Numa dessas experiências de cruzamento
genético os cientistas alemães decidiram tentar abrandar o espírito perverso de
Hitler cruzando-o com Xuxa, a rainha dos baixinhos, a frente sendo Xuxa e as
costas Hitler: Xuxa-Hitler, como o deus-biface Janus.
Nos primeiros tempos deu certo, pela frente
era uma beleza, mas pelas costas havia Hitler e ele era mesmo uma praga. Pela
frente era só “meus baixinhos, meus queridinhos”, mas pelas costas parece que a
Xuxitler batia nas crianças. Um acinte, uma vergonha indizível.
Isso provocou muita polêmica através do
mundo.
A principal pergunta era: por quê juntar
coisas antagônicas?
Os tecnocientistas têm direito de fazer
tais experiências, colocando em risco a totalidade ou frações da totalidade? A
humanidade deve se sujeitar a isso? E, mais ainda, devemos tolerar essas
ameaças às crianças? Temos de, em qualquer lugar, aceitar as intimidações aos
infantes?
Abriram duas correntes.
Uma era a favor da liberdade irrestrita da
“mão invisível” científica, com a justificativa de serem os cientistas capazes,
em razão de seu pensamento afiado e lógico, de discernir perfeitamente o certo
e o errado, linha contestada pelos que dizem “não”, a partir dos próprios
exemplos geo-históricos: os tecnocientistas não assumem seus erros, só seus
acertos.
Pois essa outra, a contrária dizia haver
necessidade de colocar balizamentos, parâmetros intransponíveis, relativos à
moral: por exemplo, crianças não têm todos os elementos de julgamento, nem apuraram
suas capacidades de pensamento a ponto de se precaverem quanto às armadilhas e
não devem ser expostas às anomalias das personalidades desviantes.
Ao que respondiam os outros: como elas vão
crescer no mundo perverso? Que defesas acumularão contra a perversidade se não
a conhecerem desde cedo?
Os da linha “do bem” contrargumentavam não
se tratar só de futuro, tipo “as crianças são nosso futuro” (não é só uma
frase), mas da formação de gente que iria dirigi-lo, pois nós, atuais
dirigentes, viemos de toda permissividade. Por acaso devemos deixar os
assassinos confessos concorrer à presidência?
Certo, diziam os contrários, contudo um
pepino torcido em pequeno ainda é um pepino torcido, há mácula nele, a
liberdade não foi respeitada, aquela desejada ignorância completa de regras.
Ah, é? No entanto, apontavam os “do bem”,
não somos isentos de regras, nenhum ser humano. Vivemos segundo regras, leis: a
nossa maioridade individual - já adulta – não é capaz de lidar com os erros
vistos como tais pelo coletivo, quanto mais as crianças! As crianças, sob esse
argumento falacioso “do mal” deveriam então ser expostas a venenos, a choques
elétricos, ao fogo, a trombadas de veículos para aprenderem a futuramente não
se exporem? Sem saber discernir perfeitamente devem ser as crianças expostas à
sexualidade malsã, aos desvios psicológicos humanos e a tanta coisa mais que
pode distorcer seu julgamento?
Veja só o que uma simples experiência
genética pode provocar.
Tudo porque a Xuxitler, pelas costas, dava
beliscões e puxava as orelhas das crianças, sem falar em outras coisas, dizem.
Era só o lado malvado, afinal de contas.
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