Fazenda
ES
No modelo falei das “terras
preciosas”.
As pessoas (indivíduos,
famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e
mundo) não estão avaliando com bastante profundidade a questão da terra/solo.
Primeiro índice: a população vai passar dos atuais seis para 12
bilhões em 2050, daí um fator de dois.
Segundo índice: a desertificação está aumentando – significando
menos terras úteis para qualquer coisa, inclusive moradia e visitação. Aqui
devem ser incluídas também a salinização dos solos, a tomada de terra pelas
hidrelétricas, e o que mais houver.
Terceiro índice: a população rural passou no Brasil, em 40 anos, de
70 a 30 % no campo, e está sendo reduzida drasticamente. 70/30 = 2,33. Quando
chegarmos a 4 %, como nos EUA e outros lugares, teremos 100/4 = 25. Só um em
cada VINTE E CINCO indivíduos terá acesso direto ao campo. Esse esvaziamento do campo, ou êxodo rural,
julgado positivo em algum instante, gerará uma tremenda nostalgia, uma saudade
formidável, uma dor intensa, uma melancolia incontrolável nas criaturas, o que
valorizará as terras do interior de uma forma que sequer podemos sonhar.
Quarto índice: os oceanos ocupam 70 % da superfície da Terra (total
de 510 milhões de km2). Do 1/3 restante (160 milhões de km2 de terras emersas)
sobram menos de 90 milhões de km2 (fiz as contas, retirando desertos, gelos,
águas internas, etc.), devendo pelo menos 1/3 ou 30 milhões de km2 serem
mantidos como reservas naturais. Restam 60 milhões de km2 para efetiva ocupação
humana. Daí, 160/60 = 2,7.
Colocando esses índices
em seqüência, teremos: 2 (duplicação da população) x desertificação (não
avaliável – avança dois mil km2 POR ANO) x 12,5 (imaginando que metade das
nações perseguirá o modelo americano) x 2,7 = 68 (sem contar a desertificação).
Veja, tudo isso é
exponencial.
Porque no primeiro
índice as moradias humanas devem incluir as fábricas, a
agropecuária/extrativismo, o comércio, os serviços, os bancos e a presença
governamental, todos ávidos de construírem prédios e edifícios variados.
Qual o índice de
EXPONENCIALIZAÇÃO?
Não sei, mas se
imaginarmos que é o menor deles, dois, teríamos 4,6 mil para um. As terras vão
valorizar tremendamente. É muita coisa, mesmo. É algo até de apavorante o que as pessoas darão para ter um
pedacinho insignificante de terra. Sem dúvida os elementos da Bandeira
Elementar (ar, água, terra/solo e fogo/energia, mais a vida no centro e no
centro do centro a vida-racional) constituem os melhores investimentos do
século XXI, sem falar em lixo e transportes, que estão um pouco abaixo.
Neste sentido, como já
disse a meus filhos (Clara e Gabriel), o que haveria de melhor seria comprar
QUALQUER TERRA disponível ou ofertada no mercado capixaba, ou em qualquer
lugar, por exemplo, os estados pequenos, muito populosos e ricos, como o Rio de
Janeiro ou São Paulo. Comprar sítios, fazendas, roças, propriedades – seja que
nomes recebam. QUALQUER PEDACINHO JÁ FAZ SENTIDO.
A terra/solo se tornará um objeto
de desejo intenso, neste e nos futuros séculos, à medida do crescimento
populacional.
Mas, em vista da própria
pressão e demanda por terras, concentrá-las em megapropriedades, em
latifúndios, seria besteira, por conta da justíssima reinvindicação do MST,
Movimento dos Sem-Terra. É preferível comprar pedaços separados e NÃO
JUNTÁ-LOS, de modo algum. É fundamental deixá-los separados, mesmo se
contíguos, se colados uns aos outros, com as diferentes denominações originais.
Frações de solo se tornarão TÃO CARAS que serão disputadas, mormente se tiverem
rios, montanhas, restos de florestas, o que for de diferente e notável.
Vitória, sexta-feira, 03
de maio de 2002.
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