Escola
Universal de Governo
Os
cientistas descobriram, através da genética que a chamada Eva Mitocondrial e o
Adão-Y surgiram mais ou menos ao mesmo tempo por mutação cerca de 200 mil anos
atrás na África e do espalhamento e depois fusão de seu patrimônio genético
surgiram os homo sapiens sapiens, nossa espécie, que vem evoluindo
aceleradamente nos últimos 50 mil anos, especialmente nos dez mil mais
recentes, em particular com um centro de difusão em Uruk, atual Iraque, desde 5,5
mil anos passados.
Bom,
a humanidade se tornou extraordinariamente complexa.
De
indivíduos isolados passamos a famílias, grupos, empresas, municípios/cidades,
estados, nações e agora iniciamos o processo de globalização.
Alguns
se opõem a essa planetarização forçada, e devem ter razões bem válidas mesmo.
Contudo,
a coisa é irreversível.
E,
se for assim, é melhor que seja bem feita que mal feita. Para bem feita é
preciso criar a maquinaria e os programas que nela rodarão. Ou seja, governos
hábeis e administração empresarial competente.
Da
parte dos governos evidentemente é fundamental reuni-los, ordená-los num molde,
de preferência convergente a divergente. Por enquanto as iniciativas mundiais
são capitaneadas pelo tal G-8, o antigo G-7 (EUA, Japão, Alemanha, França, Itália,
Grã-Bretanha e Canadá, pela ordem de riqueza), mais a Rússia, que atualmente
está bem abaixo de outras nações em riqueza, mas detém o não-desmontado poderio
atômico da antiga URSS na nova e mal costurada CEI, Comunidade dos Estados
Independentes.
Como
as nações (que eram 217 faz alguns anos) entrarão nesse negócio? É claro que a
transferência de informação-controle (info-controle) ou comunicação se faz pela
culturaeducação, isto é, transmissão de cultura, que são as características
nacionais de cada país, e pela educação, que é essencialmente universalista.
Como
já se disse, creio que Chico Buarque, quem inventou o alfabeto foi um
analfabeto. Quem criará uma ESCOLA UNIVERSAL DE GOVERNO, se ninguém detém as
tecnartes para isso, em particular a tecnociência de governo?
Seria
o caso de reunir os doutores para a elaboração primária de um PROGRAMA DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES, de tal maneira que esses orientadores ou monitores
possam criar toda uma geração de outros propagadores, de modo que em 30 anos tenhamos
uma escola plena, no sentido da palavra, bem estabelecida, com mídia associada
(TV, rádio, revista, jornal, editora e Internet).
Ou
de outro modo iremos tropeçando, sem racionalidade alguma, rumo ao
desconhecido.
É
certo que, em coisa tão vultosa, de tão grande importância, não podemos ser
amadoristas, o profissionalismo é basilar.
Se
o Banco Mundial tem tanto dinheiro, para tantos projetos megalomaníacos dos
governantes do mundo inteiro, aqui pode adotar alguma sabedoria e criar preliminarmente
junto com a ONU um Instituto da Escola Mundial de
Governo, um grupo-tarefa encarregado de ouvir as lideranças políticas e
administrativas, as ONG’s (organizações não-governamentais), os estados e
províncias dentro das nações, enfim todo grupo com um mínimo de organização, de
forma que a coisa não seja imposta de cima para baixo, mas vá democraticamente
das bases até a expressão de cume.
As
críticas vão chover, e é bom que seja assim.
Quem
deseja um Grande Irmão vigiando todas as nossas ações, mais do que já são? Quem
quer financiar a opressão?
Por
exemplo, soube pelo livro de Simon Singh, O Livro dos Códigos (A Ciência do
Sigilo – do Antigo Egito à Criptografia Quântica), Rio de Janeiro, Record,
2001, que existe um mecanismo chamado Tempest, através do qual pessoas paradas
num utilitário (como se vê em filmes), com um detector eletromagnético muito
sensível podem captar todas as letras digitadas num teclado vizinho. Sem falar
que dizem existir, em todo computador, uma porta para a entrada da NSA, a Agência
de Segurança dos EUA. Eles vigiam mesmo, tudo e todos.
Portanto,
é também capital contrapor-se às ingerências governamentais e empresariais
sobre a vida e a liberdade individuais.
Mas
que não dá mais para seguir sem um governo mundial, não dá mesmo. E, se vamos
ter, seja o Governo Mundial, em maiúsculas, que é mais autoritário, ou um
Sistema Mundial, como disse Maurice Strong, que é mais democrático, em todo
caso precisamos estudá-lo. E não pode haver lugar melhor para a sistematização
dos estudos que a escola. Neste caso uma Escola
Mundial de Governo, ao que os empresários responderão se organizando também
no mesmo nível.
Vitória,
quinta-feira, 18 de abril de 2002.
No comments:
Post a Comment