Gêmeos
Idênticos
O modelo diz que cada
afirmação é e não é verdadeira, ao mesmo tempo. Existem gêmeos idênticos? Sim,
e não. A questão é: onde?.
Por exemplo, são
idênticos na medida em que ambos foram construídos com a mesma carga genética,
que é biológica, relativa à Vida geral e à vida humana, em especial. Não são
pelo fato de no plano psicológico não poderem ser.
Então, vamos investigar
mais a fundo a questão.
Coloquei as naturezas
como sendo seis, de N.0 a N.5, representando os planos Físico/Químico,
Biológico/p.2, Psicológico/p.3, Informacional/p.4, Cosmológico/p.5 e
Dialógico/p.6.
No plano Físico/Químico,
para serem idênticos, deveriam sê-lo para todos os campartículas fundamentais e
as subpartículas da Física, bem como os átomos e moléculas da Química.
No plano Biológico/p.2,
para todos os replicadores (são vários, e não apenas o ADRN), as células, os
órgãos e corpomente.
No plano
Psicológico/p.2, para todas as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas)
e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). É evidente que dois
gêmeos vivem no mesmo mundo, não há outro, mas podem estar em nações
diferentes, sem falar em estados e municípios/cidades – os ambientes diferem.
Embora geralmente fiquem na mesma família, um pode ser adotado, ou ambos, por
famílias diversas. E durante a vida podem pertencer a grupos e empresas várias.
Então, definitivamente
não pode haver identidade absoluta,
ponto a ponto, em nenhum dos planos.
De que identidade estão
as pessoas falando?
De uma identidade relativa, conceitual, que
não leva em conta precisamente as formas, só as estruturas de pensamento.
Relativa à semelhança biológica.
Os gêmeos biológicos
podem ser uniovulados, de um óvulo, ou univitelinos, de um saco vitelino
apenas, ditos “gêmeos idênticos”; ou biovulados, de dois óvulos, ou
bivitelinos, ou “gêmeos germanos”, ou apenas gêmeos.
É uma identidade frouxa,
esta. SE nós dizemos que a letra está contida no alfabeto, excetuadas as de A a
Z, criamos uma contradição. É como perguntar se Deus pode fazer algo que Ele
não pode desfazer.
Creio que foi a Santo Agostinho que
perguntaram o que Deus estava fazendo antes de criar o mundo, e ele teria
respondido que criando o inferno para pessoas que fazem perguntas como essa. Na
realidade ele procurou escapulir (o que não é muito elegante, nem favorece o
desenvolvimento racional humano, ao passo que enclausura o sentimento da
humanidade), enquanto nós devemos enfrentar as dificuldades.
Uma definição ruim gera
para/doxos (do grego, para, oposição, e doxa, razão – que se opõe à razão). Se
isto é péssimo, de um lado, do outro é ótimo, caso as pessoas tenham cuidado de
prosseguir a busca da solução, pois a soma é zero. Zenon colocou paradoxos que
seu tempo não pôde resolver, o que acabou matando a pesquisa &
desenvolvimento gregos – mas poderia perfeitamente tê-las disparado.
Se colocamos que é
IDÊNTICO, total ou perfeitamente igual, e não semelhante, fica consignado que
há um paralelismo integral, que, como vimos, não pode existir.
Eles são superficialmente iguais.
Se insistimos que são
idênticos, descuidamos de olhar o ambiente, de que a pessoa é o outro lado, na
soma zero 50/50. O papel do ambiente desaparece de cena. Ninguém atenta para o
fato de que os ambientes físicos/químicos, biológicos/p.2 e psicológicos/p.3
acabam por promover diferenciação a partir do primeiro segundo de nascimento,
ou mesmo antes.
Deixaremos de pensar.
É isso que uma definição
ruim traz de comprometedor à razão.
Ela a obstrui, entrava,
atravanca, oblitera, fecha, extingue.
O resultado pode ser
extremamente daninho para a coletividade, a sociedade/civilização/cultura, todo
o povelite/nação.
É PORISSO que as
definições devem ser vigiadas.
Vitória, quinta-feira,
23 de maio de 2002.
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