Saturday, November 02, 2013

Unigênito (da série Expresso 222..., Livro 2)


Unigênito!

 

                        Há uma passagem esplendida na vida de Jesus, que não vi ninguém analisar. Diz-se que Ele é filho unigênito de Deus. O Michaelis da máquina diz que é o cognome de Jesus, e traz unigênito como sendo “único gerado por seus pais” (pai e mãe), filho único.

                        Mas pode ter o sentido de uni(único)/gênito(gerado), como o gerado de um só, como um clone, uma réplica. Evidente que os clones só foram pensados pela Ciência enquanto realidade no final século XX, embora a FC viesse falando deles há mais tempo como possíveis, tendo propagado as primeiras discussões científicas e técnicas de algum tempo antes.

                        Já se tinham passado quase dois mil anos antes que alguém levantasse a possibilidade.

                        Uni-gerado, veja só.

                        Filho unigênito de Deus.

                        Compreensão humana da Terra não poderia ser, a menos que haja mais do que dizem. Ou isso vinha de conhecimento de civilização avançada do passado, ou de gente de fora, ou de Deus mesmo.

                        E Jesus dizia: “quem me vê, vê Meu Pai”. O que seria bem lógico, dado que um seria a réplica do outro. E dizia também que estava em Deus desde o princípio, o que também é lógico.

                        Não é espantoso?

                        As pessoas ficam pedindo provas, mas não analisam as palavras a fundo, nem na Bíblia nem em outros lugares, principalmente não o fazem com isenção, sem paixões contras ou a favor.

                        Imagine que tivemos de evoluir sócio-economicamente dois milênios para chegarmos a ponto de pensar em gerar um clone, uma repetição exata de um ser, e mesmo assim animais. Embora se diga que há condições, e que já estão em gestação seres humanos, meditemos que dos clones animais obtidos vários foram teratogênicos não mostrados. Dizem que 300 mulheres estão na fila, mas é esperar para ver. Isso que é incipiente e mal-posto pela humanidade de dois mil anos depois, aparentemente era cursivo, comum, trivial para quem gerou Jesus há dois mil anos.

                        E, se Jesus era filho unigênito de Deus, quer dizer que: 1) Deus é só humano, e Jesus também, ou 2) ambos são só divinos, ou 3) ambos são parcialmente divinos e parcialmente humanos. Só existem estas possibilidades.

                        As implicações são sérias, pois se Deus é humano, é mortal, e Jesus também. Se é exclusivamente divino, e Jesus também, deve ser imortal, razão pela qual Jesus não queria ser tocado, nem teria se misturado a gente humana. E se Jesus era mortal, morreu, e não houve ressurreição, furando o dogma na base de todo o cristianismo.

                        Os cristãos vão se apegar à hipótese de serem ambos imortais, pois que sentido faria um ser, criador de todo o universo, ser mortal?

                        Eu creio que a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, está cheia de mensagens que só poderão ser entendidas mais adiante. E muitos outros livros também. Que há mais coisa entre o Céu e a Terra do que pode sonhar a vã filosofia humana está bem claro.

                        Vitória, quinta-feira, 23 de maio de 2002.

                  

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