Tem, Mas Acabou
O povo fala assim.
Tem, mas acabou.
Eu entendo, ele
quer dizer que o lugar vende, mas naquele momento não pode disponibilizar.
O povo diz: “o
movimento tá muito parado”.
É preciso
interpretar.
Ele quer dizer que
o fluxo natural reduziu bastante, quase parando, o que é incomum perante os
outros dias.
É que o povo fala
pouco, o povo é das imagens, não é das palavras, a lógica dele é pouca, mal dá
para o gasto, fica na superfície, comete erros porque nunca há tempo para
raciocinar, o povo vive dos raciocínios mais detidos das elites. É porisso que
podemos dizer que o povo preserva as elites e estas vivem abusando, cometendo
desatinos. O povo agüenta as elites PORQUE não sabe raciocinar, não quer isso
“das matemáticas”, nem saber de ciências, técnicas, nada que for profundo.
Fica na superfície.
O povo coloca dois
copos à venda, o grande e o médio, não entende que médio está no meio, havendo
necessariamente um pequeno abaixo; pensa que “médio” significa aquele volume,
por exemplo, 500 ml, 250 ml e 125 ml – médio é aquele copo do meio, não
significa que há um menor.
Diz, quando indagam
do que a mulher gosta no homem, tratando-se do rosto: “gosto quando a metade de
cima é maior”. Metade é parte, a parte de cima.
Povo é tão
engraçado...
É a alma do povo.
Decidi estudar
isso, fiz um livro, que é este que estou apresentando, comparando a lógica em
sua abordagem alta (dos estudados, dos que freqüentaram universidade) e
super-alta (dos mestres em lógica e dialética, em língua, em matemática) com a do
outro lado, onde está o povo, que apenas vai adiante via abordagem baixa (dos
que freqüentaram alguns anos nas escolas) e super-baixa (dos analfabetos).
Indaguei-me isto:
como cada grupo (das cinco classes econômico-financeiras ou sociais A, B, C, D,
E) se coloca diante do real quando se trata da emissão de informação? Com
quanto cuidado lida com a cessão dela? Quão eficaz pretende ser ao passar
informação, dentro dos vários modelos de renúncia (sendo o mais conhecido o
pedagógico, sem falar no empresarial e no governamental)?
Essencialmente o
povo tem pressa. Falseia, mas não por malícia, de modo nenhum, apenas por não
poder dispensar tempo ao aprendizado apurado, tornando-se porisso fraco, razão
de existirem as elites que são a outra parte do equilíbrio nacional: uns
trabalham e outros pensam e ambos devem respeitar-se.
Serra,
quinta-feira, 05 de abril de 2012.
José Augusto Gava.
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