Avaliação
Estratégica da Bandeira Elementar
Por Bandeira Elementar
entendo uma bandeira como a do Brasil, posta em pé, com os vértices do losango
representando o ar, a água, a terra/solo e o fogo/energia, tendo no centro como
culminação a Vida-geral e no centro do centro a Vida-racional geral.
Posto isto, devemos
perguntar-nos se os conjuntos pessoais
(indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientais (municípios/cidades, estados, nações e mundo) estamos
fazendo as fundamentais avaliações estratégicas ou estruturais dos “elementos”,
quer dizer, ar, água, solo e energia, mais a vida e a vida-racional. Isso sem
falar dos vértices da Bandeira, ou seja, das combinações possíveis dos
elementares.
No estado do Espírito
Santo, por exemplo, estamos?
Definitivamente, não,
claro, nem seria de esperar.
Nem as empresas, nem os
municípios/cidades, nem o estado, nem a presença local do governo federal,
isolada ou coletivamente, estão preocupados com o andar da carruagem.
Até porque tínhamos a
concepção de que Deus nos havia dado um mundo e que Ele mesmo cuidaria da
manutenção, acontecesse o que acontecesse. Ou seja, sempre estaríamos a salvo,
sempre apareceria uma solução de última hora para consertar nossas bobagens.
Deus pode ser Pai
zeloso, mas certamente os filhos devem crescer e fazer a sua parte no negócio
da Família.
Não investigamos nossa
ÁGUA geral, não temos uma proposta para os horizontes de curtíssimo, curto,
médio, longo e longuíssimo prazos. Em 10, 20, 40, 80, 160 e 320 anos, como
viveremos? De onde virá a água de abastecimento das residências, das fábricas,
dos escritórios, etc? Que será dos descendentes que colocamos no mundo? Na
sofreguidão de cada um de “gozar a vida”, temos dilapidado os recursos.
Podemos abordar tais
recursos de vários ângulos. Em termos polares, produção e organização. Sabemos que 97 % da água estão nos oceanos;
do que resta a maior parte está congelada, e uma fraçãozinha está disponível
nos rios, nos lagos, nos lençóis freáticos (as páleo-reservas, ou reservas
fósseis). Felizmente o Espírito Santo e o Brasil não padecem os problemas
graves a gravíssimos que estão levando às chamadas “guerras da água” pelo mundo
afora, mas mesmo assim o governo estadual gaba-se de ter resolvido
perspectivamente o problema “até 2016”, daqui a apenas 14 anos.
A dessalinização, que
corresponderia à produção de água nova, ainda não está no nosso horizonte
imediato, portanto podemos deixar a produção de lado e cuidar somente da
conservação, que tem AÇÃO no nome, não é passiva coisa nenhuma. Não obstante,
alguém já ouviu falar de alguma política de conservação no estado ou nos
municípios/cidades ou nas empresas capixabas?
E nem falamos do ar,
porque aqui olhamos só a emissão particulada, considerada poluição e
eventualmente medida.
E as terras? Temos
alguma avaliação concreta, substancial, palpável? E a energia? E a vida? E a
vida-racional espírito-santense?
Seria preciso investigar
município por município, cidade por cidade, o estado todo, os estados vizinhos,
a política federal quanto a nós, a participação mundial, ver todas as soluções
que estão sendo encontradas por aí. Lógico, a participação das empresas é
fundamental, sem falar dos trabalhadores e suas representações. Criar um Fórum da Bandeira Elementar.
Os indivíduos, as famílias
e os grupos também podem contribuir.
As escolas, as igrejas,
as associações de bairro, cada um pode fazer a sua parte, aprendendo de quem
sabe e ensinando a quem não sabe. Já passou da hora de enfrentar as questões,
pois ainda não são problemas – mas serão, se não nos esforçarmos.
Como está o mundo,
quanto a isso? Porque, fatalmente, se as pessoas não puderem definitivamente
enfrentar os problemas em seus lugares de origem, razões humanitárias abrirão
as fronteiras para imigração, tencionando os recursos internos, que são
“sobrantes” em relação às dificuldades deles, que de lá ficarão olhando com
ganância cada vez maior nossa fartura elementar. “De olho gordo” , como se diz,
como já estão na Amazônia.
Que tipo de avaliações o
ES procederá?
Que já tenha passado do
prazo de começá-las nós todos sabemos.
Vitória, quarta-feira,
10 de abril de 2002.
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