Sunday, October 27, 2013

Debates em Soma Zero (da série Expresso 222..., Livro 1)


Debates em Soma Zero

 

                        Os conjuntos são, no modelo, PESSOAIS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) ou AMBIENTAIS (municípios/cidades, estados, nações e mundo), em grupo PESSOAMBIENTAIS.

                        Tomemos os DEBATES EMPRESARIAIS (um debate individual seria, tipicamente, “falar com seus botões”).

                        Universalmente os debates nas empresas têm um ponto de fuga, a dominância, a urgência das soluções. Só que o modelo mostrou nitidamente que NÃO EXISTE um sem o outro, solução sem problema acoplado. Toda carga de soluções traz consigo uma conexa carga de problemas.

                        Então propus o conceito de NEGADOR DIALÉTICO, uma criatura ou grupo organizado para a negatividade, quer dizer, para fuçar e achar os pontos fracos das soluções, não deixando de esmiuçar nenhuma fraqueza dela. Porque nenhuma empresa pode desejar uma solução fraca, que não preveja colateralmente os problemas associados, que podem causar danos estrondosos no futuro.

                        Como a gente vê nos filmes, empresas que derramam substâncias nos ambientes e depois são obrigadas a pagar centenas de milhões de dólares, digamos as indústrias americanas do fumo, obrigadas a pagar em 30 anos muitas e muitas dezenas de bilhões de dólares aos hospitais dos estados.

                        Num mundo cada vez complexo, em que as pessoas e os ambientes estão cada vez mais buscando na Justiça seus direitos sacrossantos, com respostas monetárias equivalentes às ofensas, as empresas que não se cuidarem podem ser arrastadas a dificuldades enormes, causando embaraços notáveis aos investidores e acionistas.

                        Não se trata de uma questão vaga, de um discurso filosófico desnorteado, metafísico, cabalístico, nada disso.

                        É a mais pura utilidade. O mais sincero auto-interesse.

                        Claro que as empresas devem caminhar.

                        Ninguém pode querer um debate que siga para sempre, tudo tem limite, é preciso impor margens categoricamente firmes a esse debate, que deve ser necessariamente incisivo e direto, visando uma resposta de maioria, daqui para frente conhecedora dos riscos de ambos os lados, o do fazer e o do não-fazer, e para ambos fazendo previsões de caixa no “lucros e perdas” (LP do fazer e LP do não-fazer).

                        Em vista dessa necessidade de caminhar, as instruções aos negadores dialéticos devem ser de objetividade, coerência, ausência de agressividade, falta de particularismos (ódios pessoais não podem medrar), abordagem metódica ou tecnocientífica, e assim por diante.

                        Então, de preferência, tais DEBATES EM SOMA ZERO devem ser postulados, enquanto livro-texto, por um grupo tarefa do conjunto do empresariado, trabalhando o complexo para torná-lo simples e inteligível por todos os membros das diretorias ou grupos de tomadores de decisões.

                        Vitória, sábado, 20 de abril de 2002.

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