Thursday, June 06, 2013

O ouro de Silas (da série Cartilhas)

Capítulo 1
Silas que Veio dos Éons

EON
Éon, eon ou ainda aeon significa, em termos latos, um enorme período de tempo, ou a eternidade. A palavra latina aeon, significa "para sempre". Ela é derivada do grego αιών (aión), cujo um dos significados é "um período de existência" ou "vida".
[Do lat. tard. aeon < gr. aión, 'tempo', 'duração da vida', 'eternidade'.]S. m.  1.                Hist. Filos. Entre os gnósticos, energia eterna emanada de um ser supremo, mediante a sua ação sobre o mundo. 2.             Período de tempo muito longo, ou indefinido. 3.         Cronol.  Período de tempo correspondente a 1 bilhão de anos. 

Silas veio dos bilhões de anos deste universo, 13,73 segundo os cientistas; tanto quanto qualquer um. Ele é o resultado da evolução natural que o modelo postulou, passando pela físico/química e a biologia/p.2, até estar conosco partilhando em sua biologia/p2 (segunda ponte) a plenitude não sabida da psicologia/p.3.
Para que esteja aqui foi necessário o Big Bang (Barulhão, a Grande Explosão) ocorrer há 13,73 bilhões de anos, transcorrerem bilhões de anos até o Sol consolidar-se há cinco bilhões de anos, mais 0,5 bilhões de anos para Terra começar a se formar, passando 3,8 bilhões de anos até a Vida, tendo principiado na Terra, vir dar em tudo que deu.
Silas está aqui porque todos esses bilhões de anos possibilitaram-no, como a qualquer um.
Quando Silas chegou de seu nascimento biológico, veio com um ou dois meses de idade, bem pequeno. Meu filho disse que quando nasceu podia pegá-lo com uma só mão, como naquela foto em que há um bebê na mão e no antebraço de uma pessoa.
Logo quando chegou podíamos carregá-lo no colo, mas cresceu tanto que logo pesava mais de 30 kg, tendo chegado aos 40 kg, creio. Não só pelo peso, mas porque esperneia e empurra com as mãos (não dizemos mais “patas” e sim mãos e pernas), distanciando-se de nós, não é possível carregá-lo.
Pensei em fazer como que uma camisa-saco com alças para carregá-lo nas costas e mal comuniquei tal pensamento fui obstado (assim como também um bornal para a Yuki, mas evidentemente não daria certo). Entretanto, seria bom desenhar, verdadeiro companheirismo.
Esses bilhões de anos que Silas trouxe consigo são os da grande amizade e companheirismo dele, de fidelidade total. Na verdade a humanidade começou a domesticar a espécie dele há 10 mil anos ou pouco mais (penso que foi quando as cidades começaram a se formar com Jericó há 11,5 mil anos, ou mais).
Quando saio, ele fica esperando na porta por horas e horas, diz meu filho. E sei que quando Gabriel sai à noite ele fica embaixo esperando pacientemente até a chegada do “pai”, e dá saltos encantadores, de pura felicidade. É preciso vê-lo quase voar de alegria. Dá saltos, dá saltos, dá saltos deslumbrantes.
Não é que o nosso seja melhor que o seu, é que nós o vemos em grandeza. Nem posso dizer “em toda a sua grandeza” porque isso só Deus pode ver. Nós o vemos em grandeza, todos nós; minha filha, com o tempo, passou a gostar dele e hoje é um xodozinho dela também, a ponto de só comer a ração se ela fica perto.
E nós gastamos com ele os nossos bilhões também, dando banho, dando remédio, passeando, insistindo que coma, levando à veterinária ou trazendo-a aqui. Duas vezes ele pegou uma “dermatite de contato”, significando que uma parte ferida qualquer da pele supura e produz pus, sendo necessário cortar o pelo e passar remédio em spray, assim com dar pílulas. E ele toma outras para o pelo, que de outra forma cai muito.
De fato, na muda cai tanto pelo que forma verdadeiras perucas na soma do arrastamento pela casa. É que, diferentemente dos demais animais, ele tem três camadas de pelo para isolar do frio extremo da península do Labrador.
Eles, os cães, participaram ativamente da nossa construção e nos defenderam por milênios, 10 ou mais; junto com o cavalo edificaram realmente nossa espécie e nós somos devedores, reconheçamos ou não, aplaudamos ou não.
Há histórias de cães que morreram sem se alimentar e sem beber sobre as tumbas dos donos ou que dia após dia voltaram a elas; ou aqueles deixados na Antártica; ou o outro que foi ao meio do asfalto buscar o amigo morto. Há muitas histórias e creio que elas deveriam ser reunidas como um aplauso geral a esses companheiros de todas as horas durante 10 mil anos – como são 8,75 mil horas/ano, são 87,5 milhões de horas de não sei quantos milhões de animais que caçaram, pescaram, lutaram por nós e nossos filhos; que literalmente morreram para nos alimentar; que nos defenderam e a nosso sono, fazendo de suas vidas uma eterna dedicação, não se sabe à custa de que primeiro amor lá para trás.
Foi um belo trabalho e agora precisamos reconhecer isso.

Capítulo 2
O Lado Contemporâneo da Eternidade

A eternidade não pode ser menos que eterna e ela o é de dois modos: o modo multíplice da Natureza, uma em cada universo, e o modo único de Deus, um só para todos os universos. O conjunto das naturezas (veja em Identidade) representa a meia-esfera material. Deus como conjunto é a outra metade, virtual, concentrado num ponto.
A eternidade na linha da contemporaneidade, no horizonte de simultaneidades tem inumeráveis representantes, inclusive nós como espécie e você e eu como indivíduos. Tanto a Natureza, realmente, quanto Deus virtualmente estão representados nos vários graus de racionalidade. Os cães não sabem que estamos na segunda natureza, eles não vêem o mundo como a seqüência de PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e de AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos) estruturados pela racionalidade – para eles ainda é tudo canino, buracos nas portas e janelas, obstáculos nas paredes – a única coisa que é semelhante para eles nos 10 milênios de sociedade nós-eles é a amizade maior ou menor.
Mas eles, tanto quanto nós representantes da eternidade no momento contemporâneo, merecem o maior respeito dos seres humanos, não só por sua individualidade e coletivo especial, como por essa associação multimilenar.
Em nós e neles a eternidade está representada.
Quer dizer, eles-nós é a eternidade se reencontrando racionalmente como dois absolutos. O mais longe que a racionalidade foi na Terra – segundo sabemos – foi a humanidade, que chamei de “cristal na ponta da lança da criação”. Empurrando-nos, veio o desdobramento geo-histórico de todos esses bilhões que morreram para chegarmos aonde chegamos, inclusive nossos pais e mães e inclusive a longa seqüência canídea.

Capítulo 3
Comemorando Três Anos

Silas tinha de vida dele, quando escrevi o texto, somente três anos. Meu filho diz que Silas nasceu em 26 de dezembro e todo ano comemoramos a presença desse cara difícil em nossas vidas. De 26/12/2005 a 31/01/2009 são 1.132 dias. A minha vida (com 54, a completar 55 em 15/02/2009), comportou até hoje 20.077 dias, da qual a dele constitui pouco mais que 5,6 %, mas valor e significado não se medem assim.
Silas me fez pensar ainda mais, muito mais, ele e a Yuki, a gata persa de minha filha. Dia após dia suas presenças nos proporcionaram aprofundamento.
No começo de sua vida nós morávamos em apartamento pequeno, de três quartos, dos quais um, mais dependências de empregada e parte da sala ocupados com livros. Minha filha ocupava um, meu filho e eu outro, Silas sempre dentro do apartamento destruindo tudo.
Começou roendo o pegador mais debaixo da cômoda e à medida que ia crescendo roia os outros, até destruí-los todos, bem como parte da cômoda, depois doada, na esperança de que alguém pudesse consertar. Roeu os tampos das cadeiras da mesa da sala. Destruiu toalhas de pano e de rosto, toalhas de banho, tapetes, objetos, uma infinidade de coisas, sempre com nossa tolerância DEPOIS, porque nos primeiros dias foi difícil aquentar.
Compramos luvas grossas de borracha dura e botas do mesmo material, porque ele nos mordia com força, e para treiná-lo nas brincadeiras eu oferecia as mãos; bastou isso para ele destruir tanto as luvas quanto as botinas. Achei que nunca iria parar.
Ele urinava e defecava pelo apartamento todo, fezes muito moles, difíceis de recolher. Coitada da Nenén, que ficava com a maior parte, depois eu, depois meu filho e minha filha, quando voltou. Logo cedo queria passear e a gente ia em geral antes seis da manhã, pois começavam a passar os operários; se não íamos ficava estressado e mais furioso ainda. Urinava nos meus livros e revistas, jornais, o que fosse, para mostrar esse aborrecimento, fora ele ter no começo destruído vários livros. Um inferno. Um inferno muito agradável, quando a gente aprende a ver.
E algumas vezes eu, que nunca tinha tocado em nenhuma criatura para bater, para meu enorme desespero bati nele três vezes, o que ficará para sempre como mancha do meu caráter. Meu filho também bateu nele. Sempre foi pouco, nos maiores ataques, mas mesmo assim batemos, embora nem de longe como nos espancamentos que os animais sofrem em toda a Terra. Foram as maiores tristezas de nossas vidas não ter resistido às provocações violentas dele.

Capítulo 4
O Que Silas tem de Semelhante

A SEMELHANÇA GERAL CANINA


Cão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cão

Ocorrência: Pleistoceno Superior - Recente

O cão (Canis lupus familiaris) é um mamífero canídeo e talvez o mais antigo animal doméstico. Teorias postulam que surgiu da domesticação do lobo cinzento asiático pelos povos daquele continente há cerca de 100.000 anos. Ao longo dos séculos, através da domesticação, o ser humano realizou uma seleção artificial dos cães pelas suas aptidões, características físicas ou tipos de comportamentos. O resultado foi uma grande variedade (mais de 400 raças) canina, que actualmente são classificadas em diferentes grupos ou categorias. O vira-lata (Brasil), ou rafeiro (Portugal) é a denominação dada aos cães sem raça definida, SRD, ou mestiços, descendentes de diferentes raças.

A FAMÍLIA AMPLA DE SILAS (são várias raças, mais de 800, mas todas da mesma espécie, pois podem cruzar entre si e produzir filhotes férteis)

          Este é o Silas.

Então, Silas tem esse pelo amarelo, de onde vem o título: o ouro de Silas, que é um tes/ouro. As coisas valiosas nem sempre são o ouro-metal que fascina a tantos; podem ser, por exemplo, as compreensões e em particular a compreensão DA PRESENÇA. Podem ser Silas e outros como Silas, seja cachorro ou outro animal qualquer.
Mas Silas, evidentemente (como qualquer criatura), é único, não existiu, não existe e não vai existir outro igual.
Não existe outro igual.
Quando Silas morrer, esta jóia (cada criatura é uma jóia absoluta de i, ELI/ABBA/ALÁ, Elea, Ele/Ela, Deus-Natureza) única terá desaparecido irremediavelmente, até para os deuses, anjos e demais entidades elevadas: outro exatamente igual não poderá nunca ser criado, porque mesmo clonado ainda subsistiriam as experiências únicas. Porisso, se nós perdermos Silas será uma perda absoluta, irreparável, como é para cada criatura.

Capítulo 5
O Que Silas tem de Dessemelhante

Disso tudo que Silas herdou da eternidade (da Natureza e de Deus), de sua espécie (os cães em geral em sua evolução), de sua raça (o pai e a mãe em particular) e da humanidade (ração, vacinas, remédios para o pelo, antipulgas, tratamento veterinário, etc.) ele fez algo de particular, tornou-se Silas, de difícil temperamento e um grande amigo nosso, respeitado por todos aqui. 
Silas é um morador pleno da casa onde moramos.
Sobe nas camas, nas poltronas e anda por toda parte; dorme dentro de casa, toma banho de piscina (onde sabe subir a escadinha) e tem divertidíssimas facetas comportamentais.
Silas é um assombro.
Ele não é um cachorro gordo, é enxuto para magro. Por mais que coma ele nunca engorda mesmo, numa fica balofo como outro que existe aqui por perto, o Primo, como o chamo, que é Silas e mais um monte de largura para os lados. De todos os labradores da face da Terra, de todos os Pink nose (nariz rosa) nenhum conseguiria repetir o gestual de Silas, nem de longe, pois Silas é impar, como todos e cada um e se construiu especificamente para nós, arquitetou sua personalidade sob nossas vistas.
Apesar do que dizem dos cães, Silas desenvolve sua mente. Em primeiro lugar, criou por si mesmo, sem nunca ter visto outro cão fazer, um jeito só seu de descascar mangas: primeiro tira uma fatia da casca e depois puxa-balança o resto até soltar-se a casca toda. Come a casca e come a polpa, mastigando o caroço.
Nós brincamos de um-dois-três, que é assim: pego um pano, enrolo-o, ofereço, ele abocanha e ficamos puxando um prum lado e outro para o contrário; ao fim de várias peripécias digo “um”, abraço-o e continuamos até o “dois”, depois o “três”, quando paro – e então ele vai embora com o pano, sistematicamente. Por conseguinte, sabe contar até pelo menos três.
E tanto é verdade que no ritual do passeio de manhã (pegar sacos das fezes, café dos vigias, bolo deles e corda de passeio) ele já apontou três corretamente com a cabeça.
Quando dizemos “passear” ele vira a cabeça de lado, de um modo característico, interrogativo-pensativo, muito interessante, a cabeça de banda, os dentes caninos sobrepostos aos lábios superiores.
Quando descemos para os preparativos do passeio, ele vai à frente até embaixo, quando espera eu passar, pois de outras vezes por várias razões o trancamos e ele aprendeu a suspeitar – então, desenvolveu defesas. Como precisamos dar remédio, é só pegar o frasco e ele corre a se esconder. Ou fica antes da porta da cozinha, para não a fecharmos atrás dele.
Ele é esperto à bessa.
Naturalmente qualquer animal desenvolverá gestual seu e cada dono ficará encantado e amoroso, em certa medida, que é a medida do seu desenvolvimento mental; cada um de nós teria coisas a contar deles, assim como temos de nossos filhos, como dizia o Dr. Rinaldo de Lamare: “criança tem cada uma!”
Nós notamos as coisas de Silas porque somos amigos dele, mas em parte somos amigos dele, porque ele fez coisas especiais que ficamos reparando, olhando atentamente. Se você olhar atentamente o mundo e as pessoas também ficará amigo delas e dele.

Capítulo 6
Desenho de Silas

Você pode tentar desenhar um cão.
Eles não latirão, não o lamberão, não passearão com você, não lhe farão mimos, não o olharão com olhos expressivos, nem nada – não passam de traços que lembram os verdadeiros, porque temos idéia e sentimento dos verdadeiros.
Mesmo que fizesse uma escultura, ela também não se poria a andar; ainda que fosse feita com pêlos e tudo, com o máximo cuidado, a ponto de as pessoas duvidarem, ainda assim não se mexeria.
E se o clonasse, não teria sido você mesmo que o teria feito, e sim a Natureza, dentro de seus processos ainda insondáveis: de fato, você teria juntado óvulo e espermatozóide caninos, fornecido as condições de crescimento e ao fim obtido um similar do processo natural, com todas aquelas complexidades imensas. Quando vemos uma célula desenhada não percebemos que é esquemática, que dentro daquele minúsculo espaço CENTENAS DE MILHARES de operações estão se dando a cada segundo.
Porque não damos a devida atenção ao sublime, esquecemo-nos de alertar os estudantes para a complexidade implícita do mundo.
NÓS NÃO SABEMOS FAZER CACHORROS, já os recebemos prontos. Também não sabemos fazer ouro, só o aproveitamos e o amoldamos. Nós nos valorizamos demais. Quando queremos afagar um cachorro temos de esperar que a Natureza no-lo ofereça.
Ele já vem pronto.
Sei o que os gestos de humanos podem significar porque posso replicá-los e até já o fiz no processo de crescimento: mas de Silas não sei. Penso saber. Não sei se o olhar é de tristeza, só posso apertá-lo, afagá-lo.
E sei agora que pensei, que Silas tem 13,73 bilhões de anos.

Capítulo 7
Grande Valor

Silas tem, portanto, grande valor para nós. Para os de fora não tem, não o conhecem. Todos aqueles bilhões de células e bilhões de anos estão consagrados ao nosso amor e vice versa, agora que entendemos isso.
Claro que ter desenvolvido o modelo desde 1992 teve serventia para esse olhar; e ter, antes do modelo, lido e pensado muito, escutado, visto filmes, me dedicado também serviu. E por todo o mundo e todo o tempo, outros olharam os cães e os amaram. Por exemplo, o dono e a dona de Marley, que ficou famoso, e outros cães adoráveis.
Como ele é recessivo, as pessoas não gostam e porisso mesmo mais nos apaixonamos por ele. Mais, muito mais – nós vimos sua fragilidade. Há uma amiga, D, que acha que os veterinários americanos estão certos ao propor a não-procriação daqueles recessivos como Silas. Vi no supermercado um vereador de Linhares, que conheci há 20 anos; ele fica numa cadeira de rodas, é paraplégico, mas tem cabeça e fala atentamente com as pessoas – deveríamos desprezá-lo, porque é aleijado em relação a quem tem pernas? Não tem pernas, mas tem cabeça.
Justamente isso foi uma das coisas boas que as mulheres de antigamente fizeram, ao preservar os fracos, que os espartanos jogavam do precipício.
Ficamos brincado, meus filhos e eu, e passamos a chamá-lo de Silas I, supostamente o primeiro de uma dinastia de Silas, os siloquíngios (ao modo do carolíngios). É claro que queremos casá-lo com sua dama. Dizem que ele não pode proliferar, mas o que nos deteve até agora foi somente que as ninhadas de labradores compõem-se de 10 filhotes e ficamos pensando no que aconteceria com os filhos dele, havendo tanta gente ruim no mundo.
Pois Silas e Yuki não são “como nós”; Silas “é nós” e nós somos ele. Como unha e carne, como ensinei aos meus filhos outrora. Inseparáveis, i Natureza-Deus nos sustente assim.

Capítulo 8
Peculiaridades

Lá vai Silas rebolando o ouro dele: ele rebola de um modo muito peculiar, característico, belo mesmo. Nós chamamos de mãos e pés, mas para não confundir as pessoas direi que ele coloca uma pata da frente e depois outra e vai “puxando” as patas de trás de um modo todo especial – só vendo para crer. Brinco com ele: rebola-bola. Ele rebola de um jeito nobilíssimo.
E lhe demos vários apelidos: Siloca, Loca (da Neném), Neném (porque chamo todo mundo assim, humanos e não-humanos) e muitos outros.
O nome mesmo veio do personagem albino, Silas, no livro O Código da Vinci, de Dan Brown, um desses que atacam Cristo e a Igreja, fazendo coro com muitos outros atualmente; pois nosso Silas é albino, recessivo, Pink nose (nariz rosa). E de todos da ninhada era o único que não parava quieto, que implicava com os irmãos e irmãs, mordendo-os. O nosso Silas é bom (mas não mexa nos bigodes dele: já levei mordidas terríveis).
Ainda bem que não se mostrou uma daquelas “moscas mortas”, paradonas, que alguns cães CBD (come, bebe, dorme) são.
Como é grande, as pessoas pensam que vai mordê-las, mas ele só quer brincar. Um homem disse que deveria andar de focinheira e depois que fui embora juntei todas as minhas razões:
1)                 Ele já atacou o senhor?
2)                 Já o ameaçou?
3)                Já atacou qualquer pessoa na rua?
4)                Já as ameaçou?
5)                 Já mordeu alguém em casa, fora quando o provocamos?
6)                Existe lei dizendo que os cães devam andar com focinheira? (não se esqueça da constituição: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, exceto em virtude de lei).
Deveria ter dito na hora, mas não sou agressivo.
As pessoas são cruéis, muito mais que os cães, enormemente mais.
Acho que Silas é um alfa, um campeão, não só da raça dele, como da espécie, porque a cachorrada late quando ele passa. As fêmeas ficam doidas: outro dia duas “Cofap”, duas cadelas “salsicha” (dachshund) brigaram por ele, uma maior e uma menor, subindo uma na outra e latindo desesperadamente, sem falar na preta que é vizinha. Parece que ele é o xodozinho das fêmeas e motivo de ira dos machos, ainda mais porque urina e defeca nas portas e nos muros deles.

Capítulo 9
Acumulando Ouro

De início Silas tinha de fabricar muitas células e produzir muito pelo, de modo que comia desesperadamente, mais que um saco de 15 kg de ração por mês, aproveitando muito dele; e defecava horrores, no apartamento e na rua. Comia de tudo, não só ração, pois eu lhe dava parte do que comia, a contragosto de meus filhos. Passou de menos de 2 kg quando chegou a mais de 40 kg aos oito ou nove meses. E veio com esse pelo dourado, alourado, que amamos e que aproveitei para chamar sua atenção.

COMPARAÇÃO

1)       PELO DE SILAS

Uma pelagem única impermeável à água

A estrutura do pêlo do Labrador Retriever pode ser qualificada como única.
Entre as numerosas raças da espécie canina, existem variados tipos de pêlos. O pêlo do Labrador pertence à categoria dos pêlos fortes, densos e curtos. O sub-pelo espesso fornece uma camada isoladora. O Labrador não teme a água gelada graças a esta mesma estrutura.

2)     OURO DA TERRA (ouro de tolo)

Ouro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

O ouro (do latim aurum, brilhante) é um elemento químico de número atómico 79 (79 prótons e 79 elétrons) que está situado no grupo 11 (1 B) da tabela periódica, e de massa atómica 197 u. O seu símbolo é Au (do latim aurum).
Conhecido desde a Antiguidade, o ouro é utilizado de forma generalizada em joalharia, indústria e eletrônica, bem como reserva de valor.

Há gente que gosta muito de ouro e não dá a mínima para o pêlo de Silas, especialmente as mulheres, tão inseguras antigamente quanto à sobrevivência. Quase ninguém atribuiria nobreza ao pêlo de Silas e, muito menos, nobreza maior que a do ouro. Mas há alguns que sabem ver, como disse Jesus.

Capítulo 10
i que nos Deu Silas

Para concluir este início, i (Natureza/Deus) nos deu Silas, que veio de uma longa linhagem físico-química, biológica-p.2 e psicológica-p.3 também, porque se a humanidade não tivesse proporcionado condições não teríamos acesso a ele do jeito que temos.

VAMOS COLOCAR ASSIM (em termos de longos passos nos longos degraus para cima)


AQUI FICARÁ O FUTURO
2.n
Há 10 mil anos humanos e lobos se encontraram, cada um cedendo um pouco. Com isso surgindo o híbrido denominado homem-cão.
2
Natureza Dois: provavelmente há 10 milhões de anos surgem os primeiros hominídeos.
1
Natureza Um: forma-se a vida, particularmente a da Terra, há 3,8 bilhões de anos.
0
Natureza Zero: o Big Bang acontece há 13,73 bilhões de anos e o universo começa em termos físico-químicos
AQUI ESTAVA O UNIVERSO EM PRÉ-EXPLOSÃO
Antes do começo foi preciso que i tornasse possível as pré-condições do desenho dialógico das potências ou subseqüências do universo Uo em que estamos.

Eis que herdamos tudo isso.
TUDO que está no horizonte de simultaneidades denominado presente, TEM A MESMA IDADE geral, com diferentes idades particulares. E é sempre do tamanho de i, embora possa ter uma dimensão temporal na Natureza e uma não-dimensão (quer dizer, desinteresse de absorção) em Deus. Embora os humanos sejamos da natureza psicológica-p.3 e Silas da Natureza biológica-p.2, ele pode interessar mais a Deus que muitos de nós, pela sua nobreza. E assim também qualquer bicho.
Pois tudo depende do que fazemos com a herança que recebemos: alguém pode receber quase nada e fazer muito, enquanto outros recebem muito, vivem nababescamente, torram o trabalho alheio e morrem como mendigos morais.



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