Aproximamo-nos do celestial veículo
que nos esperava pacientemente, sob as ordenanças de Deus todo-poderoso.
Chovera. Gotículas brilhantes como diamante e translúcidas e belas,
resplandeciam e emanavam os raios enviados pela fogueira central.
Fui caminhando com minha amada e
gentilmente abri a porta da carruagem para ela e ela entrou e sentou-se no
banco ao mesmo tempo limpíssimo e macio e a justa medida dos seus merecimentos,
que nosso Senhor Celestial houvera por bem acatar. O ar interior recendia a
odores maviosos e quase entramos em êxtase.
Circulei o veículo e abri a outra
porta, tendo a mesma experiência de sentar-me no delicioso assento, ó glória, ó
benção, ó Deus, tudo era tão apropriado, tantas primícias, tantas felicidades
proporcionadas, nem merecíamos tanto.
O Sol, o luzeiro posto por Deus, nos
iluminava intensamente.
Passei a marcha e apertei o
acelerador e se transmitiu poderosa força e o carro tremeu com o impulso
energético e as potências divinas o premiam adiante e senti o tremor majestoso
e o ardor grandioso que lá de dentro vinham.
Liguei o limpador de pára-brisas.
Por um lado havia o pára-brisas que graciosamente impedia que fôssemos tocados
pelo furor dos elementos e por outro o limpador e a excelsa paleta que limpava
o pára-brisas dos pingos e das gotas que o aguaceiro deitara sobre todo a
viatura.
Ó brasão do Eterno e tanto devíamos
agradecer.
Passei a segunda marcha e a terceira
e a quarta - nos conscientizávamos da pureza do momento, de toda a
grandiosidade. Tudo era bom.
Fora dali havia a estrada asfaltada
que nos levava em segurança e víamos as flores e as árvores e o lixo que a
infelicidade alheia, todavia, nos legava.
Íamos.
Fluíamos no frêmito da estação.
Tinha chovido um pouco, abri a porta
para ela, rodeei o carro, entrei, passei as marchas, liguei o limpador, fomos
adiante.
No comments:
Post a Comment