Os
Gênios São Egoístas?
No modelo são sete (mais o centro
iluminante, 8, ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele) os tipos psicológicos, conforme sua
capacidade de ver e agir sobre o mundo: 1) povo, 2) lideranças (comunitárias,
sindicais, estudantis), 3) profissionais (liberais, políticos, professores), 4)
pesquisadores (mestres e doutores), 5) estadistas, 6) santos e sábios, 7)
iluminados.
Todos são criadores,
todos são gênios.
Porém, quando se usa a
palavra, está-se realizando uma seleção ou partição ou divisão, no sentido do
menor conjunto, o chamado “quartil superior”, os 25 % mais, no caso acima
iluminados e Iluminante. Como este é inacessível, devemos recolocar como santos
e sábios, e iluminados, para os quais, em termos de criações duradouras, todos
os outros trabalham.
São essas criaturas
criadoras egoístas? Padecem do egoísmo (no modelo todo “ismo” é doença do
info-controle/comunicação mais apto, agoraqui a humanidade), a superafirmação
do EGO/EU?
Como não poderia deixar
de ser esses indivíduos são extremamente centrados, porque muito firmes em suas
posições e resoluções. Neste sentido são egoístas, voltam-se para si mesmos e
para seus propósitos, a nada mais prestando atenção, nem se deixando dissuadir
por nenhum projeto externo. E têm mesmo de ser, pois se trata de inventar o
futuro, de reinventar o passado. Se fosse diferente, se cedessem às aspirações,
desejos e comandos alheios, o futuro nunca seria diferente, ou não tão
diferente quanto é necessário. A humanidade sucumbiria aos riscos e às mudanças
desastrosas que, vira-e-mexe, estão batendo à nossa porta coletiva. Para
conduzir a humanidade devem ser portadores dessa independência a toda prova.
Por outro lado não são,
nem podem ser.
Não são na medida em que
o que fazem não é para eles, é para as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e
empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Não vivem
para si, e sim para os outros. São desprovidos de auto-interesse.
Então, como o modelo
pede, a resposta é sim e não ao mesmo tempo. São egoístas em razão de suas
missões pedirem uma centralização insistente e duradoura em suas opiniões,
sentimentos e razões. Não são, de outra banda, porque dessas missões nada sobra
ou resta para eles, a não ser martírio, dor, preocupações, perseguições.
O prêmio que levam,
evidentemente, é a realização, e antes disso, se aquela não acontece em vida, a
busca da realização.
Por sinal prêmio
valiosíssimo, que os destaca em meio à multidão. Prêmio que, por si mesmo, é
maior que tudo o que os outros recebem ainda em vida, como reconhecimento,
glória, fama, riqueza, sexo até.
Portanto a resposta
dupla deixa escapar que os gênios são egoístas, sim, mas egoístas do jeito que
todos deveriam ser, se desejassem um mundo melhor para todos. A diferença é
que, quanto mais se desce na escada, mais o indivíduo deseja a felicidade só
para si.
Daí que, quando vejo
certos biógrafos negativistas analisarem os gênios sob a ótica de sua
existência humana, eu rio, eu gargalho de cair no chão, metaforicamente.
Vitória, segunda-feira,
13 de maio de 2002.
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