Sunday, December 01, 2013

Pela Hora da Morte (da série Cometários)


Pela Hora da Morte

 

Já falei dos cinco minutos antes da morte, mas aqui é outro assunto.

É uma hora e não é irrelevante mudar o foco.

A pessoa que vai morrer dentro de uma hora (a seqüência da série permitirá que, ao se mostrar qualquer um em foco no início, saibamos que seus dias vão terminar) é mostrada em uma atividade qualquer, sem que qualquer um (fora o telespectador) saiba disso. Ele vai morrer de algum modo, totalmente insondável, cada um devendo tentar adivinhar como. Pode ser focado o grupo: às vezes um sai e deixa os outros, a câmara pode ir com o que sai ou ficar com os outros.

Aí já é questão do roteirista saber desenvolver o assunto naquela hora real (como na série 24 Horas), 60 minutos inultrapassáveis. No final dos 60 minutos a pessoa morrerá.

Obviamente a série pode durar muito tempo, pois o (s) autor (es) deverá (ão) travar cabo de guerra com os telespectadores, aqueles querendo enganar a estes, e estes tentando ser mais espertos, para saber quem dentre todos será pego (às vezes pode ser mais de um, até todos num desastre coletivo; entretanto, creio que a morte de crianças seria muito dolorosa, por definição devendo ficar fora).

“Vale tudo”, claro, dentro do respeitável, sem homossexualismo (que é a superafirmação do homossexual: este é permitido, aquele, não), pois as crianças e os adolescentes verão maciçamente.

Penso que será um sucesso de audiência.

E durará um punhado de temporadas antes de decair no gosto do público, porque autores do mundo inteiro poderão se interessar, produzindo belas obras. E há restrições, já que a câmara ficará sempre com um (ou vários) que vai (vão) morrer, por mais improvável que pareça.

Serra, sexta-feira, 12 de agosto de 2011.

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