O
Tempo Relativo
Isaac Newton,
matemático, físico, astrônomo e filósofo inglês (Woolsthorpe, Lincolnshire,
1642 – Hensington, 1727, 85 anos entre datas) afirmava que o tempo era absoluto,
ao passo que Albert Einstein, físico alemão de origem judaica (Ulm, 1879 –
Princeton, 1955, 76 anos entre datas) dizia o contrário, que era relativo. Como
Einstein fez coisas tão grandiosas
quanto Newton, e é mais recente, diz-se que suas teorias englobam as do
primeiro.
Ambos foram gênios
portentosos, dignos de toda reverência humana, pois libertaram a humanidade um
monte de crenças errôneas.
Mas qual está certo?
O modelo respondeu que
ambos estão certos e ambos estão errados, ao
mesmo tempo.
É que existem dois
tempos.
Um, muito profundo, é o
tempo absoluto de que fala Newton, tempo de referência de todos os outros que
estão como que numa pirâmide infinitamente particionável colocada virada e aberta para cima, o zero sendo esse absoluto,
padrão de todos os demais. Chamei-o de HORIZONTE DE SIMULTANEIDADES, HS, ou
propriedade temporal do universo.
O outro tempo é relativo
às velocidades dos objetos, inclusive das pessoas, e compreende, portanto,
infinitos relógios, todos referidos ao zero de que falei. Este é o tempo
einsteniano.
Desse modo, não há
conflito verdadeiro entre esses dois criadores poderosos, nem há necessidade
que se afirme tal.
Tudo pulsa no ritmo de
tempo verdadeiro, que é como que um pano de fundo do universo inteiro, uma
métrica para tudo e todos. E há vários tempos DE ENVELHECIMENTO, digamos assim,
que são os pulsos de todos os conjuntos; os que pulsam muito rápido envelhecem
rápido também, enquanto os que aproveitam a vida lentamente morrem bem mais
tarde, falando-se em termos humanos, à parte os acidentes. Os tempos relativos
são, por assim dizer, RITMOS DE APROVEITAMENTO das trocas de
informação-controle, o que acaba no nível absoluto com o paradoxo dos gêmeos
(paradoxos são originados de definições ruins) e a dilatação do tempo, com o
encurtamento das réguas, com toda essa coisa.
Como já falei inúmeras
vezes, nós nos encontramos todos sobre o HS, horizonte de simultaneidades, e
trocamos info-controle sobre ele, em primeiro lugar, sustentação de tudo, de
todas as transferências. No nível superior, trocamos informações sem
simultaneidades, tal como Einstein disse, e PARECE HAVER aqueles fenômenos
descritos por ele. Pois se o tempo fosse realmente absoluto, teríamos vários
tempos reais com que lidar e jamais conseguiríamos nos encontrar para as
trocas, tudo pulsando a ritmos muito distintos.
É como uma árvore, em
que as folhas relativas estão todas presas pelo mesmo tronco e pelas raízes
absolutas. Senão, como cada folha explicaria a outra?
Então, as mensagens
relativas são enviadas, desencontram-se no tempo relativo (pois nele não há simultaneidade),
mas ficam amarradas no fundo pelo tempo absoluto.
Desse jeito pode reinar
harmonia entre as criaturas humanas, se
nós buscarmos mais fundo ainda uma explicação geral que considere ambos os
pólos, e promova a valorização de ambos. Creio firmemente que há
espaçotempo para gregos e troianos, árabes e judeus, paquistaneses e indianos,
etc. É muito mais fácil adotar uma posição, firmar-se a ela e afastar os
motivos para gostar do oposto/complementar. Não acredito que a vida possa
fazer-se sem a variedade, sem a diversidade, sem a multiplicidade que dá esse
bonito colorido a tudo.
Vitória, terça-feira, 15
de janeiro de 2002.
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