir
Uh! Uh! E sumir!...

Baby Baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby Baby
Não vale a pena esperar
Oh! Não!
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Tchu! Tchu! Tchu! Tchu!
Não!
Oh! Oh! Ah!
Tchu! Tchu! Ah! Ah!...

Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra
E água fresca
Meu Deus!
Quanto tempo eu passei
Sem saber!
Han!! Han!...

Foi quando meu pai
Me disse:
"Filha, você é a Ovelha Negra
Da família"
Agora é hora de você assumir
Uh! Uh! E sumir!...

Baby Baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby Baby
Não vale a pena esperar
Oh! Não!
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Tchu! Tchu! Tchu! Tchu!
Não!
(Ovelha Negra da Família!)
Tchu! Tchu! Tchu!
Não! Vai sumir!...

Nós, os filhos mimados atacamos nossa mãe Natureza e desgostamos nosso pai Deus.
Que vexame!
Nestes tempos posso olhar as pessoas passando cheias de pose em seus carros, como milhões de duques e duquesas cheios de arrogância, e ver como fomos longe em termos de sensibilidade.

Embora o livro tenha várias passagens das quais discordo, é importante ler Mauro F. P. Porto O Crepúsculo do Petróleo (Acabou-se a gasolina, salve-se quem puder!), Rio de Janeiro, Brasport, 2006. Você vai ficar assombrado e assustado.

TRANSPORTE INDIVIDUAL (transporte aproximando-se da relação um/um, quer dizer, um peso transportado por um peso do objeto)

Se nós estivéssemos em pânico (como vamos estar) teríamos privilegiado as invenções poupadoras de energia.
Nada melhor que o perigo para instilar consciência nas pessoas e nas comunidades. Teríamos investido em psicologias mais avançadas, como colocar as fábricas numa redondeza familiar, ou em desestimular a presença de tantas ruas, ou de qualquer modo evitar favorecer as corridas de Fórmula 1 (ou qualquer outra) ou Indianápolis. Teríamos sido conseqüentes.


Capítulo 4
Distribuição da Energia

Não apenas a distribuição da energia é desigual no universo, nos superaglomerados, nos aglomerados, nas galáxias, nas constelações, nos sistemas estelares como, para começar, o Sol também não manda a mesma quantidade de energia a todos os pontos da Terra, dado esta ser uma esfera. E há aquilo que ficou contido em nosso planeta.

É PRECISO UM QUADRO DA DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA DO SOL NA TERRA
TIPO
PROVINDO DO/DA
PERCENTUAL
















Ademais, há a onipresente Curva do Sino.

SINO PARA UNS E NÃO PARA OUTROS (em consumo de energia: faça você. Estes textos não pretendem ensinar às pessoas, não sou professoral: visam conseguir participação)

Veja "Curva do Sino" na Internet.
Aqui, por exemplo:


IMAGINANDO A CURVA NESTES MOLDES

MISERÁVEIS
POBRES
MÉDIOS
MÉDIO-ALTOS
RICOS

Quanto ao conceito de “riqueza da distribuição” (isto é, de quem tem versus quem não têm, os pobres ou miseráveis em energia) temos de elucidar alguns assuntos.

RIQUEZA PESSOAMBIENTAL (no grupo das PESSOAS vou escolher a família para apresentar o raciocínio, mas você pode ver as demais pessoas e os ambientes, fazendo os cálculos para eles) - riqueza familiar em energia, disponibilidade e consumo, conforme as classificações correntes (não são as do modelo):

·         de energia de combustíveis fósseis (quanta gasolina, óleo diesel, graxa, gasolina de aviação, gás e outros derivados do petróleo sua família consome anualmente, direta ou indiretamente);
·         de energia elétrica;
·         de energia geotérmica;
·         energia das marés;
·         energia eólica;
·         energia hidráulica (geralmente convertida em energia elétrica; mas pode ser usada diretamente para mover moinhos);
·         energia nuclear;
·         energia renovável (por exemplo, o álcool é desse tipo);
·         energia solar.

Seria preciso fazer as contas e comparar as famílias, inclusive o desperdício. Pois os carros atuais desperdiçam energia que é de todos e de cada um. Assim como os americanos comem demais (pagam por isso, claro, mas comem em excesso, depois fazem exercícios para eliminar o excesso, gastando fortunas em aparelhos de ginástica e em mais de 500 mil operações do coração/ano, bem como outras doenças), todos que possuem carro (um, dois, três – vai piorando) são esbanjadores do patrimônio comum.

Mais que isso.
Devemos usar o modelo para interpretar corretamente.
Embora seja impróprio falar de “energia biológica”, já que só existem mesmo os quatro (cinco) tipos físicos, podemos desconsiderar o pudor, pois seria complicado dizer a cada vez “energia física de uso biológico”, dizendo apenas “energia biológica” entre aspas, pois isso não existe mesmo. Ou podemos dizer ebio (“energia biológica”), epsi (“energia psicológica”), einfo (“energia informacional) e assim por diante, criando novas palavras.

Podemos ficar no que é simples, dizendo energia biológica.

AS ENERGIAS NUMA VISÃO LARGA

1.       ENERGIAS REAIS (físico-químicas, vistas erradamente acima);
2.       ENERGIAS EM USO (as demais):
2.1.ebio;
2.2.ep.2 (da segunda ponte);
2.3.epsi;
2.4.ep.3;
2.5.einfo;
2.6.ep.4;
2.7.ecosmo (“energia cosmológica”, de fora do sistema solar);
2.8.e.p.5;
2.9.edia (“energia dialógica”, de fora do cosmos, se é que existe);
2.10.ep.6.

Deveríamos perguntar dessas também.
Quais são as energias que sua família consome na alimentação, em termos de quilocalorias da Física ou em milhares de calorias do conceito de alimentação? E as energias psicológicas-p.3? As energias mentais que alimentem sua compreensão-de-mundo?

Como você pode perceber, a distribuição é atualmente MUITO desigual, pois tanto a sua quanto a minha família não recebem distribuição igualitária. De modo nenhum! De fato, a desigualdade é muito profunda, larga, intensa em seu apossamento. Aqui a guerra é a mesma geral dos “de cima” contra os “de baixo”.
Isso se repete imediatamente na questão dos carros, pois uns têm e outros não têm. Efetivamente, todo mundo que tem está sobre-usando do patrimônio comum passado, presente e futuro em relação aos que não possuem carro. Quando o petróleo acabar, terá findado tanto para os que o usaram quanto para os que nunca nem chegaram perto dele.

Se o rendimento dos seus meios de transporte (a máquina humana, todavia alimentada pela ineficiência alimentar, outra discussão muito aguda; bicicleta; ônibus e outros meios mais econômicos) é maior, certamente você está sendo explorado (por quem tem um carro) ou super-explorado (por quem tem mais do que um).

Alguém que tenha três carros (300/4) numa família de quatro membros, teria um índice de 75; se a forma de transporte de sua família tivesse eficiência de 1,5 por indivíduo (x 4 indivíduos na família = 6,0) isso significa que a relação entre a família dele e a sua seria de 75/6 = 12,5, quer dizer, opressão energética de 12,5/1,0. Os estudiosos devem começar a fazer essas contas de EFICIÊNCIA ABSOLUTA DO TRANSPORTE.

CARRÕES VERSUS CARRINHOS

1)      carrões (faça você a lista), classificação:

por comprimento
por potência
por preço
por velocidade
por volume
...
(outros critérios)

PARADA PARA SÓCIO-REFLEXÃO

Alguém pode realizar tais levantamentos?


1)      carrinhos (as pessoas riem dos carrinhos, sentem-se ultrajadas, mas eles serão a salvação do mundo enquanto não reprogramamos tudo):

Quase todos ainda zombarem dos carros pequenos nos diz como somos os reis do esbanjamento.


Capítulo 5
Trem de Ondas das Sobrevivências (TOS)

Chamemos de TOS, para abreviar e não ser preciso escrever tanto. Pois o TOS é um para cada horizonte do conhecimento (TOS patrício na Idade Antiga, TOS nobre na Idade Média, TOS burguês na Idade Moderna e na Idade Contemporânea).

Naturalmente que trafega em cinco velocidades diferentes, de primeiro a quinto mundo. Como sempre, nem é bom estar na velocidade extrema superior, máxima, que pode descarrilar o primeiro mundo (como está acontecendo sob nossos olhos), nem na velocidade extrema inferior, mínima, que vai se arrastando no quinto mundo. Nas trocas de direção-sentido civilizatórias é melhor estar na média, 2º a 4º mundo – nem velocidade demais nem de menos.

DÉBITO E CRÉDITO DA SOBREVIVÊNCIA (às vezes temos demais e às vezes temos de menos - folgas civilizatórias – em termos de conforto quanto às chances de sobre-viver)

Nós oscilamos muito e isso deve ser contado como INEFICIÊNCIA CIVILIZATÓRIA, pois alguém (ou a Natureza) está pagando por ela.

Às vezes estamos com folga, às vezes com falta. Só que nunca paramos para fazer avaliações assim completas de nossas civilizações, de modo que só podemos dizer que talvez estejamos em falta ou em excesso; podemos intuir, mas não podemos ser taxativos a ponto de pedir desvio do precipício – não passam de opiniões melhores ou piores. Os governos nunca avaliaram os trens de ondas, as frentes deles, por exemplo, a frente tecnocientífica em termos de possibilidades, exceto nessas épocas periclitantes de agora em que as avaliações começam timidamente.


Capítulo 6
Loucomotivos do Trem

As locomotivas do trem-de-ondas (TDO) da produçãorganização (PO) mundial são os países de frente, do primeiro mundo (sendo eles cinco), os 20 % mais proeminentes, os que mais produzem e mais organizam dentro da PSICOLOGIA HUMANA (primeiras figuras PO, primeiros objetivos PO, primeiras produções PO, primeiras organizações PO, primeiros espaçotempos PO). Se forem 200 países no mundo, 200/5 = 40 estão na frente.

PARA CONHECER OS MAIORES RESPONSÁVEIS (ou os mais irresponsáveis):

É só pesquisar sobre as maiores economias do mundo.

Se estivermos loucos, são os motivos deles que nos levam à loucura, são eles que são competentes numas coisas e incompetentes noutras; os “louco-motivos” são deles, os motivos-objetivos loucos são deles.
Eles que não souberam a contento resolver os problemas.
E quais são os motivos-objetivos deles?
Seria preciso fazer uma lista bastante extensa.

Quem (ou o grupo que) o conseguisse não teria perdido tempo, pelo contrário, teria retratado os caminhos e descaminhos dos primeiros, dos que estão na locomotiva do trem-de-ondas produtivorganizativo.

Do ponto de vista da proximidade do caos e do precipício, que atitudes teriam colaborado mais para nos aproximar dessas situações de desespero? Essa é a pergunta crucial. O maior responsável não foi o Burundi, 1/625 do PIB percapita do Luxemburgo: este comprou 625 laranjas para cada consumida no outro.

QUEM NOS LEVOU À BORDA E QUANTO CONTRIBUIU PARA ISSO?

Fomos todos nós, com nosso zelo por nossa felicidade e dos que estão próximos, e com nosso desmazelo pela felicidade alheia e dos que lhes estão próximos.

Veja em breve a cartilha A Gente-Umbigo e a Empurração.

Os motivos mais tolos nos trouxeram à beira do precipício.

Aqui também seria preciso fazer levantamento minucioso do que compramos repetido ou de supérfluo, não apenas nos supermercados, mas também nas lojas; as dúzias e até centenas de roupas das mulheres, os perfumes, os cremes, todo aquele excesso. Os três mil pares de sapatos de Imelda Marcos e todas as excrescências. Tudo que você eu fizemos.

Deveriam fazer um Livro dos Recordes dos Desperdícios Mundiais (AMBIENTES: mundo, nações, estados, municípios-cidades; PESSOAS: empresas, grupos, famílias, indivíduos), especialmente para os artistas, os cantores de rock e gente de todo calibre que esbanjou nossos recursos. Não é vingança, não é revanchismo, somos todos otários mesmo.


Capítulo 7
Fome

Não são apenas os pobres e miseráveis que têm fome, todos temos; e a fome não é só de comida, pois como disse Jesus “nem só de pão vive o homem, mas também da palavra de Deus”.

AS FOMES

1.       materiais-corporais;
2.       mentais-espirituais:
2.1.              dos conhecimentos altos (dependem da razão e do pensamento):
2.1.1.                     Magia;
2.1.2.                    Teologia;
2.1.3.                    Filosofia;
2.1.4.                   Ciência;
2.1.5.                    Matemática alta;
2.2.             dos conhecimentos baixos (dependem da emoção e do sentimento):
2.2.1.                    Arte;
2.2.2.                    Religião;
2.2.3.                   Ideologia;
2.2.4.                   Técnica;
2.2.5.                   Matemática baixa.

Por exemplo, nós temos fome de Arte geral, das várias artes, que o modelo identificou até agora como sendo 22, segundo a classificação:

ARTES DO CORPO

1.       artes da visão (7: prosa, poesia, pintura, desenho, fotografia, dança, moda, etc.);
2.       artes da audição (2: músicas, discursos, etc.);
3.      artes do olfato (1: perfumaria, etc.);
4.      artes do paladar (4: comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.);
5.      artes do tato (8: arquiengenharia, urbanismo, paisagismo-jardinagem, decoração, esculturação, tapeçaria, cinema, teatro, etc.)

Temos fomes mentais, relativas à alimentação de nosso programáquina mental, da auto-programação mental. Precisamos alimentar isso todo dia com informações e dados, com novas visões, com novidades constantes. Uns sentem mais e outros sentem menos fome, mas todos sentem. Eu, por exemplo, sinto muitas necessidades.
Uns não ficam e outros ficam famintos.


Capítulo 8
Famintos

Como essa fome será satisfeita?
Como foi satisfeita através do tempo e do espaço?

FOME MENTAL E CORPORAL DESDE OS PRIMÓRDIOS

1.       na Idade Antiga, Antiguidade (até 476);
2.       na Idade Média (de 476 a 1453);
3.      na Idade Moderna (de 1453 a 1789);
4.      na Idade Contemporânea (de 1789 a 1991);
5.      na Idade Pós-Contemporânea (de 1991 para frente), conforme classifiquei.

Até o aparecimento da Rede/Net (Internet, rede internacional) pouco acesso tínhamos, especialmente os pobres/miseráveis. Quem podia comprar entradas de teatro a 40 ou 50 reais? Quem poderia ir a um show que custa (25/525), 1/21 avos do salário mínimo? Pelo menos um dia de trabalho.

Ainda é plenamente insatisfatório na Internet PORQUE os poderosos interesses das empresas não permitem o vazamento do conhecimento, mas mesmo assim já avançamos muito, já que há gente abnegada deixando vazar uma fartura de coisas, digamos nestes sítios/sites:

DE LIVROS (desses tirei 1.400 livros, com repetições, inclusive revistas da semana e livros ainda nas vitrines das livrarias)

·         PDL Projeto de Democratização da Leitura;
·         Viciados em Leitura;
·         Virtual Books;
·         Clube do Parente (cujo lema “caiu na rede já era” é muito engraçado); etc.

DE TELEVISÕES

·         Megacubo e outros.

DE FILMES

·         Mininova; etc.

DE PROGRAMAS

·         Baixaki;
·         Superdownloads; etc.   
         
Existe material que ninguém conseguiria ler, mesmo em português, quanto mais em inglês, língua na qual o Google está escaneando e digitalizando TODOS os livros possíveis e imagináveis, prestes a causar o segundo choque de literalização (o primeiro foi o de Gutenberg: alemão, 1390 a 1468) ou liberalização, com quase todo o conhecimento disponível a quem conheça as línguas principais ou principalmente o inglês.

E há também o Projeto Gutenberg, no qual se pode dispor de 25 mil livros libertos, pretendendo-se chegar a um milhão. Em 30 anos, uma geração, tudo estará completamente mudado em relação às nossas infâncias, 30 ou mais anos atrás. Temos a Wikipédia e o Google, o Bing e poderosos buscadores novos surgindo a todo o momento.

Quem tinha ouvido falar em tanta riqueza assim?

Mas isso está mal-organizado.
Muita produção, mas a organização, para dizer pouco, é insípida. É canhestra, é tola, é boçal porque não pergunta quem está na outra ponta, no recebimento. Não vê a humanidade em ponto grande e alto.

Em vez de estarmos correndo para aqui e para ali, poderíamos estar vivendo em comunidade, com proximidade e satisfação humana, se mudássemos nossos conceitos centrais de Civilização geral – isso economizaria horrores em termos de petróleo e energia, com as empresas sendo reorientadas e ganhando também naquelas direções e sentidos novos.

É toda essa nossa ânsia que é responsável por nos movimentarmos: se pouco ou se muito, depende de nossas escolhas civilizatórias. Se convivêssemos mais, se nos amássemos uns aos outros como Jesus/Deus nos amou, teríamos ido mais longe e visto mais.

Não precisaríamos percorrer como doidos tão longas distâncias e teríamos sido mais precavidos quanto a gastos supérfluos.

Teríamos achado outras soluções sem os automóveis.

Vitória, sábado, 28 de fevereiro de 2009.



NOTA: no meu original, para leitura, existem artigos baixados da Internet – vá procurar, segundo sua vontade (não posso citá-los sem autorização)


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