Friday, October 25, 2013

Aposentado Ria (da série Se Deixar Eu Conto...)


Aposentado Ria

 

Certa vez um colega disse que eu não acostumaria com a aposentadoria. Nessa ocasião eu trabalhava no posto fiscal e mesmo no regime folgado que tínhamos de 2 x 6 (dois dias trabalhados por seis de folga: na realidade eram 5,5, pois viajávamos bastante – 270 km num sentido e outro tanto de volta, correndo perigo nas estradas).

Fiquei pensando.

1.       não atender mais à clientela (bem e mal-humorados);

2.       não ter de agüentar os colegas implicantes;

3.      não ter de suportar os chefes que procuravam fazer fama à custa de nossa intranqüilidade;

4.      poder estar perto da família o tempo todo;

5.      apoiar o término da formação dos filhos e o processo deles mesmos terem filhos e filhas;

6.      passear o quanto quisesse em férias permanentes;

7.      descer para ir à praia em frente de casa em Vila Velha, Praia da Costa, mar azulzinho, areia branquinha, calçadão, quiosques, água de coco, gente bonita;

8.      conversar com a patroa;

9.      bajular os netos;

10.   fazer compras quando quisesse;

11.    acompanhar o embelezamento da casa;

12.    conversar com os amigos sem quaisquer limites;

13.   cuidar da saúde com apuro, definindo alimentação adequada, sem as variações do posto;

14.   prestar mais atenção às contas;

15.   poder andar o tempo todo de bermuda e camisa aberta;

16.   inúmeros outros pontos (se você lembrar-se de mais, coloque aqui).

E aí, você acharia que eu não acostumaria?

Pois acostumei, sim, foi tranqüilo, tranqüilo, uma beleza.

Só espero que dure muito mais.

Serra, quarta-feira, 25 de abril de 2012.

José Augusto Gava.

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