Esse produto é estrangeiro e ao ser trazido ao
Brasil foi “adaptado às condições brasileiras”, quer dizer, de terceiro mundo,
de pessoal subnutrido física e mentalmente que aceita qualquer coisa.
Não passou pelo severo controle de
qualidade que há no estrangeiro, digamos nos países de primeiro mundo como há
na Europa, nos EUA, no Japão e nos outros; é tudo roscofinho por aqui, tudo
enjambrado, tudo acomodado com maior ou menor rudeza.
Digamos, em São Paulo onde as pessoas são
mais exigentes o produto é melhorzinho, mas em Roraima é bem ruinzinho, porque
os daquele estado não fazem todas as exigências e os capetalistas de lá fazem
horrores, entregam produtos de terceira ou quarta qualidade pelo dobro ou o triplo
do preço, de modo que pode sair por 12 vezes o original de São Paulo, que por
sua vez já deixa muito a desejar comparado aos do exterior.
Ao adaptar às condições brasileiras saiu O
Capital sem qualquer passado, sem formação demorada do produto, sem cuidados de
produção que o original Das Kapital tinha, sem oposição. Saiu assim,
abrutalhado, como se tivesse nascido ontem.
Não há crítica na aceitação.
As pessoas aceitam de qualquer modo.
No entanto, até o produto Das Kapital ficar
pronto na Europa ele passou por toda a experiência da Antiguidade até 476;
depois a da Idade Média de 476 a 1453; a seguir pela da Idade Moderna de 1453 a
1789 e finalmente foi aprimorado na Idade Contemporânea de 1789 a 1991 (vindo
depois a Idade pós-contemporânea).
Ora, ao chegar ao Brasil foi aceito como se
tivesse ficado pronto em 1789, apenas 200 anos de existente: as travas que
impediam o mau funcionamento do produto não foram acionadas por aqui. Nem os
cuidados de manuseio e ele foi entregue de qualquer jeito a gente inexperiente,
não-tocada pela experiência. O que se poderia esperar?
Foi desastre na certa.
Quando os médios, os pobres e os miseráveis
brasileiros compraram o produto aceitaram-no de qualquer forma, do jeito que
lhes foi apresentado e não sabendo usá-lo acolheram com ele e sem reação os
danos que provoca. Foi o que se viu, vieram com ele as grandes distâncias, as
propagandas enganosas, as favelas, os danos ecológicos, o tratamento
inadequado, uma quantidade enorme de malefícios de que os produtores originais,
aqueles que inventaram Das Kapital se livraram com vacinas apropriadas, por
exemplo, as greves, as manifestações, os enfrentamentos.
Os brasileiros são descuidados, aceitam
qualquer coisa.
Povo jovem, ainda não pensa com afinco, não
repara nos defeitos; quando leem “promoção” não reparam
que pode ser objeto defeituoso.
Uma pena.
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