Thursday, October 31, 2013

Os Gênios São Egoístas? (da série Expresso 222..., Livro 2)


Os Gênios São Egoístas?

 

                        No modelo são sete (mais o centro iluminante, 8, ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele) os tipos psicológicos, conforme sua capacidade de ver e agir sobre o mundo: 1) povo, 2) lideranças (comunitárias, sindicais, estudantis), 3) profissionais (liberais, políticos, professores), 4) pesquisadores (mestres e doutores), 5) estadistas, 6) santos e sábios, 7) iluminados.

                        Todos são criadores, todos são gênios.

                        Porém, quando se usa a palavra, está-se realizando uma seleção ou partição ou divisão, no sentido do menor conjunto, o chamado “quartil superior”, os 25 % mais, no caso acima iluminados e Iluminante. Como este é inacessível, devemos recolocar como santos e sábios, e iluminados, para os quais, em termos de criações duradouras, todos os outros trabalham.

                        São essas criaturas criadoras egoístas? Padecem do egoísmo (no modelo todo “ismo” é doença do info-controle/comunicação mais apto, agoraqui a humanidade), a superafirmação do EGO/EU?

                        Como não poderia deixar de ser esses indivíduos são extremamente centrados, porque muito firmes em suas posições e resoluções. Neste sentido são egoístas, voltam-se para si mesmos e para seus propósitos, a nada mais prestando atenção, nem se deixando dissuadir por nenhum projeto externo. E têm mesmo de ser, pois se trata de inventar o futuro, de reinventar o passado. Se fosse diferente, se cedessem às aspirações, desejos e comandos alheios, o futuro nunca seria diferente, ou não tão diferente quanto é necessário. A humanidade sucumbiria aos riscos e às mudanças desastrosas que, vira-e-mexe, estão batendo à nossa porta coletiva. Para conduzir a humanidade devem ser portadores dessa independência a toda prova.

                        Por outro lado não são, nem podem ser.

                        Não são na medida em que o que fazem não é para eles, é para as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Não vivem para si, e sim para os outros. São desprovidos de auto-interesse.

                        Então, como o modelo pede, a resposta é sim e não ao mesmo tempo. São egoístas em razão de suas missões pedirem uma centralização insistente e duradoura em suas opiniões, sentimentos e razões. Não são, de outra banda, porque dessas missões nada sobra ou resta para eles, a não ser martírio, dor, preocupações, perseguições.

                        O prêmio que levam, evidentemente, é a realização, e antes disso, se aquela não acontece em vida, a busca da realização.

                        Por sinal prêmio valiosíssimo, que os destaca em meio à multidão. Prêmio que, por si mesmo, é maior que tudo o que os outros recebem ainda em vida, como reconhecimento, glória, fama, riqueza, sexo até.

                        Portanto a resposta dupla deixa escapar que os gênios são egoístas, sim, mas egoístas do jeito que todos deveriam ser, se desejassem um mundo melhor para todos. A diferença é que, quanto mais se desce na escada, mais o indivíduo deseja a felicidade só para si.

                        Daí que, quando vejo certos biógrafos negativistas analisarem os gênios sob a ótica de sua existência humana, eu rio, eu gargalho de cair no chão, metaforicamente.

                        Vitória, segunda-feira, 13 de maio de 2002.

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